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Projeto de R$ 60 mi

Cooperativa dobra produção de tilápias com economia de 90% de água

Projeto que recebeu investimento de R$ 60 mi visa economizar até 90% de água na produção de tilápia da Copacol.
Projeto que recebeu investimento de R$ 60 mi visa economizar até 90% de água na produção de tilápia da Copacol. (Foto: Divulgação/Copacol)

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Uma cooperativa paranaense está investindo em tecnologia que promete economizar 90% de água na produção de tilápias, com foco em ampliar a efetividade do negócio. A expectativa é que sejam produzidos 50 milhões de alevinos.

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O projeto desenvolvido pela Copacol que alinha sustentabilidade e produção eficiente é tema da segunda reportagem da Gazeta do Povo da série Cooperativas paranaenses protagonistas em sustentabilidade.

A iniciativa da empresa para economizar água começou na nova Unidade de Produção de Alevinos (UPA), em Quarto Centenário, no oeste paranaense. Com tecnologia israelense, o projeto na nova unidade mira um reaproveitamento eficiente. "É uma tecnologia inovadora com a qual vamos economizar 90% de água”, afirma o presidente da Copacol, Valter Pitol.

A cooperativa investiu R$ 60 milhões no projeto. O consumo de água deve ser de 83m³, somente 10% do volume de um sistema tradicional. A água reutilizada passa por diversos filtros, meios de sedimentação e clarificação e depois retorna aos tanques produtivos.

Com a nova unidade atrelada a essa tecnologia de reaproveitamento de água, a cooperativa projeta dobrar a produção de tilápias. “Essa tecnologia vai nos ajudar a produzir 50 milhões, por ano, nessa estrutura”, destaca Pitol.

A novidade também permite que, por conta da fonte usada no sistema, os poços artesianos abasteçam os tanques elevados, o que reduz o risco de contaminação. O projeto tem um sistema de aeração por ar difuso e aerotube, permitindo um baixo consumo de energia. “Com os poços artesianos, vai diminuir o risco de contaminação. Essa UPA tem mais condições de controle sanitário e menor consumo de água. Todas as ações mostram uma eficiência técnica, sanitária e menor gasto da água”, reitera o presidente da Copacol.

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Em 2022, cooperativa investiu R$ 3,1 mi em estação de tratamento de água  

A novidade divulgada agora pela Copacol integra uma estratégia que vem sendo articulada pela empresa para a economia de água. Em 2022, a Copacol investiu R$ 3,1 milhões na instalação de uma estação de tratamento de água de reuso na unidade industrial de peixes, em Toledo (PR). O sistema contribuiu com a elevação na capacidade de processamento, sem a perfuração de poços artesianos.

As unidades da cooperativa em Nova Aurora e em Cafelândia também tiveram economia de água por conta da reutilização. Em torno de 2,5 mil m³ de água foram reutilizadas nessas plantas, no último ano.

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Problema ambiental vira solução: cooperativa destina dejeto de suínos para produzir energia elétrica  

Outra frente da Copacol tem sido transformar o que seria um problema ambiental em uma solução eficiente. No último ano, produziu 352,2 mil cabeças de suínos. Contudo, a alta produção também gera muitos dejetos. Estima-se que um suíno em fase de terminação (quando os suínos são alimentados para alcançarem as características exigidas pelo mercado, de 25-100 quilos) pode produzir até sete litros de dejetos.

E foi pensando em resolver esse problema que os dejetos de suínos estão se tornando fonte renovável de energia. A iniciativa é capaz de manter as lâmpadas acesas e máquinas por 24 horas. A cooperativa instalou biodigestores em todas as unidades para captar o biogás produzido pelos dejetos e transformar em energia elétrica, ao custo de R$ 15,1 milhões.

“O projeto já está em funcionamento. Os dejetos de suínos e resíduos são transformados em energia elétrica. Estamos conseguindo assim dar um destino correto [aos dejetos]. Isso é uma economia de R$ 6 milhões, por ano, para a cooperativa”, explica o presidente da Copacol.

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Sustentabilidade está no DNA das cooperativas, diz especialista

Quando planejam práticas de sustentabilidade, as cooperativas têm um olhar no futuro. Para Alex Antonio Ferraresi, coordenador do programa de pós-graduação em Gestão de Cooperativas e Organizações Complexas e Plurais da PUCPR, as cooperativas buscam ter negócios duradouros e, por isso, se preocupam meios de serem mais eficientes a longo prazo.

Para o cooperativismo, o ESG não é novidade. “Os princípios que se pregam no ESG fazem parte do DNA do cooperativismo (responsabilidade social, equilíbrio ambiental e econômica). Uma comunidade não existe para um ciclo, mas busca sempre estar evoluindo. A cooperativa tem uma perspectiva de perenidade”, destaca Ferraresi.

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