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Indústria de alimentos, especialmente de carnes, leva o Paraná à liderança nas exportações da Região Sul.
Carne de frango leva o Paraná à liderança das exportações no Sul do país.| Foto: Henry Milleo/Arquivo/Gazeta do Povo

As exportações do Paraná cresceram 12% e as importações do estado recuaram 3,8% no primeiro trimestre do ano, em comparação com o mesmo período de 2022. Com isso, o saldo acumulado da balança comercial chegou a US$ 569 milhões. Os dados são da Secretaria de Comércio Exterior, (Secex), do governo federal.

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“O resultado foi muito bom. Foram US$ 5,1 bilhões exportados pelo Paraná. Foi o melhor primeiro trimestre para o estado de toda a série histórica de análise da balança comercial brasileira, que vem desde 1997”, destaca Evânio Felippe, economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Com o resultado, o Paraná liderou as exportações no Sul do Brasil e ficou em quinto lugar no ranking nacional, respondendo por mais de 6% de tudo o que o país exportou. Em relação às exportações da região Sul, o Paraná foi o responsável por 42% do total.

Os principais fatores que determinaram o aumento, na avaliação do economista, foram a taxa de câmbio, a grande demanda mundial por produtos em que o Paraná é forte, especialmente carnes e outros itens do agronegócio, e um maior número de países comprando do Brasil.

Pelo lado das importações, a principal redução foi de fertilizantes, com queda de 24%. A retração foi determinada basicamente pelo menor preço em comparação ao último ano. “É um dos produtos que o Paraná mais importa por conta do agronegócio”, observa Carolina Teodoro, analista de desenvolvimento técnico da Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Ela lembra que, no ano passado, o preço do produto estava muito alto, principalmente devido à guerra na Ucrânia, “mas agora já se vê uma normalidade”.

O comportamento das exportações ao longo do restante do ano pode não acompanhar o bom desempenho do primeiro trimestre, conforme alerta Evânio Felippe, da Fiep. Segundo ele, as projeções do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) apontam para um crescimento menor este ano da economia mundial, em comparação com o ano passado.

“Se confirmada essa previsão, certamente haverá impacto nas transações em nível global, podendo comprometer o nível de crescimento dos países  que dependem do comércio internacional para manter suas economias dinamizadas”, analisa o economista.

Ele observa que dos três principais países que compram do Paraná – China, Estados Unidos e Argentina – apenas a China tem uma previsão de crescimento maior que 2022. “É um ponto de atenção que tem que ser acompanhado”, adverte, lembrando que os Estados Unidos são grandes compradores do setor madeireiro e do agronegócio paranaense. “O bom é que as projeções da China indicam especialmente aumento de consumo pela população e isso nos favorece”, pontua.

China deve comprar 25% a mais de carne

A perspectiva de um maior consumo pela população chinesa beneficia especialmente a indústria da carne de frango do Paraná. O estado é o maior produtor e exportador da proteína. “A China deve comprar 25% a mais de carne de frango do Brasil este ano, em comparação ao ano passado”, informa Roberto Kaefer, presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar).

O motivo principal é um problema sanitário que afeta a criação suína do país asiático, o que faz a demanda pela carne importada aumentar e, para os chineses, a principal substituição para a carne suína é a carne de frango.

As exportações de carne de frango no primeiro trimestre desse ano pelo Paraná chegaram a 586 mil toneladas, um aumento de 18%, em comparação a igual período do ano passado. O frango responde por 93% de toda a proteína animal exportada pelo Paraná.

O diretor técnico do Sindicato da Indústria da Carne do Paraná (Sindicarne-PR), Gustavo Fanaya, destaca que os governos estadual e federal trabalham pela abertura de novos mercados para as carnes produzidas no estado. México, Chile, Coreia e Japão são compradores potenciais. “Com o status sanitário de território livre de febre aftosa sem vacinação, o Paraná está apto a exportar para esses mercados. Porém, é preciso negociar”, pontua.

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