Além da falta de leitos, os hospitais do Paraná estão colapsando financeiramente por causa do avanço acelerado da transmissão do coronavírus. O que leva à Federação dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Paraná (Fehospar), que representa instituições particulares e beneficentes, a fazer um apelo para que o governo do estado e a Assembleia Legislativa use parte do fundo de R$ 200 milhões destinado para compra de vacina da Covid-19 para salvar o caixa das instituições.
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“Sei que esse dinheiro é principalmente para comprar vacina, mas nesse momento quem precisa de ajuda é a assistência médica. Hoje o repasse de R$ 1,6 mil por leito não é nada”, apelou o presidente da Fehospar, Rangel Silva, aos deputados estaduais nesta quinta-feira (11) em sessão da Frente Parlamentar do Coronavírus. “Os hospitais já estão absorvendo a alta dos custos de insumos e equipamentos e não vão aguentar. Pode haver colapso financeiro porque a gente não consegue segurar o distribuidor para que não aumente os custos”, alerta o representante dos hospitais.
Rangel afirma que o avanço agressivo da transmissão de Covid-19 nas últimas semanas não só lotou os leitos como aumentou muito o consumo de diversos insumos, como medicamentos e oxigênio. Com isso, não só os preços explodiram como muitos materiais estão em falta. “O aumento nos preços está sendo muito pesado. Tem remédio que custava R$ 30 e agora estão pedindo R$ 300”, ilustra o representante dos hospitais.
No caso de equipamentos, Rangel Silva aponta que a situação é ainda mais grave. Além de os hospitais terem de improvisar respiradores de ambulância ou os de cirurgia, cuja capacidade não passa de duas horas, a pouca oferta que existe no mercado está com custo muito alto. Ele cita o caso das bombas de infusão, equipamento que leva o medicamento do soro ao braço do paciente, sem o qual sobrecarrega o trabalho da enfermagem, que tem que induzir o remédio manualmente. “Não se acha mais bomba de infusão. A mais barata que encontrei ontem foi por R$ 8,5 mil, lembrando que cada UTI usa de cinco a seis bombas”, ilustra o representante dos hospitais.
Sobre o oxigênio, o presidente da Fehospar alertou que mesmo com o acompanhamento da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), que semana passada emitiu alerta para que todos os municípios monitorem seus estoques, há risco de o insumo acabar. Isso porque a cada dia mais unidades menores de saúde, como as UPAs de Curitiba, estão tendo de intubar pacientes que não conseguem vaga em UTI, o que aumenta a demanda por oxigênio.
Rangel Silva afirma que se reuniu com o representante da White Martins, maior fabricante de oxigênio hospitalar no Brasil, que declarou que sem um planejamento meticuloso pode não haver como atender a demanda. “Não é pelo gás propriamente dito, é pela infraestrutura. Uma UPA que tem tanque de mil litros agora vai ter que partir para um tanque de 10 mil litros. O consumo está aumentando muito. No hospital que atuo, por exemplo, o consumo de oxigênio aumentou dez vezes”, reforça.
Gastos com equipes
O diretor-técnico do sistema Samu na região Oeste, o médico Rodrigo Nicácio, fez outro alerta à Frente Parlamentar do Coronavírus em relação ao aumento dos custos, especificamente no caso das equipes. “Aqui no Oeste, nosso custo mensal aumentou em R$ 200 mil só com hora extra, pagamento de funcionários afastados, pagamentos de combustível, oxigênio e montagem de equipes”, enfatiza.
Nicácio explica que hospitais pequenos que estão habilitados para comprar pequenas quantidades de insumos, agora estão tendo que atender uma demanda muito maior, o que aumenta o uso de medicamentos, oxigênio e outros materiais para o tratamento da Covid-19. “Fica a preocupação para que seja repensado o critério [de repasse de dinheiro] para que a gente atenda as pessoas”, apela.
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