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Política desperta menos interesse

Cientistas são a fonte mais confiável para os paranaenses, aponta pesquisa

Pesquisa entrevistou mais de 2,6 mil pessoas e mostra confiança dos paranaenses em cientistas.
Pesquisa entrevistou mais de 2,6 mil pessoas e mostra confiança dos paranaenses em cientistas. (Foto: Divulgação/Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do PR)

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Cientistas ligados a universidades e institutos públicos de pesquisa são as fontes de maior confiança para os paranaenses quando o assunto é ciência, tecnologia e inovação. É o que aponta a primeira pesquisa de percepção pública sobre o tema realizada no estado. O levantamento entrevistou 2.684 pessoas, com mais de 16 anos, em 88 municípios distribuídos pelas dez mesorregiões do Paraná.

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Os resultados revelam que os cientistas alcançaram índice de confiança de 0,93 em uma escala de 0 a 1, superando os médicos (0,89), que tradicionalmente aparecem no topo das pesquisas nacionais. Para o articulador do Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação - Napi Paraná Faz Ciência, Rodrigo Reis, o estudo tem caráter estratégico.

“A abrangência e o desenho metodológico tornam a pesquisa uma ferramenta para orientar políticas públicas de popularização da ciência, além de subsidiar universidades, institutos de pesquisa e gestores na formulação de ações voltadas à alfabetização científica e tecnológica no Paraná”, diz Reis, que é professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

Outro dado relevante é o nível de interesse da população em ciência e tecnologia: 58,8% dos entrevistados afirmaram ter muito ou algum interesse na área. O número é próximo à média nacional de 60,3%, registrada em estudo de 2023 pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE).

A educação aparece como o tema que mais desperta atenção dos paranaenses, citada por 83,4% da amostra. Em seguida vêm medicina e saúde (80,6%), meio ambiente (70,1%) e religião (69,7%). Na outra ponta, política figura entre os temas de menor interesse (52,6% afirmam não se interessar), seguida por arte e cultura (47,2%) e esportes (43,4%). O contraste aponta um potencial para fortalecer o engajamento em ciência e tecnologia por meio de estratégias de comunicação que aproximem esses assuntos da realidade cotidiana da população.

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As 45 questões aplicadas na pesquisa deram origem a 177 variáveis, resultando em quase meio milhão de registros. Esse banco de dados permitirá análises aprofundadas por região e perfil social, além de orientar políticas públicas e ações de popularização da ciência.

Para a articuladora do Napi Paraná Faz Ciência, Débora Sant’Ana, professora da Universidade Estadual de Maringá (UEM), a novidade é inédita. “É a primeira vez que temos dados representativos da percepção pública da ciência no Paraná, cobrindo todas as mesorregiões. A pesquisa possibilita compreender os interesses da população, sua visão sobre ciência e tecnologia e sua percepção sobre instituições de pesquisa”.

A iniciativa foi conduzida pelo Napi, com apoio da Fundação Araucária e da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti). “Eles permitem alinhar políticas públicas às necessidades da população e reforçam a importância de fortalecer a cultura científica como eixo de desenvolvimento econômico, social e regional”, afirma o secretário da pasta, Aldo Bona.

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