Edson Vasconcelos é candidato à presidência da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep) pela chapa “Somos Indústria, Somos Fiep”. Ele disputa o cargo com Rommel Barion, em eleição marcada para o próximo dia 15.
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Natural de Cascavel, no oeste paranaense, Vasconcelos atua no ramo imobiliário e de hotelaria, e também no setor da construção civil como sócio proprietário da Vasto Engenharia, Briedge Incorporadora e da Toledo Energias Renováveis. A chapa completa pode ser conhecida aqui.
Vasconcelos iniciou sua ligação com o associativismo como membro da Diretoria do Sindicato das Indústrias da Construção Civil (Sinduscon) de Cascavel. No Sinduscon, participou de programas como o Oeste em Desenvolvimento. Ele também tomou parte em entidades do setor produtivo da região, como o Conselho de Desenvolvimento Econômico Sustentável de Cascavel (Codesc), o Instituto de Planejamento de Cascavel (IPC) e o Sindicato das Indústrias de Produtos e Artefatos de Cimentos do Paraná (Sindicaf).
Na Fiep, Vasconcelos é vice-presidente e está à frente do Conselho de Infraestrutura, que concentra esforços na busca por soluções para o aperfeiçoamento da infraestrutura e logística paranaenses. “Eu me qualifico para a disputa pela presidência da Fiep por ter percorrido uma trajetória profissional e associativa voltada para o setor industrial. Possuo uma vasta experiência no setor, tendo atuado como líder em diversas empresas e também tendo ocupado cargos de gestão em entidades representativas da indústria, sentindo a dor de quem quer produzir”, afirmou, em entrevista à Gazeta do Povo.
Confira a entrevista de Edson Vasconcelos à Gazeta do Povo
Qual é a importância da Fiep para o estado do Paraná e para o Brasil?
Uma entidade de extrema importância para o estado do Paraná e para o Brasil, a Fiep faz parte do Sistema que é composto também pelo Serviço Social da Indústria (Sesi), Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) e Instituto Evaldo Lodi (IEL) que, juntos, atuam nas áreas de representatividade, educação, inovação e segurança e saúde do trabalhador.
A Fiep atua na defesa dos interesses da indústria, buscando condições favoráveis para o desenvolvimento do setor, contribuindo para uma política industrial nacional e estadual, mas que deve chegar aos municípios também. Por meio de parcerias com outros órgãos e instituições, a Fiep influencia políticas públicas, promove a geração de emprego e renda, fomenta a inovação e auxilia na melhoria da competitividade das empresas.
A indústria vem perdendo espaço no PIB nacional há pelo menos quatro décadas. A desindustrialização no Paraná tem feito com que a participação deste setor venha diminuindo na economia do estado. O que a Fiep pode fazer para reverter esse cenário?
A Fiep pode agir no sentido de promover políticas de incentivo à indústria, em especial uma política industrial para o Paraná, buscando combater as causas da desindustrialização, estimulando a inovação, investimentos em tecnologia e capacitação de mão-de-obra qualificada. Além disso, a entidade pode atuar na busca por melhores condições de financiamento, redução da burocracia e criação de um ambiente favorável para o desenvolvimento industrial.
O setor industrial vem sofrendo com uma alta carga tributária. A reforma proposta no Congresso Nacional teoricamente redistribuirá um pouco a cobrança de impostos, aliviando a da indústria e pesando mais para serviços e agro. Mas só isso basta para reverter o cenário atual? Como o senhor vê a proposta de reforma tributária e como ela deve afetar a indústria paranaense?
A reforma tributária é essencial para reduzir a carga tributária sobre o setor industrial. A Fiep deve acompanhar de perto a tramitação dessa reforma, propondo melhorias e defendendo os interesses da indústria paranaense. Esse item é um dos grandes responsáveis pela desindustrialização nacional e paranaense.
Quais são as expectativas do senhor em relação ao novo modelo de pedágio? Há alguma mudança positiva para a indústria dentro dos novos contratos de concessão das rodovias no Paraná?
A expectativa em relação ao novo modelo de pedágio é que haja uma redução nos custos de transporte para o setor industrial. A Fiep está próxima a essa pauta e deve acompanhar as negociações e lutar para que as necessidades da indústria sejam contempladas nos novos contratos de concessão das rodovias.
O interior do Paraná reclama da falta de infraestrutura para as indústrias, como a construção de novos contornos rodoviários na região norte e o alto custo do escoamento da produção até Curitiba e o Porto de Paranaguá. O que a Fiep pode fazer para reverter este cenário e tornar o interior do estado tão atrativo para as indústrias como hoje é a região dos Campos Gerais?
Para tornar o norte e outras regiões do estado atrativas para as indústrias, a Fiep pode atuar na busca por investimentos em infraestrutura, como a construção de novos contornos rodoviários e a melhoria da malha viária. Além disso, é importante promover ações de desenvolvimento econômico regional e oferecer suporte para as empresas que desejam se instalar na região.
A indústria no Brasil perde em competitividade com outros países, entre outros fatores, por falta de atualização de maquinário. Um exemplo foi observado pelo Instituto de Inovação do Senai, em que a indústria têxtil brasileira trabalha com maquinário defasado em pelo menos três gerações em relação à indústria alemã. Qual é a sua leitura sobre este cenário de tecnologia industrial no Paraná? O que a Fiep pode fazer para diminuir essa defasagem em relação às indústrias de outros países?
A Fiep pode desenvolver projetos e parcerias com instituições de pesquisa e inovação para promover a modernização e atualização tecnológica do setor industrial paranaense. Além disso, é necessário incentivar a capacitação dos trabalhadores para lidar com as novas tecnologias e estimular a adoção de práticas inovadoras nas empresas. A Fiep, em especial o Senai, possui estruturas de inovação como Institutos Senai de Inovação e Tecnologia, inclusive uma delas está sediada na região norte, que é o Hub de IA (Inteligência Artificial), ferramenta indispensável à evolução da indústria.
A logística reversa faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos desde 2010. Qual é o cenário paranaense desta área? O que pode ser aprimorado e quais bons exemplos podem ser replicados?
A Fiep pode atuar em parceria com entidades governamentais e não governamentais para aprimorar a logística reversa no estado, buscando soluções sustentáveis para a destinação correta dos resíduos industriais e garantindo o cumprimento da legislação. Essa pauta é essencial para uma indústria competitiva e sustentável, onde muitas, inclusive, já percebem valor de mercado, cada vez mais atentas a essa pauta, e na economia circular.
Todos os fatores expostos anteriormente levam a um ponto de convergência: a competitividade da indústria. Uma iniciativa do G7 propôs, por exemplo, alterações como o fim da substituição tributária, que torna os produtos paranaenses mais caros. Como tornar o setor mais competitivo no Paraná em relação a outros estados brasileiros? De que forma a Fiep pode agir nesse sentido?
Para tornar o setor industrial mais competitivo no Paraná, a Fiep pode agir por meio da promoção de ações que visem a melhoria da produtividade, redução de custos, qualificação da mão-de-obra e estímulo à inovação. A entidade também pode buscar políticas de incentivo fiscal e financiamento adequado para as empresas.
Quando um território se torna mais competitivo, ele também é visado para novas indústrias. São Paulo foi um dos estados que mais sofreram com a desindustrialização nos últimos anos. Alguns fatores que também influenciam a decisão de uma indústria migrar é energia e água para produção. Um estado competitivo tem que pautar energia, desburocratização, regulação consciente e moderna, infraestrutura eficiente e acessível, mão-de-obra qualificada e disponível, inovação e sustentabilidade.
A conscientização social da importância da indústria é um dos propósitos da Fiep: entender que a balança comercial de um território é principalmente influenciada pela indústria, buscar parceiras nas regiões, municípios e outras entidades farão o estado muito mais consciente de como precisamos vestir a camisa do Paraná. O estado é a quarta potência industrial do país e temos que buscar ser o melhor estado para a indústria.
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