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Norte do Paraná

Duplicação da PRC-272 aposta em concreto e redesenha logística do Vale do Ivaí

Projeto da PRC-272 simboliza a estratégia do Estado de apostar no concreto e na ampliação de rodovia no Paraná para dar mais segurança e fluidez ao transporte regional.
Corredor logístico terá 54,81 quilômetros de extensão. (Foto: Ilustração/DER-PR)

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A duplicação e restauração da PRC-272, entre Mauá da Serra e Lidianópolis, no Vale do Ivaí, representa um dos projetos mais estratégicos da atual política de infraestrutura do Paraná. Com 54,81 quilômetros de extensão, o trecho liga a BR-376 à PRC-466 e passa a integrar um corredor logístico estruturante que conecta o norte, o noroeste e o centro-sul do estado. A obra aposta no pavimento rígido de concreto e em faixas adicionais para aumentar a segurança viária e dar fluidez ao escoamento da produção agropecuária.

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Segundo o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex, o projeto vai além de uma intervenção pontual. “Esta nova obra vai completar a ligação de rodovias inteiramente de concreto, desde Guarapuava até Mauá da Serra. Vamos ter trechos duplicados, faixas adicionais e muitos viadutos, transformando completamente o deslocamento dos habitantes, o transporte de carga e o escoamento da produção”, afirma.

O edital publicado pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR) prevê a restauração total da pista por meio da técnica de whitetopping, em que o pavimento asfáltico existente é utilizado como base para a execução de uma nova camada de concreto. Também estão previstos acostamentos em ambos os lados da rodovia, com 2,50 metros de largura, enquanto as faixas de rolamento terão 3,60 metros.

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Um dos principais ganhos que a obra deve trazer ao trecho da PRC-272 está na correção de pontos críticos do traçado. Embora não haja histórico recente de erosões ou danos estruturais graves, o secretário destaca que a rodovia concentra curvas acentuadas e subidas íngremes, fatores que contribuem para acidentes e lentidão do tráfego.

“Temos segmentos onde ocorrem ultrapassagens irregulares ou formação de filas atrás de caminhões. A obra prevê a correção da geometria dessas curvas e a implantação de terceiras faixas em todos os locais de subida”, explica Sandro Alex. Ao todo, serão implantados 31,7 quilômetros de faixas adicionais, permitindo que veículos pesados sigam em velocidade compatível, enquanto carros menores realizam ultrapassagens com mais segurança.

Durante a execução dos trabalhos, o tráfego será mantido com sistema de pare-e-siga. O secretário reconhece que haverá impacto pontual, mas descarta bloqueios totais. “Não haverá interdição. Executamos a obra em um lado da pista, liberamos o tráfego quando o concreto está pronto e seguimos no outro. É inevitável algum tempo de espera, mas sempre com circulação garantida”, afirma. A estratégia busca minimizar prejuízos, sobretudo nos períodos de safra, quando o fluxo de caminhões aumenta significativamente na região.

Outro ponto acompanhado de perto pelo governo é o comportamento do tráfego após a conclusão da obra. O DER já utiliza balanças estáticas e dinâmicas para fiscalização de excesso de carga em outras rodovias estaduais. “Vamos monitorar o volume de veículos pesados e, se houver necessidade, fazer os estudos para implantar fiscalização por balança também nesse trecho”, diz Sandro Alex.

Curvas e segmentos de subida da PRC-272 estão no centro do projeto, que prevê faixas adicionais para reduzir riscos e melhorar a fluidez do tráfego.Curvas e segmentos de subida da PRC-272 estão no centro do projeto, que prevê faixas adicionais. (Foto: Divulgação/DER-PR)

Concreto, vida útil e impactos econômicos no Vale do Ivaí

A escolha pelo pavimento de concreto é considerada estratégica dentro do planejamento estadual. De acordo com o secretário, a expectativa de vida útil do pavimento na PRC-272 é de cerca de 30 anos, com custos reduzidos de manutenção ao longo das primeiras décadas. “Geralmente, a conservação se resume à substituição pontual de uma placa de concreto danificada. O maior investimento recorrente será na recomposição da sinalização horizontal”, explica.

Essa durabilidade tem reflexos diretos no custo logístico. Menos intervenções ao longo do tempo significam menos interrupções, menor desgaste de veículos e maior previsibilidade no transporte de cargas. “Caminhões não vão encontrar frentes de trabalho fechando buracos. Isso evita frenagens inesperadas, danos em pneus e tempo parado, que representam custo para o produtor e para o transportador”, afirma o secretário.

Além da rodovia em si, o projeto contempla soluções específicas para áreas urbanas e rurais ao longo do traçado. Estão previstos viadutos, vias marginais, adequação de trevos, calçadas com rampas e piso tátil, abrigos de ônibus e dispositivos de travessia segura. “O projeto de engenharia olha para os veículos, mas também para os pedestres e para quem vive às margens da rodovia. É mais segurança, mais conforto e oportunidades de desenvolvimento para a região”, ressalta.

A duplicação da PRC-272 integra o chamado eixo central de rodovias, que conecta Guarapuava à BR-369, em Campo Mourão, e à BR-376, em Mauá da Serra - todas federais e incluídas nos novos lotes de concessão. “São obras que conversam entre si. Queremos uma malha rodoviária capaz de absorver o crescimento do tráfego nas próximas décadas, sem disputar usuários, mas ampliando alternativas”, afirma.

Somadas as obras em andamento, em licitação e em fase de projeto no Vale do Ivaí e região Central, os investimentos em pavimentação de concreto já ultrapassam R$ 2 bilhões. Para o governo, a expectativa é que a ampliação da rodovia funcione como indutor de novos empreendimentos, gere empregos e fortaleça a competitividade agrícola.

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