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Sondagem da Fiep

Indústria do Paraná está otimista, mas preocupada com infraestrutura e política

Indústria Paraná
90% das indústrias do Paraná devem fazer investimentos em 2025. (Foto: AEN/Arquivo)

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Os empresários da indústria do Paraná estão otimistas de que 2025 será um ano positivo, apesar do cenário político nacional, dos custos de produção e da infraestrutura logística do estado. É o que apontou a 29ª edição da Sondagem Industrial, organizada pela Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), divulgada nesta quinta-feira (20).

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O levantamento, realizado entre novembro de 2024 e fevereiro de 2025, ouviu indústrias de diferentes portes e segmentos. Os dados mostram que 61% dos industriais paranaenses estão otimistas ou muito otimistas com o desempenho de suas indústrias em 2025, enquanto 31% têm perspectivas neutras e somente 8% demonstram pessimismo.

Entre os respondentes da sondagem, 90% disseram que pretendem investir neste ano, com prioridade para melhorias em processos, produtos e serviços (56%), redução de custos produtivos (44%) e prospecção de novos mercados (41%). Apesar desse panorama, a dificuldade de acesso ao crédito segue como uma barreira pelas indústrias do Paraná, levando 55% dos empresários a utilizarem recursos próprios para financiar investimentos.

“A indústria paranaense segue demonstrando resiliência e capacidade de crescimento. O desempenho positivo registrado em 2024 faz com que os empresários enxerguem oportunidades na expansão do mercado e no fortalecimento da produção”, afirmou o presidente do Sistema Fiep, Edson Vasconcelos.

Ferrovias preocupam industriais do Paraná

Apesar do otimismo, algumas questões ainda seguram investimentos e crescimento de capacidade, segundo representantes das indústrias do Paraná. A infraestrutura é uma delas, especialmente as vias de escoamento, como rodovias, ferrovias e portos. Do total, 48% dos respondentes afirmaram estarem preocupados com a infraestrutura no estado.

“O porto precisa evoluir. Precisamos de mais portos privados, as estradas precisam evoluir. Se abrirmos mão da ferrovia, por mais que tenhamos um estado com sistema rodoviário competitivo, teremos um problema grave nas estradas”, alertou Vasconcelos.

A preocupação está principalmente no fim do contrato de concessão, em 2027, da Malha Sul, que liga Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Uma eventual paralisação dessa ferrovia teria impactos no setor produtivo paranaense. Além disso, a Nova Ferroeste, que ligará Maracaju (MS) a Paranaguá, ainda não saiu do papel, retraindo investimentos.

Os dois assuntos que envolvem as ferrovias, segundo o presidente da Fiep, são urgentes. “Esperamos que este ano seja decisivo. Se entrarmos no calendário eleitoral de 2026 e não tivermos soluções contundentes neste ano, a janela de resultado de ganho de carga na infraestrutura é mais lenta”, comentou.

A questão política, aliás, foi apontada pelas indústrias do Paraná como outro fator de preocupação. Segundo a pesquisa, 43% dos respondentes acreditam que a economia pode enfrentar retração ou forte retração em 2025, e 79% desse grupo apontam a política econômica nacional como o principal fator de impacto negativo.

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