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Governo do Paraná retira sigilo sobre documentos da educação após polêmica

Após repercussão negativa, governo do Paraná retira sigilo de documentos da Educação.
Após repercussão negativa, governo do Paraná retira sigilo de documentos da Educação. (Foto: Gabriel Rosa/AEN/Divulgação)

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Foi publicado no Diário Oficial do Paraná da última sexta-feira (14) a retirada do sigilo de documentos da Secretaria de Estado da Educação (Seed) que estavam sem consulta pública direta, classificados no rol de informações sigilosas. Na semana passada, o secretário Roni Miranda havia dito que a pasta analisaria a retirada dos sigilos.

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À Gazeta do Povo, o diretor-geral da Seed, João Luiz Giona Junior, afirmou que os documentos nessas condições eram provisórios, de caráter individual e que não fazia sentido serem tornados públicos antes de se tornarem documentos definitivos. Era o caso de preparativos para minutas de contratos ou de editais, por exemplo.

A prática não é ilegal, mas a rotina adotada para esses documentos nas repartições públicas é avaliada como imoral por órgão como o Transparência Brasil. Segundo o diretor-geral da Seed, a versão 2024 era menos restritiva que a edição de 2023, que previa sigilo de 100 anos a alguns documentos.

A exemplo da Seed, praticamente todas as secretarias, departamentos e coordenadorias do governo do Paraná têm o chamado rol de informações sigilosas. Para o Transparência Brasil, a condição deveria ser mais comum para atos ligados à segurança pública.

No caso da Seed, entre os documentos que agora deixam de ser sigilosos estão contratos de empréstimos consignados; cartão ponto e registros de frequência; holerites, comprovantes de pagamentos e denúncias formalizadas em canais oficiais que dizem respeito a servidores da pasta. Os sigilos envolviam ainda algumas decisões judiciais, processos disciplinares e documentos que pudessem levar à dispensa de licitação para compras diretas ou por inexigibilidade de licitações.

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Em vídeo enviado à Gazeta do Povo, o secretário de Educação do Paraná, Roni Mirada, justificou a retirada do sigilo. “Importante também levar ao esclarecimento que qualquer um destes documentos seria obtido por qualquer cidadão paranaense através de um requerimento. Outro ponto importante: estes documentos estão em trâmite, são minutas de resoluções e uma vez que aprovadas e concluídas seriam levadas ao site da Transparência do governo do estado do Paraná”, afirmou.

Dias antes, Miranda havia se comprometido em rever as resoluções destes três anos em parceria com a Controladoria Geral do Estado (CGE). “A secretaria informa ainda que não foi negado o acesso a qualquer documento solicitado por meio de pedidos de acesso à informação, permanecendo todas as informações relativas às atividades institucionais publicadas no Portal da Transparência em conformidade com a Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527, de 18 de novembro de 2011)”, reforçou a pasta.

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Polícia Civil instaurou inquérito uma semana antes de pedido formal da PGE

Depois de a Procuradoria-Geral do Estado (PGE) ter pedido formalmente à Polícia Civil uma investigação “por atos antidemocráticos” dos manifestantes invasores da Assembleia Legislativa (Alep), a Polícia Civil afirmou à Gazeta do Povo que o inquérito relativo aos fatos havia sido instaurado ainda no dia 4 de junho – dia seguinte à invasão na Alep.

Segundo a Polícia Civil do Paraná, as diligências seguem a fim de esclarecer por completo os fatos, sob o comando do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) com o delegado Rodrigo Brown. “Recebemos o pedido, mas o inquérito policial já foi instaurado um dia depois dos fatos. Foi instaurado inquérito para apurar as condutas individuais dos grevistas”, informou o órgão.

O pedido específico da PGE, incorporado ao inquérito inicial, é para enquadramento no artigo 359-L do Código Penal, que trata da “tentativa de abolição do estado democrático de direito”, diante da depredação e interrupção das atividades legislativas. Professores, profissionais da educação, membros de movimentos estudantis e militantes ligados à esquerda invadiram a Alep em protesto contra a tramitação do projeto do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), que agora é lei no Paraná, do Parceiro da Escola que prevê a terceirização da gestão administrativa de 204 colégios públicos do Paraná.

A APP-Sindicato, entidade sindical relacionada pela PGE, rebateu as alegações do órgão estadual e disse que o estado não abriu canais de diálogo para debater o projeto, que não foram cerceados os direitos de manter a sessão da Alep e que foi decisão dos deputados a interrupção da sessão para retorno em metodologia online no fim da tarde daquele mesmo dia. O sindicato acrescentou que a estrutura depredada na Alep será custeada peal entidade.

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