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Pré-candidatos de peso

Deltan Dallagnol entra no páreo e aumenta concorrência na direita pelo Senado

Dallagnol teve o mandato cassado pelo TSE, mas pode concorrer em nova eleição. (Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados.)

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O partido Novo confirmou nesta semana que pretende lançar a pré-candidatura do ex-procurador da República e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo) para a corrida eleitoral de 2026 por uma vaga ao Senado pelo estado do Paraná. A entrada do ex-integrante da operação Lava Jato nas eleições do próximo ano pode deixar a disputa pelas duas cadeiras paranaenses ao Senado ainda mais concorrida com até cinco nomes identificados com o eleitorado de centro-direita e direita.

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A intenção de lançar a pré-candidatura foi confirmada à Gazeta do Povo pelo presidente do Novo no Paraná, Lucas Santos, que lembrou que Dallagnol teve 345 mil votos nas eleições de 2022, quando foi o candidato a deputado federal mais votado no estado. No ano seguinte, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o registro de candidatura do ex-procurador da Lava Jato, que consequentemente perdeu o mandato na Câmara dos Deputados.

“Ele está refletindo com responsabilidade sobre a melhor forma de servir o país neste novo momento. Mas nós, do Novo, temos convicção do que queremos. É o mesmo desejo de milhares de curitibanos e paranaenses que se orgulham da Lava Jato: ver o Deltan no Senado enfrentando os abusos do STF [Supremo Tribunal Federal]”, afirmou Santos.

O presidente da sigla no Paraná ainda esclareceu que a cassação do registro nas eleições de 2022 não impede a candidatura de Dallagnol ao Senado, que se manteve elegível e teve os direitos políticos preservados. Nas eleições de 2024, o Novo chegou a colocar o nome do ex-procurador como pré-candidato à prefeitura de Curitiba, mas optou pela coligação em apoio ao prefeito eleito Eduardo Pimentel (PSD).

“Deltan não está inelegível. A decisão de não disputar as eleições de 2024 foi totalmente alinhada ao seu propósito de vida e à sua convicção de como melhor servir o Brasil naquele momento. A inelegibilidade nunca foi uma preocupação para nós”, declarou Santos, que ainda confirmou a pré-candidatura do governador mineiro Romeu Zema (Novo) à Presidência da República. “Isso só deve mudar caso Jair Bolsonaro (PL) recupere seus direitos políticos”, acescentou.

Graeml e Barros lançam pré-candidaturas de direita ao Senado; Ratinho Jr. pode entrar na briga

Na semana passada, Bolsonaro confirmou a pré-candidatura ao Senado do deputado federal paranaense Filipe Barros (PL), principal articulador político do ex-presidente no estado. O anúncio oficial foi feito durante a agenda de Bolsonaro no Paraná no dia 4 de abril, quando ele almoçou com o governador Ratinho Junior (PSD), em Curitiba, antes de participar da abertura da ExpoLondrina, tradicional feira agropecuária na cidade de Londrina, reduto eleitoral de Barros no norte do estado.

Em fevereiro, o Podemos já havia anunciado a pré-candidatura da jornalista Cristina Graeml ao Senado durante a cerimônia de filiação da ex-candidata à prefeitura de Curitiba no Salão Verde do Congresso Nacional. O anúncio foi feito pela presidente nacional da sigla, a deputada federal Renata Abreu.

Além de declarar publicamente o apoio ao aliado do PL, Bolsonaro também afirmou que deve participar da campanha de Ratinho Junior, caso o governador opte pela vaga ao Senado. Duas cadeiras estarão em disputa no estado nas eleições de 2026. “O Filipe Barros é do nosso partido e está certo. A outra vaga é do Ratinho, o resto a gente vê depois”, disse o ex-presidente.

Pré-candidato à Presidência da República pelo PSD, Ratinho Junior participou do ato pró-anistia em apoio a Jair Bolsonaro no último domingo (6) e deve manter a aliança política com o ex-presidente, firmada desde a vitória de ambos nas eleições de 2018. Ou seja, a candidatura presidencial de Ratinho Jr. depende do futuro político de Bolsonaro, que é réu pela suposta tentativa de golpe de Estado no STF e aposta no PL da Anistia para reversão da inelegibilidade imposta pela Justiça Eleitoral. 

Nesse cenário, o governador pode disputar a eleição ao Senado ou indicar um nome do grupo político que apoia a gestão estadual. Além do apoio de Bolsonaro, Ratinho Junior ainda entraria na corrida com alta aprovação do eleitorado. Segundo o instituto Paraná Pesquisas, a gestão estadual é aprovada por 69% dos paranaenses, conforme o levantamento divulgado no final de fevereiro. Mesmo assim, interlocutores do grupo político de Ratinho Junior afirmam que ele prefere disputar a corrida presencial em uma chapa como candidato a vice-presidente do que concorrer ao Senado. 

Outro nome da direita que pode aparecer como pré-candidato a senador é do deputado federal Pedro Lupion (PP). O nome do presidente da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) tem o aval de Ricardo Barros, principal cacique do Partido Progressistas no Paraná.

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Segundo o último levantamento da Paraná Pesquisas, o governador Ratinho Junior lidera o cenário estimulado com 47,8% das intenções de votos, seguido pelo ex-governador Roberto Requião (sem partido) com 31,7% na preferência dos entrevistados. Em seguida, Graeml, Filipe Barros e Dallagnol aparecem tecnicamente empatados com 18,8%, 16,5% e 14,3%, respectivamente. Lupion somou 9% e o deputado federal Zeca Dirceu (PT) teve 8,4%.

Além do filho do ex-ministro petista José Dirceu, a presidente nacional do PT e ministra do governo Lula, Gleisi Hoffmann, é o outro nome cotado para disputar a cadeira pelo partido no Paraná. Ainda pela esquerda, Requião deixou o Mobiliza após concorrer à prefeitura de Curitiba no ano passado, depois de ter rompido com o PT. Ele foi convidado para se filiar ao PDT pelo presidente da sigla, Carlos Lupi.

No segundo cenário estimulado sem a presença de Ratinho Jr. e de Deltan Dallagnol, Requião lidera a corrida ao Senado com 33,6% das intenções de votos. O nome do governador é substituído pelo presidente da Assembleia Legislativa, Alexandre Curi, também do PSD, que somou 26,6% no levantamento. No entanto, Curi é cotado como um dos nomes que podem ser escolhidos pelo partido como sucessor de Ratinho Junior ao governo do estado.   

Novamente, Graeml e Barros aparecem tecnicamente empatados com 22,2% e 20,6%, respectivamente. O petista Zeca Dirceu teve 10,6% das intenções de votos, empatado com Lupion, que foi citado por 10,5% dos entrevistados.

  • Metodologia da pesquisa: 1.652 entrevistados pelo Paraná Pesquisas, em 64 municípios do Paraná, entre os dias 22 e 25 de fevereiro de 2025. Nível de confiança: 95%. Margem de erro: 2,5 pontos percentuais.

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