Maio de 1968. José Aroldo Gallassini, um engenheiro agrônomo recém-formado, chega à cidade de Campo Mourão, no Noroeste do Paraná, para fazer um levantamento da realidade rural da região. O cenário não era dos mais promissores: o ciclo da madeira estava chegando ao fim, as terras eram impróprias para produção devido à acidez do solo e os agricultores locais desconheciam a tecnologia. Superando as adversidades, Gallassini fez os primeiros experimentos com plantio de trigo e soja.
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A atividade começou a prosperar, mas então surgiu outra preocupação: para quem vender a produção? A solução foi reunir um grupo de agricultores e formar uma cooperativa. Nascia assim, em 28 de novembro de 1970, a Cooperativa Agropecuária Mourãoense Ltda., formada por 79 associados. Cinquenta anos depois, a Coamo é simplesmente a maior cooperativa agrícola da América Latina e uma das maiores empresas do país.
“A Coamo surgiu da necessidade individual de pessoas com problemas comuns, que encontraram a solução se unindo na forma do cooperativismo”, diz o presidente executivo da cooperativa, Airton Galinari, em um vídeo comemorativo aos 50 anos. O que começou em um escritório de 50 metros quadrados hoje acumula números superlativos. São 29,4 mil cooperados distribuídos por 63 municípios nos estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. De acordo com a empresa, os volumes recebidos representam cerca de 3,5% de toda a produção nacional de grãos e fibras e 17% da safra paranaense.
Para Galinari, o sucesso da cooperativa está na manutenção dos valores que embasaram sua fundação, cinco décadas atrás. “A Coamo sempre foi conduzida com muita seriedade e honestidade, o que gerou um patrimônio moral que se tornou um de seus grandes alicerces”, destaca. Para ele, o que a empresa oferece a seus cooperados é algo único. “Quando ele vai aos entrepostos, encontra assistência técnica de qualidade, peças, insumos, oferta de crédito. Ele entrega sua produção com segurança, eu digo que é a casa do cooperado. Não existe algo assim em nenhum lugar do mundo.”
Distribuição de sobras do exercício, uma tradição da Coamo
Uma das principais tradições da Coamo é a distribuição das sobras do exercício entre os cooperados, algo que teve início logo em 1971. Na última quarta-feira (9) começaram a ser distribuídas as sobras de 2020, que somam R$ 139 milhões. “Se por um lado temos essa pandemia, que é algo muito ruim, pelo outro temos um ano muito bom para o agronegócio. A Coamo terá o seu melhor ano. Fazemos questão de transferir o que é dos cooperados para eles que são os donos da cooperativa e recebem parte do lucro, que no cooperativismo é chamado de sobras. Quanto mais participar, mais forte ele fica e mais forte fica a cooperativa”, diz José Aroldo Gallassini, atual presidente do Conselho de Administração.
Ao longo desses 50 anos, a Coamo vem investindo em pesquisa, tecnologia e industrialização. A empresa conta com moinho de trigo, fábrica de margarina, unidades de processamento de soja e refinaria de óleo de soja. Em 2019, a empresa teve um faturamento de R$ 13,9 bilhões. “Nosso grande desafio é dar continuidade ao grande trabalho feito nesses 50 anos, continuar transformando a vida das pessoas, levar produtos de qualidade e tecnologia ao cooperado e se manter como uma empresa moderna e atualizada”, conclui Airton Galinari.
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