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O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) visita Curitiba (PR) no dia 4 de abril para um almoço com o governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), e para participar de um encontro partidário com a presença de prefeitos, vices e vereadores eleitos no ano passado. No evento, Bolsonaro irá anunciar a pré-candidatura ao Senado do deputado federal Filipe Barros (PL), um dos principais aliados do ex-presidente no estado paranaense.
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Nesta quarta-feira (19), Barros assumiu a presidência da Comissão de Relações Exteriores na Câmara dos Deputados, no lugar do parlamentar licenciado Eduardo Bolsonaro, que permanece nos Estados Unidos. O deputado e filho do ex-presidente justificou a decisão pelo que considera violações de direitos e liberdades no país e pela perseguição política contra a família pelo Judiciário brasileiro.
Barros foi indicado por Bolsonaro para o cargo na comissão parlamentar e demonstrou alinhamento com as pautas defendidas por Eduardo nos Estados Unidos. Além disso, o julgamento do ex-presidente pela 1ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) - que pode tornar Bolsonaro e sete denunciados réus na denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) pela suposta tentativa de golpe de Estado - deve integrar a pauta da visita ao Paraná. A decisão da Corte será tomada na semana que antecede o encontro do PL na capital paranaense.
Conforme a apuração da Gazeta do Povo, não haverá eventos públicos na passagem do ex-presidente pelo Paraná como ocorreu no último final de semana no Rio de Janeiro, onde apoiadores de Bolsonaro se reuniram em uma manifestação em apoio à anistia.
A visita ao Paraná estava inicialmente programada para março, mas houve um ajuste na agenda para que Bolsonaro pudesse encontrar Ratinho Junior, um dos governadores cotados para a disputa presidencial em 2026. A Executiva estadual do PL também deve participar do almoço entre o governador e o ex-presidente, aliados desde as eleições de 2018.
Deputado reforça candidatura de Bolsonaro em 2026
Em entrevista à Gazeta do Povo, Filipe Barros lembrou da aliança entre PL e PSD pela disputa nas principais cidades do Paraná no pleito municipal do ano passado e vislumbrou que a parceria deve se manter para as eleições de 2026. “Há um ano, o Bolsonaro, o governador, junto comigo e com o presidente [estadual do PL] Fernando Giacobo, nos reunimos em Brasília (DF), para uma parceria de longo prazo", relembrou.
Confirmando a pré-candidatura ao Senado, o deputado acrescentou: "Bolsonaro tem falado sobre a importância de termos senadores e uma boa bancada de deputados federais. Já existe esse alinhamento para 2026 de caminharmos juntos, assim como ocorreu nas eleições municipais”.
Questionado sobre a opção pelo nome do governador Ratinho Junior para disputar as eleições presidenciais do ano que vem como representante da direita, Barros respondeu que o partido trabalha apenas com a possibilidade de ter Bolsonaro encabeçando a chapa presidencial.
“Nós do PL temos a convicção de que ele vai reverter a inelegibilidade. São dois processos sem razão para existirem. Aliás, nenhum transitou em julgado no TSE [Tribunal Superior Eleitoral]. Então, a esperança é de mudança de cenário até as eleições de 2026”, completou Barros.
No dia 4 de abril ainda está prevista a inauguração da nova sede do PL na capital do Paraná, com a presença de Bolsonaro. A agenda do ex-presidente vai terminar no período da noite, quando será realizado o evento partidário em local ainda não foi divulgado.
“A ideia é fazer uma reunião com o governador e um encontro do PL do Paraná com prefeitos, vices e vereadores que foram eleitos. Cuidar da nossa casa. Nós temos cerca de 500 vereadores e aproximadamente 60 prefeitos: um time muito forte no estado e o Bolsonaro deve falar sobre os planos para 2026”, comentou o parlamentar.
Parceria entre Bolsonaro e Ratinho Jr. envolve candidatura ao Senado e ao governo do Paraná
A articulação política costurada por Ratinho Junior e Bolsonaro em 2024 renovou a aliança entre os dois, com vitória das chapas PSD-PL nas duas maiores cidades do estado: a capital Curitiba e Londrina, no norte do Paraná, base eleitoral de Filipe Barros.
A parceria foi ameaçada durante a pré-campanha com a possibilidade de lançamento de candidaturas opostas em Curitiba, principalmente por causa do estremecimento na relação entre Bolsonaro e o presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. No entanto, Ratinho Junior conseguiu superar as divergências e foi responsável pelo acordo como presidente estadual da sigla. No segundo turno, Eduardo Pimentel (PSD) foi eleito prefeito da capital paranaense tendo o ex-deputado federal Paulo Martins (PL) como vice.
Cotado como pré-candidato presidencial pelo PSD, o governador paranaense pode optar pela disputa por uma das duas cadeiras ao Senado pelo estado. Mesmo neste caso ele deve apoiar a candidatura como senador de Filipe Barros em uma campanha eleitoral em "dobradinha" com o PL.
Nos bastidores, o apoio de Ratinho Junior é visto como estratégico ao pré-candidato do PL em uma corrida acirrada pelos votos dos eleitores do âmbito da direita. A jornalista Cristina Graeml, ex-candidata à prefeitura de Curitiba, foi lançada pelo Podemos como pré-candidata ao Senado. O ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo) também é cotado para a disputa do cargo.
Por outro lado, o PL não deve ter candidato ao governo estadual em 2026 para, então, apoiar o sucessor escolhido por Ratinho Junior. Entre os nomes do PSD que podem receber a benção do governador para sucessão estão:
- o deputado estadual Alexandre Curi (PSD), que assumiu a presidência da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para o biênio 2025-2026;
- o ex-prefeito de Curitiba Rafael Greca (PSD);
- o atual secretário de Planejamento do Paraná, Guto Silva;
- o deputado federal e ex-secretário estadual da Saúde Beto Preto (PSD);
- o vice-governador Darci Piana (PSD).
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