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Deputado Renato Freitas (PT) responde por quebra de decoro parlamentar
Deputado Renato Freitas (PT) responde por quebra de decoro parlamentar| Foto: Orlando Kissner/Alep

O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) começou, nesta segunda-feira (27), a ouvir as testemunhas de defesa do deputado Renato Freitas (PT). Ele responde por quebra de decoro parlamentar. A representação foi protocolada pelo presidente da Assembleia, deputado Ademar Traiano (PSD).

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O deputado estadual Professor Lemos (PT) e o deputado federal Tadeu Veneri (PT), elencados como testemunhas de defesa de Freitas, não puderam estar presentes. Por conta disso, eles serão ouvidos nesta terça-feira (28), às 13h, na Sala de Comissões.

Na manhã desta segunda-feira (27), foram ouvidos o deputado Requião Filho (PT) e o chefe do Gabinete Militar da Alep, tenente-coronel Robson Seletti. Eles responderam os questionamentos dos membros da comissão e da advogada de defesa, Monique Santos.

Requião Filho foi questionado pelos membros sobre os atos ocorridos no dia 9 de outubro, em sessão na qual Freitas chamou de “hipócritas” representantes de igrejas evangélicas que estavam nas galerias da assembleia se manifestando contra o aborto e de "corrupto" o presidente da Alep. “A palavra do deputado [Renato Freitas] foi cassada porque o presidente não gostou do que ele estava falando. Para mim, isso gerou um embate entre dois deputados e o embate foi escalonando. O presidente se sentiu ofendido e ameaçou o deputado com esse processo aqui”, disse. Requião Filho lembrou que ele e outros deputados tentaram acalmar Freitas na data do ocorrido.

Após ouvir as outras duas testemunhas nesta terça, a defesa de Freitas terá prazo de 48 horas para apresentar as alegações finais. “Amanhã encerraremos essa fase instrutória, probatória, e daremos o prazo de 48 horas para a defesa apresentar as alegações finais do processo. Após isso, o relator, deputado Matheus Vermelho (PP), dará o seu parecer. Se tudo estiver de acordo, na segunda-feira (4), nós marcaremos uma reunião para a leitura do parecer”, explicou o presidente do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, deputado Delegado Jacovós.

Freitas (PT) não compareceu à sessão do Conselho de Ética. De acordo com a assessoria, ele vai se manifestar "em outro momento". A deputada Ana Júlia (PT), suplente no Conselho de Ética do representado Renato Freitas, também não compareceu.

Renato Freitas chamou representantes de igrejas evangélicas de “hipócritas”

O processo a que Freitas responde por quebra de decoro começou quando ele chamou, em discurso na tribuna da Alep, de “hipócritas” representantes de igrejas evangélicas que estavam nas galerias se manifestando contra o aborto, na sessão da Alep no dia 9 de outubro.

Ainda durante o discurso, Freitas alegou que o cristianismo havia sido sequestrado pelo que chamou de “populismo religioso”. “Esse é um problema que não é de hoje. Quem julgou Jesus? Quem confundiu a cabeça do povo para julgá-lo, crucificá-lo, torturá-lo, matá-lo? Os religiosos, os hipócritas. Falsos profetas, maus pastores. Jesus pregou o perdão, e hoje o que se vê nas igrejas é a substituição do perdão pelo ódio, pela vingança”, afirmou o deputado.

Após as falas, o parlamentar foi interrompido por vaias das galerias e pediu que seu tempo de discurso fosse restabelecido. Traiano reforçou aos presentes o caráter de pluralidade da Alep e pediu respeito ao tempo de fala do petista. Mas, ao devolver a fala a Freitas, que reclamou por mais tempo, Traiano disse que o tempo restante estava correto, e alertou o petista que falasse ou deixasse o microfone.

Ao retomar o discurso, Freitas voltou a chamar os presentes de hipócritas e protestou contra a atitude de Traiano. “Enquanto eu falo, o senhor ouve. Eu me inscrevi para estar me pronunciando. Se o senhor quer se pronunciar sobre o mérito da minha questão, faça a inscrição e fale. Portanto, ouça, o senhor e os hipócritas religiosos que lotam essa casa, que foram os mesmos que crucificaram Cristo”, falou.

Freitas também chamou Traiano de “corrupto”. O presidente da Alep respondeu, dizendo que a fala era “essencial para as providências necessárias de quebra de decoro parlamentar”. Confira trecho da discussão abaixo.

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