As cooperativas do Paraná encerraram 2023 com avanço de 8,5% no faturamento, totalizando R$ 202 bilhões, segundo dados do Sistema Ocepar. Nas exportações, o aumento registrado foi de 25%, com um valor total de US$ 9,4 bilhões.
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Mesmo com os resultados impressionantes, o presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, destaca que as empresas enfrentaram uma série de percalços ao longo do período. Entre eles, Ricken elenca a mudança governamental, com o início do mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), junto com guerras internacionais e problemas climáticos. “Agora que estamos conseguindo retomar com a privatização das estradas. Em função de resquícios da pandemia, tivemos elevação de juros, foi um ano desafiador”, resume. Na avaliação dele, os problemas com logística e infraestrutura foram os maiores desafios.
“Estamos colhendo batata, feijão, milho e soja, mas já estamos plantando a segunda safra. Essa dinâmica é um desafio quando se tem problemas com o armazenamento. Tivemos no Paraná um aumento de mais de 10 milhões de toneladas e temos um déficit de armazenamento de 8 milhões de toneladas. Tem armazém inflável para todo lado”, pontua Ricken.
A Ocepar defende o envolvimento do poder público para superar esse entrave na produção estadual. “É um investimento constante. Essa preocupação estamos até levando para o governo. Se o Brasil quiser crescer, precisa destinar mais recursos para infraestrutura e para o armazenamento adequado para produção”, defende Ricken. O secretário da Agricultura e do Abastecimento do Paraná, Norberto Ortigara, afirma que o governo tem buscado auxiliar financeiramente o cooperado para avançar em soluções logísticas.
Somado ao armazenamento, suprir a demanda da produção com mão de obra tem sido um entrave permanente às cooperativas do Paraná, mesmo com 3,6 milhões de cooperados e 13 mil novos postos de trabalho em 2023. O presidente do Sistema Ocepar avisa que para algumas cooperativas a falta de mão de obra chega a ser uma limitação. “Quando vai se estabelecer uma agroindústria no interior do Paraná precisa ver as condições físicas do local, a possibilidade de energia elétrica e mão de obra disponível”, elenca.
Ortigara destaca que a mão de obra é um problema de difícil solução. “Essa situação é vivida por diversos países”, pontua. Ele ressalta que há um processo de estimular as cooperativas na robotização e na indústria 4.0. “Para, pelo menos, algumas etapas de processos serem robotizadas”, acrescenta.
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