
Ouça este conteúdo
O governo do Paraná deu nesta semana um passo considerado inédito para se aproximar dos mercados globais de capitais. Foi assinada em Curitiba uma carta de intenção com a BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, para estruturar o Fundo Estratégico do Paraná (FEPR) — também chamado de fundo soberano do estado.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
A parceria, sem custos para o governo estadual, terá apoio da unidade de Financial Markets Advisory (FMA) da gestora, com histórico de assessoramento à gestão pública em diferentes países. De acordo com a divulgação do Executivo paranaense, é o primeiro projeto desse tipo na América Latina.
A proposta é usar parte dos recursos públicos como reserva em momentos de crise e, também, como alavanca para investimentos em setores estratégicos.
O fundo será criado por meio de um projeto de lei que o governo de Ratinho Junior (PSD) pretende enviar até o fim do ano à Assembleia Legislativa do Paraná. Ele terá três pilares: desenvolvimento socioeconômico, sustentabilidade fiscal e enfrentamento de desastres. A proposta é usar parte dos recursos públicos como reserva em momentos de crise e, ao mesmo tempo, como alavanca para investimentos em setores estratégicos.
Segundo o secretário da Fazenda no Paraná, Norberto Ortigara, o mecanismo busca preparar o estado para o cenário que se desenha após a reforma tributária. “Temos três anos para nos organizar. O objetivo é manter a competitividade do Paraná, atraindo empresas e investimentos mesmo sem os incentivos fiscais atuais”, afirmou. As fontes de recursos previstas incluem uma fatia das aplicações financeiras do Tesouro, operações de crédito, royalties e venda de ativos.
Desempenho econômico do Paraná é atrativo para BlackRock
O vice-governador do Paraná, Darci Piana (PSD), pontuou que o estado atraiu mais de R$ 300 bilhões em investimentos privados nos últimos anos e disse que a parceria amplia as perspectivas. “Esse resultado é fruto de um trabalho iniciado pelo governador Ratinho Junior e sua equipe. A colaboração com a BlackRock vai ajudar a atrair novos investidores, gerar empregos e garantir que o Paraná continue sendo protagonista no cenário nacional e internacional”, afirmou.
Para a BlackRock, o Paraná chama a atenção pelo desempenho econômico recente e pela solidez das contas públicas. “Ficamos impressionados com o nível de crescimento do estado e com a qualidade da equipe técnica. Nosso papel é conectar essa realidade local às oportunidades globais de investimento”, disse Bruno Barino, diretor-executivo da gestora no Brasil.
Segundo ele, o acordo coloca o Paraná em um novo patamar no radar internacional. “É o primeiro projeto que realizamos nesse formato na América Latina, e estamos muito animados com o potencial de crescimento”, acrescentou.
O Paraná tem uma das economias mais dinâmicas do país. O Produto Interno Bruto (PIB) está estimado em R$ 740 bilhões (cerca de US$ 137 bilhões), e a gestão fiscal recebeu nota A+ na Capacidade de Pagamento (Capag) da Secretaria do Tesouro Nacional. Esses fatores ajudaram o estado a atrair investimentos privados, com destaque para as áreas de agronegócio, energia renovável, logística e indústria automotiva.
Para o diretor-presidente da Invest Paraná, Eduardo Bekin, a parceria dá peso internacional ao estado. “Com a chancela da maior gestora de ativos do mundo, o Paraná ganha credibilidade para atrair novos recursos. Isso pode abrir portas em áreas como armazenagem, ferrovias e data centers”, disse.
VEJA TAMBÉM:






