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A rede estadual do Paraná dará, a partir de 2026, um passo estratégico para enfrentar os desafios da aprendizagem em matemática. A Secretaria de Estado da Educação firmou um acordo com o Itaú Social e com o Instituto Canoa para implementar, em larga escala, o Método de Stanford, abordagem desenvolvida na universidade norte-americana e reconhecida internacionalmente por elevar o desempenho dos estudantes em sistemas educacionais avançados.
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A cooperação foi articulada após a participação do secretário Roni Miranda em uma formação na própria instituição, onde acompanhou práticas e pesquisas aplicadas ao ensino da disciplina. Segundo ele, a experiência revelou o potencial transformador da metodologia. “É um modelo presente em países onde os estudantes demonstram alto domínio matemático. Levar essa referência para a rede estadual reforça nossa busca por consistência e inovação”, afirmou.
Formação docente baseada no Método de Stanford chega à rede estadual em 2026
O projeto prioriza a recomposição da aprendizagem, um dos maiores desafios pós-pandemia. A proposta é integrar o Método de Stanford às ações de formação continuada, criando um percurso didático mais intencional, prático e alinhado ao cotidiano das salas de aula. A iniciativa abrangerá as equipes técnicas da Secretaria, com foco nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Pesquisadores de Stanford acompanharão o processo, produzindo estudos sobre o impacto das formações, etapa considerada central para ajustar e aprimorar o modelo.
Financiado integralmente pelo Itaú Social, o convênio não utiliza recursos públicos. Os especialistas do Instituto Canoa atuarão tanto na produção dos materiais formativos quanto na capacitação dos professores que conduzirão os Grupos de Estudos. Para Fernando Carnaúba, fundador do Instituto e professor na Universidade de Stanford, o diferencial da proposta está na mudança de perspectiva sobre a Matemática escolar.
“A ideia é deslocar o foco da memorização mecânica para a compreensão profunda. Quando trabalhamos, por exemplo, o raciocínio proporcional no lugar da simples ‘regra de três’, abrimos espaço para que o estudante entenda a lógica e não apenas repita procedimentos”, explicou . Ele destaca ainda um princípio central do Método Stanford: “Equidade. Nosso objetivo é garantir que nenhum aluno fique para trás”.
Inicialmente, cerca de 40 profissionais do programa Formadores em Ação participarão das primeiras etapas. Mas o alcance projetado é muito maior: aproximadamente três mil professores de matemática deverão ser impactados pelas formações para aplicar o Método Stanford ao longo de 2026. O potencial de influência atinge mais de 500 mil estudantes da rede estadual, sobretudo nos anos finais do fundamental e na 3ª série do Ensino Médio, etapa que concentra esforços de recomposição.
Para Gilmara de Fátima Weingartner, chefe do Núcleo Formadores em Ação, a parceria representa uma resposta concreta aos resultados das avaliações externas. “Temos clareza de que precisamos ajustar práticas. Essa é uma oportunidade real de apoiar a rede com base em evidências e experiências internacionais que já demonstraram resultados”, disse.
Carnaúba ressalta que o processo respeita o cotidiano dos docentes. “As formações serão construídas a partir do currículo e dos materiais já utilizados pela rede. Sabemos da rotina exigente dos professores e queremos que o Método de Stanford seja um suporte, não um peso adicional”, afirmou.
As primeiras turmas começam em março de 2026, o que, segundo a Secretaria de Educação, inaugura uma etapa de transformação sustentada por pesquisa, acompanhamento contínuo e foco na aprendizagem significativa pilares que orientam o Método de Stanford e que agora passam a integrar a política educacional paranaense.
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