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Unificação de carreiras

Em segundo dia de paralisação, policiais civis vão a Curitiba para protestar

Policiais civis não querem unificação de carreira no Paraná.
Policiais civis em manifestação pacífica pelas ruas de Curitiba. Paralisação está prevista para um total de 48 horas. (Foto: Divulgação)

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Nesta quinta-feira (29), policiais civis de todo o Paraná estão na capital, Curitiba, para protestar contra a proposta do governo estadual que unifica as funções de investigador e de escrivão, criando a carreira de agente de Polícia Judiciária. A alteração está contemplada em um pacote voltado ao funcionalismo que o Poder Executivo enviou à Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), em regime de urgência. Com esse mecanismo, a proposta deve tramitar rapidamente na Casa, com votação prevista para a próxima segunda-feira (3).

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De acordo com a categoria, neste segundo dia de paralisação foram reunidos cerca de 300 policiais, no período da manhã, em frente à sede do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol-PR). Durante a manifestação, pacífica, os policiais caminharam pelas ruas de Curitiba e se concentraram no cruzamento das avenidas Marechal Floriano Peixoto e Iguaçu, em frente ao Departamento de Polícia Civil, onde devem permanecer durante esta tarde. No interior, a concentração de investigadores e escrivães ocorre em frente a delegacias, subdivisões e distritos policiais. As 48 horas de protesto se encerram às 9h da sexta-feira (30).

Projeto de lei na Alep

Coube ao presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), anunciar o início da tramitação do pacote de projetos do governo. “Será uma sessão ordinária e uma extraordinária. É normal que haja a insatisfação de alguma categoria”, afirmou Traiano, argumentando que os parlamentares podem apresentar emendas aos projetos de lei.

O líder do governo na Casa, deputado Hussein Bakri (PSD), afirmou que “as emendas não serão partidarizadas e, as que forem boas, serão aceitas levando em conta o orçamento e a constitucionalidade”. Para a bancada de oposição, os projetos deveriam ter mais tempo para debate e análise antes das votações.

Para o Sinclapol-PR, caso o texto seja aprovado da forma como foi apresentado, trará perdas para a categoria. O órgão protesta que a unificação das carreiras os policiais acarreta em acúmulo de funções sem a devida compensação financeira.

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Policiais civis alegam perdas e disparidades

Um levantamento que circula entre os policiais evidencia a disparidade nas remunerações entre escrivães, investigadores e delegados. Um delegado em início de carreira, quarta classe nível I, recebe R$ 19,1 mil. Com o novo enquadramento, passaria a pertencer ao nível III, com salário de R$ 23,2 mil, aumento de 21,36%.

Um investigador, no entanto, inicia a carreira na classificação quinta classe nível I, com salário de R$ 6,7 mil. Com o reajuste, esse valor seria de R$ 7,2 mil, reajuste de 7%. O Paraná tem cerca de 2,5 mil investigadores e 450 delegados.

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Reivindicações e ações

Com a paralisação pacífica, investigadores e escrivães são mantidos em cerca de 50 delegacias por todo o Paraná para atendimentos caracterizados como de emergência.

Os policiais civis pedem:

  • Participação da categoria na discussão sobre a proposta de reestruturação da carreira (categoria alega não ter sido ouvida pelo Estado);
  • Retirada do projeto de lei da pauta de votação na Assembleia Legislativa;
  • Correção do que os policiais civis chamam de discrepâncias e diferenças salariais entre cargos na mesma corporação (delegados, escrivães e investigadores);
  • Não unificação dos cargos para criação da função de Agente de Polícia Judiciária;
  • Revisão e derrubada da proposta de trabalho de 40 horas semanais acrescidas a outras 160 horas mensais de sobreaviso.

O que diz o Estado

O Governo do Paraná afirmou ter apresentado ao sindicato a nova tabela salarial: “No topo da carreira o salário sairá de R$ 11 mil para R$ 22 mil em 2026, um aumento de 100%. Do meio da carreira até o final dela os aumentos vão variar entre 32% e 81%. Além desses percentuais, ao longo do processo de reestruturação, que começou em 2022, a categoria já recebeu 9% de aumento, em média. Além disso, no sistema antigo menos de 5% conseguiam chegar no topo da carreira. Na proposta atual, todos os policiais vão conseguir alcançar as promoções para chegar ao topo da carreira”.

Para a junção dos cargos de investigador e escrivão criando a figura do agente de Polícia Judiciária, o Estado afirmou que deve ocorrer apenas de maneira administrativa e sem sobrecarga de trabalho, “considerando que permanece a mesma jornada de trabalho de 40 horas semanais”.

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