Como de costume, o setor agropecuário paranaense aguarda ansiosamente pela divulgação da lista de membros do famoso “clube do bilhão”, constituído pelos municípios que ultrapassam a marca de R$ 1 bilhão de Valor Bruto de Produção Agropecuária, o VBP. Que se trata, basicamente, do indicador que mede o faturamento bruto dentro dos estabelecimentos rurais, considerando as produções agrícolas e pecuárias, com a média de preços recebidos pelos produtores, neste caso, de todo o Paraná. O estado é responsável pelo segundo maior VBP do país, atrás, apenas do Mato Grosso.
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A curiosidade é que, mesmo com as adversidades climáticas que afetaram sobremaneira as culturas de verão no ano passado, as cidades conseguiram alcançar resultados satisfatórios no índice, e hoje totalizam 34 no clube. Segundo Larissa Nahirny Alves, assessora do Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná (Seab), a justificativa está nos preços recebidos pelos produtores.
“Mesmo que a agricultura tenha registrado perdas de produção, a valorização dos preços contribuiu para mitigar os prejuízos. Além disso, nos setores pecuário e florestal, a produção de várias culturas teve expansão - abates de aves, suínos e bovinos, produção de leite, produção de toras para serraria, laminação, papel e celulose. Embora o VBP da agricultura, no montante de R$ 85,2 bilhões, tenha recuado 3% na comparação com 2021, nesse período, a pecuária avançou 12% (R$ 96,9 bilhões) e o recorte dos produtos florestais cresceu 55% (R$ 9,6 bilhões)”, detalha.
Para Luiz Eliezer, do Departamento Técnico e Econômico do Sistema Faep/Senar, apesar da quebra na safra de soja (principal item atrelado ao VBP), que prometia 20 milhões de toneladas e caiu para 12 milhões por conta de intercorrências climáticas, isso não foi capaz de afetar o indicador final. Embora a produção tenha caído quase pela metade, a alta dos preços da soja quase compensou a média final. O sistema Faep/Senar é composto pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná e por sindicatos rurais.
da quebra na safra de soja (principal item atrelado ao VBP), que prometia 20 milhões de toneladas e caiu para 12 milhões por conta de intercorrências climáticas, isso não foi capaz de afetar o indicador final. Embora a produção tenha caído quase pela metade, a alta dos preços da soja quase compensou a média final. O sistema Faep/Senar é composto pela Federação da Agricultura do Estado do Paraná, pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural do Paraná e por sindicatos rurais.
“Nós tínhamos a saca da soja em 2022 a R$ 172 de preço médio e, em 2021, estava em R$ 161. Ou seja, mesmo que as questões climáticas tenham causado essa perda na produção, não chegou a quebrar a receita agregada do VBP do Paraná”, explica.
Pódio dos bilionários do agro no Paraná
Nos três primeiros lugares do "clube do bilhão" do agro paranaense estão Toledo, com o VBP de R$ 4,9 bilhões e a suinocultura como principal contribuição (R$ 1,3 bi); Castro, com R$ 4,15 bi e o leite como principal cultura (R$ 1,1 bi); e, para fechar, Cascavel, com R$ 3,19 bi e a avicultura com a maior parcela (R$ 560,3 mi).
A relação de desempenho, portanto, nada tem a ver com o índice populacional do município. De acordo com Eliezer, existem pequenas cidades que são importantes produtoras de alimentos e, mesmo assim, podem integrar a parte mais alta do ranking do "clube do bilhão" do agro.
“Tudo se trata do preço do produto multiplicado pelo volume produzido. Isso quer dizer que podemos ter municípios muito pequenos, mas que são grandes produtores de alimentos. É o caso, por exemplo, de Teixeira Soares. A cidade não chega a 10 mil habitantes, mas é a próxima a chegar no clube e já está com R$ 975 milhões”, exemplifica.
Municípios estão na "fila de espera" para o clube do bilhão do agro em 2024
Além de Teixeira Soares, citado pelo técnico da Faep, uma longa lista de municípios estão na iminência de fazer parte do "clube do bilhão" do agro na próxima divulgação. Para a economista do Deral, Larissa Nahirny, a tendência é que se aproximem mais ainda da cifra bilionária os locais em que a produção de grãos exerce participação expressiva na composição do VBP.
“Os municípios de Chopinzinho, São Mateus do Sul, Coronel Vivida, Corbélia, Mamborê, Matelândia, Nova Santa Rosa, Jaguariaíva, São José dos Pinhais, Paranavaí e Umuarama registraram um VBP na casa dos R$ 900 milhões em 2022. Alguns municípios, sobretudo aqueles localizados na região oeste, só ficaram de fora em virtude da quebra na safra de verão”, esclareceu.
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