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O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR), ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba.| Foto: Arquivo / Gazeta do Povo

As movimentações para a sucessão do prefeito Rafael Greca (PSD) no Palácio 29 de Março, em Curitiba, começam a ganhar força. De olho nas eleições 2024, o Podemos tem tentado traçar uma estratégia em torno do nome do deputado federal e ex-chefe da força-tarefa da Lava Jato na capital paranaense, Deltan Dallagnol, elencado pela sigla como o responsável pela condução de planejamento do partido no Paraná.

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A possibilidade de Dallagnol concorrer ao cargo de prefeito de Curitiba foi levantada pela presidente nacional do Podemos, a deputada federal Renata Abreu. Em entrevista ao portal RicMais, ela classificou o ex-procurador como uma “liderança que agrega e motiva os novos nomes que desejam vir para o partido e disputar as eleições de 2024”.

Dallagnol foi o deputado federal mais votado do Paraná nas últimas eleições. Com 344.917 votos, se tornou o segundo deputado federal com mais votos na história do Paraná. O primeiro havia sido Ratinho Junior, que recebeu 358,9 mil votos na eleição de 2010. “Seja qual for o caminho, terá nosso apoio, seja como deputado federal, senador, governador ou prefeito de Curitiba, já nas próximas eleições”, afirmou a presidente nacional do Podemos.

Carta branca

À Gazeta do Povo, o deputado estadual Fabio Oliveira (Podemos) - um dos nomes que tem articulado as próximas candidaturas do partido no Paraná - confirmou a condição de “carta branca” dada a Dallagnol pelo partido, reforçando que o deputado federal é visto como “o cara do Podemos” no Paraná. Oliveira disse que vem trabalhando junto a Dallagnol na atração de novos filiados para o partido, buscando nomes para a disputa de outubro de 2024.

“Estamos trabalhando com o desenvolvimento de novas lideranças para o partido, para que a gente possa entrar nessas eleições de 2024 de corpo e alma, elegendo vereadores e prefeitos”, confirmou Oliveira. O Podemos, segundo informações no site oficial do partido, conta com 37 prefeitos e 392 vereadores no Paraná.

Nome de ex-procurador aparece em pesquisas internas

Ainda de acordo com Oliveira, pesquisas internas da legenda têm demonstrado a viabilidade da candidatura de Dallagnol na capital - o maior colégio eleitoral do Paraná. Ainda assim, o deputado reiterou que não há decisão formal do Podemos acerca do lançamento do nome do ex-procurador na disputa.

“Ser prefeito de Curitiba é algo que requer grande seriedade, é uma das principais capitais do Brasil. Então não é verdade que ele ou o partido já tenha fechado questão sobre a participação como candidato a prefeito. Isso está aberto. Certamente, as eleições para governador do Paraná, em 2026, vão passar pelas eleições para prefeito de Curitiba, em 2024, e isso deve ter um peso definitivamente significativo na decisão para o sim ou para o não”, pontuou Oliveira.

Dallagnol está "considerando com carinho todas as opções"

Procurado pela reportagem da Gazeta do Povo, Dallagnol enviou uma nota na qual não fala diretamente sobre uma possível candidatura a prefeito de Curitiba, mas confirma que está “considerando com carinho e seriedade todas as opções”.

“Agradeço imensamente a confiança que a nossa presidente nacional do Podemos, deputada Renata Abreu, depositou em nosso projeto coletivo por um Brasil mais justo, mais próspero e melhor. Estou considerando com carinho e muita seriedade todas as opções, e vou trabalhar incansavelmente para formar e unir lideranças em todo o Paraná que acreditam em nossas causas e propósitos”, afirma.

Julgamento no TSE

Nesta terça-feira (16), o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deve julgar um recurso apresentado pela federação PT-PCdoB-PV e do PMN que pede a inelegibilidade de Dallagnol. Os partidos que apresentaram a ação alegam que ele teria pedido exoneração do Ministério Público durante pendência de Processo Administrativo Disciplinar (PAD), o que, de acordo com a Lei da Ficha Limpa, tornaria o ex-procurador da Lava Jato inelegível. O TRE do Paraná, porém, reconheceu que ele não tinha nenhum PAD pendente no momento da exoneração.

Beto Richa lembrou realizações como prefeito de Curitiba

Quem também deu sinais de que poderia entrar novamente na disputa pela prefeitura da capital paranaense é o ex-prefeito de Curitiba, ex-governador do Paraná e deputado federal pelo PSDB Beto Richa. Em seu perfil no Instagram, Richa fez a postagem de um vídeo no qual se diz orgulhoso das obras que fez em Curitiba. Ele aponta que, quando prefeito, garantiu mais de 600 quilômetros de asfalto novo na cidade, e fala também em um total de mais de R$ 600 milhões repassados para a atual administração, sendo boa parte desses recursos direcionados para o asfaltamento.

Eduardo Pimentel é "nome que une o PSD" em Curitiba

Outro nome que deve aparecer entre os candidatos a prefeito de Curitiba é o do vice-prefeito da capital e secretário estadual das Cidades, Eduardo Pimentel (PSD). Nome forte do partido, Pimentel conta com o apoio tanto de Greca quanto do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD).

Em um evento da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), em abril, Ratinho Junior apontou que Pimentel “é um nome que une o PSD”, e que daria seu apoio ao vice-prefeito caso este decida entrar na disputa em 2024.

Nomes da esquerda para as eleições 2024 em Curitiba

No espectro da esquerda, dois nomes prováveis são os dos deputados estaduais Goura (PDT) e Carol Dartora (PT). Ele, substituto de última hora do então candidato Gustavo Fruet (PDT), conquistou mais de 100 mil votos e o segundo lugar nas eleições de 2020 – resultado que foi comemorado por Goura, hoje deputado estadual, que logo após o resultado se colocou como “pré-candidato à prefeitura de Curitiba”.

Carol Dartora, que foi a primeira mulher negra eleita vereadora de Curitiba em 2020, garantiu uma vaga na Câmara Federal dois anos depois, então como a primeira deputada federal negra eleita pelo Paraná. Dos mais de 130 mil votos recebidos por ela, metade foi de eleitores de Curitiba, o que a coloca como uma das possíveis lideranças da esquerda na capital do Paraná.

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