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Setor alimentício

Paraná deixa de cobrar ICMS antecipado de 60 mil itens alimentícios

Ratinho Junior assina decreto
Ratinho Junior assina decreto que retira 60.213 itens do regime de substituição tributária (Foto: Rodrigo Felix Leal/ANPr)

O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) assinou nesta terça-feira (10) um decreto que retira mais de 60 mil itens alimentícios do regime de substituição tributária. A medida, uma reivindicação do setor produtivo, entrará em vigor a partir de 1º de novembro. Segundo o governo, o objetivo é dar mais competitividade às empresas do estado, gerando mais empregos e renda.

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No regime de substituição tributária, o recolhimento do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) é feito na indústria, de uma única vez, e não a cada venda feita na distribuição e no comércio. O modelo torna mais fácil o trabalho de fiscalização por parte do governo, inibindo a sonegação. Por outro lado, antecipa o ICMS para o comerciante, que paga o tributo na aquisição do produto e não na venda ao consumidor final, reduzindo seu capital de giro.

Inicialmente, esse tipo de recolhimento foi implantado em setores com grande participação da receita de ICMS, poucas indústrias e várias ramificações, como os de cigarros, combustíveis e automóveis. Aos poucos, porém, o modelo foi abarcando cada vez mais produtos. No Paraná, itens alimentícios, juntamente com bicicletas, brinquedos, material de limpeza, artefatos de uso doméstico, papelaria e instrumentos musicais, entraram no regime em 2014, durante o governo de Beto Richa (PSDB), sob críticas do setor de varejo.

O decreto assinado nesta terça retira 60.213 itens do regime, o que corresponde a 65,5% dos 91.842 que integravam a lista do setor alimentício. São produtos à base de trigo e farinhas, como biscoitos, bolachas, massas, waffles e pizzas, além de azeite de oliva, óleos refinados, frutas e vegetais congelados, conservas, doces e geleias, vinhos, entre outros. Segundo o governo, a medida abrange uma cesta cujo volume de operações supera R$ 4,4 bilhões anualmente.

“Abrir mão da substituição tributária, para a Fazenda e para o governo do estado, é um risco, porque a substituição tributária facilita a fiscalização para o governo”, disse o governador. “Mas ela prejudica o empresário, em especial o pequeno empresário. E a função do poder público é facilitar para que ele possa gerar mais emprego e renda.”

O presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Gláucio Geara, elogiou a medida, destacando que, em um primeiro momento, haverá impacto negativo no caixa do estado. “Mas temos a certeza de que, daqui para frente, os empresários estarão desafogados para ter mais capital de giro e poder produzir mais”, afirmou.

“O empresário sofreu todo esse tempo em que, em vez de estocar alimentos na prateleira, estávamos estocando imposto.” Dirigindo-se ao governador, Geara disse esperar que outros itens sejam retirados do regime de tributação, “para que possamos ter um equilíbrio no setor empresarial paranaense”.

Segundo ele, o comércio do Paraná começava a perder espaço para o de Santa Catarina, que iniciou política semelhante no ano passado, quando excluiu do modelo de tributação antecipada produtos alimentícios, materiais de limpeza e utilidades domésticas. Em abril deste ano, o governo catarinense ampliou a medida a materiais de construção e elétricos, lâmpadas, reatores, tintas, vernizes e similares, além de artigos de papelaria e eletroeletrônicos.

De acordo com Ratinho Junior, o governo ainda estuda quais outros produtos devem ter alteração no regime de recolhimento de ICMS. “Primeiro vamos ver como vai funcionar o impacto desses 60 mil itens e depois sucessivamente vamos abrindo”, disse. “Sempre buscando atender setores que geram muito emprego, em especial os pequenos e microempresários.”

Representando o governo federal na solenidade de assinatura do decreto, o secretário da Agricultura e Pesca do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Jorge Seif Júnior, parabenizou a medida do governo paranaense, que, para ele, segue o exemplo do ministro da Economia, Paulo Guedes, de redução de impostos no país.

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