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Após 12 anos de batalha judicial, o local que é considerado como a maior invasão do Paraná tem promessa de contar com água tratada, esgoto, pavimentação e endereço oficial. O Conjunto Bubas, que abriga 6 mil pessoas numa área de 522 mil metros quadrados no município de Foz do Iguaçu, receberá R$ 32 milhões em investimentos para uma urbanização completa nos próximos anos.
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A aglomeração começou a se formar ainda em 2013 e provocou uma batalha judicial pela permanência das famílias no local, uma propriedade particular. Com a intervenção da Defensoria Pública, como representante dos moradores, em 2022 foi feito um acordo para a regularização fundiária com indenização aos antigos proprietários.
Cerca de duas mil famílias vivem na comunidade, que ainda enfrenta graves carências de saneamento básico, coleta de lixo, segurança e áreas de lazer. O abastecimento de água depende de ligações clandestinas e o esgoto corre a céu aberto, expondo moradores, principalmente crianças e idosos, a riscos de doenças.
Em tempos de compras de produtos online, a falta de numeração predial cria uma situação inusitada. Os correios entregam todas as encomendas destinadas ao Conjunto Bubas na sede da associação de moradores de Foz, que vai entregando aos destinatários a medida em que eles procuram seus pertences.
Na última semana, o prefeito de Foz do Iguaçu, Silva e Luna (PL), fez uma roda de conversa com os moradores do Conjunto Bubas e anunciou um pacote de investimentos de R$ 32 milhões em saúde, cultura e urbanização, com recursos das administrações federal, estadual e municipal. A proposta contempla obras de infraestrutura com pavimentação em bloco de concreto, redes de drenagem, de água e de esgoto, além de serviços preliminares de drenagem, base e sub-base, revestimento, meio-fio com sarjeta, entre outros.
As obras devem durar cerca de três anos, em etapas: primeiro as redes subterrâneas, com a ligação de água e esgoto às moradias; na sequência, calçamento e meio fio. É o primeiro passo para dar ao espaço ares de urbanidade e aos moradores o mínimo de dignidade. “E, com a regularização fundiária, cada família será dona da sua casa”, afirmou Silva e Luna.
Os moradores do Bubas e vizinhança contarão com mais uma unidade básica de saúde, com capacidade para quatro equipes do programa Saúde da Família, ao custo de implantação de cerca de R$ 4 milhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e um CEU da Cultura (Centro de Artes e Esportes Unificados), que reunirá biblioteca, estúdio de gravação e espaços para esporte e lazer, com valor estimado em cerca de R$ 2,1 milhões, provenientes da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), repassados pelo Ministério da Cultura.
Estes dois equipamentos têm prazo de construção bem menor, sendo que o CEU deve ficar pronto em seis meses e a unidade de saúde em aproximadamente 18 meses. Durante o anúncio, o presidente da associação de moradores, Ronaldo Soares, destacou a importância da transparência. “É fundamental que a comunidade saiba exatamente o que será feito e como isso vai transformar nossa realidade.”



