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Exemplos de painéis de Covid-19 divulgados por quatro capitais brasileiras.
Exemplos de painéis de Covid-19 divulgados por quatro capitais brasileiras.| Foto:

Na maioria das capitais brasileiras, é possível acompanhar o número de casos de Covid-19 pelos bairros das cidades. Levantamento feito pela reportagem da Gazeta do Povo entre a última sexta-feira (8) e esta segunda (11), mostra que das 26 capitais brasileiras, 15 fazem esse detalhamento. Curitiba está no grupo das 11 capitais que não prestam informações completas sobre a disseminação do coronavírus entre os moradores considerando bairros ou distritos em que vivem.

A capital do Paraná é a oitava maior capital do Brasil, com população estimada de 1,9 milhão de habitantes. Em número de casos de Covid-19, aparece na 20.ª posição, segundo o levantamento do Brasil.io – a base de dados é das secretarias estaduais de saúde, e por isso pode haver discrepância em alguns números. Segundo a prefeitura de Curitiba, são 731 infectados por coronavírus, pela divulgação mais recente, no sábado (9). Entretanto, mesmo cidades com menos casos registrados fazem divulgação detalhada por bairros.

As quatro capitais brasileiras com menos contaminações até o fechamento desta reportagem mostram a regionalização dos casos. Em Florianópolis (SC), um painel de situação mostrava 418 casos até sexta-feira, dos quais 45 no Centro; 23 em Trindade; 21 em Ingleses; e 21 no bairro Agronômica. Em Cuiabá (MT), são 185 moradores locais confirmados (além de outros 44 não residentes) até domingo (10). O mapa de calor mostra concentração de casos nos bairros Jardim Imperial e nas imediações de Duque de Caxias e Bandeirantes.

Em Campo Grande (MS), até sexta-feira eram 151 casos confirmados de Covid-19. Em um mapa de calor, é possível ver a localização aproximada deles – um aviso indica que “de forma alguma representam o endereço dos munícipes”. Palmas (TO) tem 157 confirmados pela atualização feita no domingo (10). A partir da ferramenta de dados abertos OpenStreetMap, é possível visualizar as ocorrências pela cidade, com concentração na quadra 706 Sul.

Vulnerabilidade

Em algumas capitais, os mapas de contaminação são avaliados por semana epidemiológica, para mostrar a evolução ao longo do tempo. Também é uma ferramenta utilizada para mostrar a contaminação nos bairros com população mais vulnerável, que depende mais do Sistema Único de Saúde (SUS).

Em Natal (RN), por exemplo, o boletim semanal mais recente afirmava que “A pandemia ganhou força na 14ª [semana] quando foram registrados casos em cerca de 90% dos bairros de Natal (...) Em todas as seguintes semanas houve transmissões comunitárias nos bairros do município, apresentando nestes últimos 15 dias áreas com índice de propagação importante nos distritos Norte e Oeste, regiões historicamente mais vulneráveis". Fortaleza (CE), também no informe semanal mais recente, destaca que há propagação para bairros de baixo e muito baixo Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).

A capital com mais casos no Brasil, São Paulo (SP) – 28.027 confirmações até domingo (10) – não inclui os bairros na rotina de divulgação, mas já fez levantamentos específicos sobre isso, como os divulgados pelo prefeito Bruno Covas no início de maio, indicando que a letalidade é maior em distritos sanitários onde há favelas.

Rio de Janeiro (RJ), João Pessoa (PB) e Teresina (PI) utilizam a mesma ferramenta tecnológica para divulgação de casos de Covid-19, na qual a visualização por bairros é destaque, por meio de tabelas e mapas. As cidades de Recife (PE) e São Luís (MA) fazem a divulgação geolocalizada em parceria com os respectivos governos estaduais. No primeiro caso, são destacados os casos graves. As outras capitais que detalham casos por bairro, distrito ou regional são Maceió (AL), Goiânia (GO), Belo Horizonte (MG) e Boa Vista (RR).

Ministério Público

Outra conduta da prefeitura de Curitiba é a divulgação de informes diários a respeito do coronavírus e número de infectados por live diária, no Facebook. A medida também diverge do que é praticado pela maioria das capitais, que têm boletins epidemiológicos diários, ou semanais, em alguns casos, com maior detalhamento de como a doença afeta cada cidade. Há outras oito capitais que seguem esse caminho: Rio Branco (AC), Manaus (AM), Salvador (BA), Vitória (ES), Belém (PA), Porto Velho (RO) e Aracaju (SE).

A falta de informes organizados em boletim é alvo de pedido do Ministério Público Estadual, que requer que a prefeitura adote a sistemática da Secretaria de Estado da Saúde do Paraná ou superior.

Segundo a prefeitura de Curitiba, não há dados disponíveis para a divulgação por bairros.

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