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Projeto indígena

Itaipu suspende galinheiros de convênio socioambiental após alerta de gripe aviária

Construção de galinheiros patrocinada pela Itaipu, que foi suspensa após alerta de gripe aviária.
Construção de galinheiros faz parte do projeto Opaná, conveniada que vai receber R$ 24 milhões da Itaipu. (Foto: Rafael Kondlatsch/Itaipu)

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A Itaipu Binacional suspendeu a construção de 64 galinheiros comunitários previstos em um convênio socioambiental no oeste e no litoral paranaense, dois meses após o alerta da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), que apontou riscos sanitários graves, como a disseminação da gripe aviária.

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A iniciativa faz parte da parceria da Itaipu Binacional com a Fundação Luterana de Diaconia (FLD), responsável pelo projeto "Opaná: chão indígena", que receberá R$ 24,8 milhões durante 24 meses do convênio socioambiental, que prevê ações para "sustentabilidade ambiental e segurança alimentar" de comunidades indígenas no Paraná.

De acordo com o projeto, cada galinheiro iria abrigar 100 aves com instalações nas comunidades atendidas para subsistência dos indígenas. A Faep lembra que o alerta de risco de proliferação da gripe aviária foi encaminhado à Itaipu no início de março, no entanto, a suspensão da construção das estruturas foi confirmada pela direção da usina hidrelétrica apenas na semana passada.

A decisão, oficializada em ofício assinado pelo diretor-geral Enio Verri, foi enviada à Secretaria Estadual da Agricultura (Seab) e à Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). “Diante dos riscos sanitários que a atividade de criação de galinhas pode oferecer na atual conjuntura, a equipe gestora do projeto suspendeu a construção de galinheiros e quaisquer atividades relacionadas”, afirma o documento. O Paraná é o maior produtor e exportador de carne de frango do país. Atualmente, o setor movimenta mais de R$ 40 bilhões por ano.

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Em março deste ano, o Sistema Faep cobrou dos órgãos estaduais ações “imediatas e contundentes” diante do risco de disseminação da gripe aviária por causa da ação do projeto patrocinado pela Itaipu Binacional. Pouco depois, Seab e Adapar também expressaram preocupação com a iniciativa.

A usina hidrelétrica chegou a anunciar que adotaria protocolos sanitários para evitar riscos à produção comercial. No entanto, a confirmação de um foco de gripe aviária no Rio Grande do Sul aumento a pressão por uma resposta do lado brasileiro da estatal.

“A suspensão do projeto de construção dos galinheiros comunitários é mais uma garantia da manutenção do sistema sanitário do Paraná, que é referência nacional e internacional. Vamos continuar monitorando a situação, para não comprometer as cadeias pecuárias do nosso Estado”, afirmou o presidente interino do Sistema Faep, Ágide Eduardo Meneguette.

Em nota, a Itaipu informou que as demais ações do projeto Opaná continuam sendo executadas nas comunidades indígenas. Segundo a empresa, o envio de recursos para retomada da construção dos galinheiros para subsistência das comunidades indígenas ainda será reavaliado.

O uso de recursos públicos da Itaipu em projetos socioambientais é alvo de críticas durante a gestão petista, que destina mais de R$ 1 bilhão para patrocinar a COP-30, incluindo a construção de um hotel cinco estrelas para os líderes do evento em Belém (PA) e reformas em um porto na região da capital paraense para receber navios cruzeiros durante a Cúpula do Clima em novembro.

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A Adapar orientou uma granja paranaense a destruir 10 milhões de ovos de incubação como medida preventiva contra a gripe aviária. A operação eliminou cerca de 600 toneladas de material durante quatro dias. Os ovos haviam sido enviados por uma granja de Montenegro (RS), onde as autoridades gaúchas confirmaram um foco da doença.

A Adapar afirma que “não há evidências de que os ovos estivessem contaminados com o vírus da Influenza Aviária”. Mesmo assim, a destruição seguiu protocolos sanitários nacionais para evitar qualquer risco de disseminação.

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) investiga atualmente 12 casos suspeitos de gripe aviária, conforme dados da plataforma de Síndrome Respiratória e Nervosa das Aves. Até o momento, o Brasil confirmou um caso da doença em uma granja comercial de matrizes em Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.

Ao todo, o país já registrou 170 ocorrências da doença: 166 em animais silvestres, três em criações domésticas e uma em produção comercial. No Paraná, até agora, não há casos suspeitos.

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