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Ciência contra o crime

De Yanomami ao STF: elite da perícia criminal debate investigações que marcaram o Brasil

InterForensics 2025 mostra na prática os bastidores da perícia criminal
InterForensics 2025 mostra na prática os bastidores da perícia criminal (Foto: André Zímmerer/InterForensics)

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Curitiba sedia nesta semana a InterForensics 2025, maior conferência de ciências forenses da América Latina, que reúne mais de 290 palestrantes e cerca de 2 mil participantes, entre peritos criminais, pesquisadores, profissionais da justiça e representantes de instituições públicas e privadas ligadas à investigação criminal. Até quinta-feira (28), a capital paranaense debate avanços científicos e desafios da perícia, com temas que vão da inteligência artificial aplicada à criminalística até os bastidores de casos emblemáticos que marcaram o Brasil nos últimos anos.

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Entre os episódios analisados no evento que movimenta a categoria estão:

  • o atentado com homem-bomba ao Supremo Tribunal Federal;
  • o colapso geológico em Maceió;
  • o genocídio na Terra Yanomami;
  • o acidente aéreo da Voepass.

Também ganha espaçosentre as análises da categoria para o evento desta semana o assalto que inspirou a série "DNA do crime", da Netflix: o caso Prosegur, ocorrido em 2017 no Paraguai, quando mais de 40 criminosos roubaram cerca de R$ 40 milhões da transportadora de valores. A investigação, que envolveu cooperação entre a Polícia Nacional do Paraguai e a Polícia Federal brasileira, será detalhada por peritos que participaram diretamente do processo e consolidou o prestígio internacional da ciência forense nacional.

Segundo o presidente da InterForensics 2025, Evandro Lorens, a programação foi pensada para ir além da análise de episódios de grande repercussão. “O evento traz também debates sobre temas emergentes, como avanços em genética forense, novas metodologias em biometria e análise digital de mensagens, além de inovações em áreas como geoforense, antropologia e valorização ambiental”, afirma.

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A conferência mescla minicursos e painéis temáticos com foco na aplicação prática dos conhecimentos. “Esse ambiente favorece a atualização sobre técnicas de ponta e o compartilhamento de protocolos internacionais. Para os peritos criminais brasileiros, isso significa acesso direto a ferramentas que podem ser aplicadas no dia a dia das investigações, desde a análise de vestígios até o uso de bancos genéticos”, conta Lorens.

Além da atualização científica, o evento fortalece a cooperação internacional na área. “A parceria entre Brasil e Paraguai no caso Prosegur é um exemplo de como a integração pode ser decisiva para elucidar crimes transnacionais. Esse tipo de articulação é o que buscamos estimular”, acrescenta o presidente da InterForensics.

A escolha de Curitiba como sede reforça a relevância da cidade no cenário da ciência forense. “A capital paranaense conta com infraestrutura adequada e instituições de referência, como a Polícia Científica do Paraná e a Universidade Federal do Paraná, além do Museu Paranaense de Ciências Forenses. Isso amplia o alcance da conferência, aproximando a ciência da sociedade”, evidencia Lorens.

Desde sua primeira edição, em 2017, a InterForensics passou por Brasília, São Paulo e Foz do Iguaçu. Mais do que um congresso técnico, o encontro é considerado um fórum de integração e inovação. “Nosso objetivo é posicionar a InterForensics mais uma vez como espaço privilegiado para networking, intercâmbio científico e interação entre todos os operadores da comunidade forense”, diz o presidente.

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