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Paraná tem mais de mil testes de coronavírus aguardando resultado.
Paraná tem mais de mil testes de coronavírus aguardando resultado.| Foto: Antonio Americo/Sesa

O Paraná teve, entre a primeira semana de março e a segunda semana de abril, 1,8 mil internamentos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), de acordo com o InfoGripe, banco de dados de monitoramento da gripe e outras síndromes respiratórias da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O número é mais do que três vezes maior ao registrado em 2019 (502 casos). Foram 197 mortes por doenças respiratórias nestas seis semanas de 2020, ante 70 no mesmo período do ano passado.

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O número sofre influência direta do novo coronavírus, já que a Covid-19 é uma doença enquadrada como SRAG, mas mesmo contando as ocorrências relativas à nova doença não seria possível justificar tamanho crescimento. Até o dia 11 de abril (data do último registro disponível pela Fiocruz) o Paraná tinha 688 casos confirmados de Covid-19 e 27 óbitos.

Ocorre que os números do Infogripe, que mostra esse crescimento expressivo de casos de SRAG, estão sendo apontados como indício de uma possível subnotificação de casos graves da nova pandemia no Brasil. Não é o que defendem os especialistas. As secretarias de Saúde do Paraná e de Curitiba, bem como infectologistas consultados pela Gazeta do Povo descartaram essa hipótese.

“Há sim subnotificação, como todos sabemos, pelo fato de muitos portadores do vírus serem assintomáticos ou terem sintomas leves. E muitos desses pacientes não estão sendo testados, pela limitação que temos no número de testes, mas todos os pacientes internados com SRAG são testados. Então, não está aí a subnotificação. Ela está nos casos leves”, explica o diretor da Associação Paranaense de Infectologia, Rafael Mialski.

“Todos os pacientes internados nos hospitais com Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), nas redes pública e privada de Saúde, fazem exames para detectar quais são os vírus e bactérias [influenza A e B, vírus sincicial respiratório, adenovírus, hantavírus, pneumococos, leptospirose, etc.] que estão causando o agravamento do quadro“, assegura a secretária municipal de saúde, Márcia Huçulak. “Com a pandemia da Covid-19, este monitoramento continua a ser realizado, mas agora inclui também a verificação da nova doença. Desta forma, todos os pacientes internados com situações respiratórias graves são testados para Covid-19 em Curitiba”, acrescenta, citando que até a última quinta-feira (23), 87 óbitos por SRAG foram investigados, sendo 84 casos descartados para coronavírus e três ainda aguardando o resultado.

“Não temos sido surpreendidos por óbitos anteriores ao teste e que depois tenha dado positivo. Nossos 14 óbitos já estavam internados com a confirmação da infecção pelo coronavírus”, comentou a médica infectologista da secretaria, Marion Burger.

Através da assessoria de imprensa, a Secretaria de Estado da Saúde também reforçou que todos os casos respiratórios graves são testados para Covid-19 e informou que, após a pandemia, o sistema público de saúde “está mais sensível às Síndromes Respiratórias”. Informação confirmada pelo diretor da Associação de Infectologia. “Aumentou a SRAG, mas ainda temos ‘poucas’ por Covid. Deduz-se que estamos mais sensíveis na notificação das SRAG. Por causa da pandemia, mais pessoas com sintomas respiratórios estão procurando os serviços de saúde, os serviços estão mais rígidos na notificação e os profissionais estão mais propensos a internar pacientes limítrofes que, talvez, em tempos de normalidade, fossem tratados em casa”, argumenta, citando o exemplo de algumas pneumonias que podiam ser tratadas com antibiótico e repouso em casa, mas, agora, pela suspeita de Covid-19, opta-se pelo internamento do paciente, ao menos até o resultado do teste para coronavírus.

Cartórios já registraram 75 óbitos

Os Cartórios de Registro Civil brasileiros passaram a divulgar, no Portal da Transparência, dados sobre as causas de mortes constantes nos registros de óbitos. Segundo o serviço, morreram, no estado, até as 18 h desta sexta-feira (24), 75 pessoas com suspeita ou confirmação de Covid-19, enquanto o boletim da Secretaria de Estado da Saúde confirmou, nesta mesma data, 65 mortes pela doença. Os cartórios do Paraná ainda registraram 2.057 mortes por insuficiência respiratória neste ano (em 2019, até 24 de abril, foram 2.209 óbitos) e 3.171 mortes por pneumonia (foram 3.115 no mesmo período de 2019).

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