O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), gerou polêmica ao dizer em um programa de TV, nesta segunda (8), que Curitiba tem o "germe do fascismo". O ministro afirmou ainda que a atuação de procuradores e de juízes da Operação Lava Jato na capital paranaense foi responsável pela eleição de Jair Bolsonaro (PL) à presidência em 2018.
Ao comentar sobre o desenrolar dos fatos que culminaram no Impeachment da ex-presidente Dilma Roussef (PT) - inclusive sobre a decisão proferida por ele mesmo à época, que não permitiu que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assumisse como ministro-chefe da Casa Civil, o que impediria as investigações pela Lava Jato de Curitiba - o ministro afirmou:
“Curitiba gerou Bolsonaro, Curitiba tem o germe do fascismo. Inclusive todas as práticas que desenvolvem, investigações a sorrelfa [dissimulação silenciosa para iludir], investigações atípicas, não precisa dizer mais nada.”
A declaração repercutiu no meio político. O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos), ex-procurador da Lava Jato, disse que o ministro vota "sistematicamente em favor da absolvição e anulação de sentenças de corruptos". E o senador Sergio Moro (União Brasil), ex-juiz dos processos da operação, enfatizou que "Curitiba não é cidade na qual se tolera corrupção".
O governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), postou em seu perfil no Twitter que "o ministro Gilmar Mendes certamente vai esclarecer uma fala infeliz, que ataca gratuitamente Curitiba e os paranaenses". E os vereadores da cidade protocolaram dois requerimentos de repúdio contra as falas do magistrado na Câmara Municipal.
O ministro retratou-se, dizendo que jamais quis ofender o povo curitibano em suas declarações contra a Operação Lava Jato e que a crítica foi direcionada aos membros da força-tarefa e à chamada “República de Curitiba”.
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