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Saúde pública

Dengue tem mais casos, mas menos registros de mortes provocadas pela doença no PR

Casos de dengue despencaram no Distrito Federal no primeiro trimestre deste ano. Na foto, o mosquito Aedes Aegypti.
Na foto, o mosquito Aedes Aegypti. (Foto: SESA/Divulgação)

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Em ligeira queda após atingir o maior número de casos em uma semana, pico registrado em meados de maio, a dengue tem se comportado de maneira diferente no Paraná neste período epidemiológico, que vai de agosto de 2021 até julho próximo.

Até o momento, são 86,8 mil casos confirmados, quatro vezes mais que o observado no mesmo período da série anterior. Porém, até o momento o número de mortes não acompanha o salto de casos. São 41 óbitos até agora, nove a mais do que em todo o período anterior e um quadro menos expressivo do que em 2019-2020, na pior epidemia que o estado atravessou, com 177 mortes.

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Mas o Paraná é um dos estados com o maior número de casos graves da doença no país: 1.564. Até a última semana, apenas Goiás e São Paulo tinham números mais altos.

Em consulta da Gazeta do Povo à Secretaria do Estado de Saúde (Sesa), o aumento expressivo de casos confirmados teve, entre as causas, “questões climáticas como temperaturas elevadas e pluviosidade aumentada em todo o estado, propiciando o aumento da densidade e proliferação vetorial”.

Mesmo sendo historicamente um período de muitas notificações, à exceção de 2016 e 2020, quando esse aumento se deu mais cedo, o momento atual viu um crescimento acima do esperado nos casos confirmados. Em março, o salto foi de 257 para 966 casos. Dois meses depois, o ápice com 12,4 mil casos, seis vezes maior que o pico no período 2020-2021, quando 1,9 mil casos foram confirmados em apenas uma semana de abril. No momento são 7,5 mil novos casos confirmados, o que aponta para uma possível queda nas próximas semanas.

Quadro de epidemia de dengue se mantém

O quadro de epidemia de dengue no Paraná, decretado em 19 de abril, não tem previsão de que seja suspenso, apesar de parecer que o pior já passou. "A curva ainda se encontra acima do esperado para o período, então aguardamos para as próximas semanas o retorno ao número esperado e a interrupção da transmissão”, informa a Sesa.

Pesa ainda que, apesar de o Paraná estar entrando em uma tendência de queda da curva, os dados são preliminares, visto que as notificações podem ser feitas em até 60 dias pelos municípios, consolidando, ou não, a tendência.

Mesmo que haja aumento de chuvas, a quedas nas temperaturas médias, com a chegada do inverno, não favorece a proliferação vetorial. "Historicamente, nos meses de inverno o Paraná não apresenta elevação quanto às confirmações de casos de dengue”, explica a secretaria.

Entre as regiões que ainda merecem atenção e que devem permanecer com ações de controle, estão Norte, Noroeste, Oeste e Litoral do Paraná. No último boletim, 343 municípios confirmaram a doença, 311 deles com casos autóctones, ou seja, a dengue foi contraída na cidade de residência dos pacientes.

Sorotipo anterior volta a prevalecer

Outra diferença da situação atual é que tem prevalecido o sorotipo Denv 1. São quatro sorotipos do vírus da dengue detectados no Brasil e o monitoramento deles é feito em 60 unidades sentinelas do Paraná, o que possibilita a comprovação da circulação e a tipificação viral de forma efetiva e precoce.

Especialistas da Sesa avaliam que as recentes epidemias de dengue têm ocorrido em número de casos superiores às anteriores, com comportamento cíclico, em alguns anos relacionados à introdução de novos sorotipos.

Estratégias de combate

Apesar de algumas iniciativas, como a da cidade de Ortigueira, que tem usado a técnica de espalhamento de fêmeas esterilizadas no ambiente e visto os casos caírem, “a remoção mecânica e a eliminação de recipientes que acumulam água ainda são a melhor forma de controle do vetor transmissor da dengue”, afirma a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná.

Segundo a Sesa, até o momento o Ministério da Saúde, que é quem autoriza e referenda o uso de novas tecnologias, "não recebeu evidências suficientes de que a adoção desta tecnologia é determinante na redução de casos de dengue”.

Medidas complementares, como o uso de inseticidas e larvicidas, somente têm eficácia se usadas em conjunto com a eliminação e remoção mecânica, uma vez que estes produtos atuam em uma determinada fase do desenvolvimento do vetor.

Veja o número de casos confirmados de dengue nos últimos 10 boletins:

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