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Sem acesso para veículos

Paraná tenta destravar abertura de ponte Brasil-Paraguai concluída há mais de dois anos

Ponte da Integração em Foz do Iguaçu entre o Brasil e o Paraguai
Concluída do lado paraguaio, aduana brasileira segue em obras para receber veículos. (Foto: Divulgação/DER-PR)

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O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), encontrou o presidente do Paraguai, Santiago Peña, para tratar da abertura da ponte da Integração, entregue há mais de dois anos na fronteira entre as cidades de Foz do Iguaçu (PR) e Presidente Franco, do lado paraguaio. Sem a conclusão das aduanas e dos acessos rodoviários aos veículos, a segunda ponte Brasil-Paraguai segue fechada e foi o principal assunto da reunião que ocorreu neste mês na sede do governo do Paraguai, em Assunção.

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Segundo o governo paranaense, a obra da perimetral leste, que vai permitir o acesso à ponte no lado brasileiro, está 65% concluída e a previsão é que o local seja inaugurado em dezembro de 2025. A obra está sendo executada por meio de um convênio entre estado do Paraná, Itaipu e Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), com investimento previsto em R$ 136 milhões.

A ponte com 760 metros de comprimento está pronta desde dezembro de 2022. A estrutura é considerada estratégica na ligação logística pela rodovia BR-277 até o porto de Paranaguá e como forma de desafogar o trânsito na ponte da Amizade, que liga o Brasil e Paraguai entre Foz do Iguaçu a Ciudad del Este.

“O Paraguai tem uma relação comercial muito forte com o Paraná, assim como no turismo e no agronegócio. Conversamos com o presidente sobre a infraestrutura da nova ligação com a ponte da Integração, que deve ter toda a estrutura, acessos, parte de alfândega e aduanas inauguradas no final do ano”, disse o governador paranaense.

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Com a conclusão das obras da aduana do lado paraguaio, vereadores de Foz do Iguaçu e de Presidente Franco visitaram a ponte da Integração no último dia 12, mesmo dia da reunião entre Ratinho Junior e o presidente Peña. Parlamentares das duas cidades defendem a criação de uma comissão mista binacional para acompanhar as obras e cobram a liberação parcial da ponte, devido ao impacto econômico provocado pelo adiamento da abertura para o trânsito.

O grupo reivindica que a ponte passe a receber ao menos os veículos leves antes do final do ano em função do comércio e do turismo na fronteira entre Brasil e Paraguai. “A Câmara tem obrigação de trabalhar em uma comissão mista para que a obra seja entregue e utilizada, mesmo que de maneira parcial pelos veículos de passeio e de turismo. Esse é o grande interesse deles e será o nosso também”, disse o vereador Ranieri Marchioro (Republicanos), de Foz do Iguaçu. Uma visita às obras de acesso do lado paraguaio será realizada na próxima segunda-feira (30).

Segundo o último levantamento do Departamento de Estradas e Rodagem do Paraná (DER-PR), a nova estrada com 15 quilômetros de extensão, que liga a ponte à BR-277, está na etapa de sub-base da pista de rolamento, com a terraplanagem do trecho em fase de conclusão. O projeto da perimetral leste de Foz de Iguaçu prevê a construção de duas novas aduanas para atender as demandas de veículos e pedestres na tríplice fronteira.

Os edifícios da nova aduana Brasil-Paraguai estão recebendo acabamentos internos e revestimentos metálicos nas fachadas. Do lado de fora, as calçadas e a pavimentação asfáltica estão em construção. A aduana Brasil-Argentina está na fase de revestimentos em cerâmica e de argamassa, execução de divisórias em drywall e instalação das redes elétrica, de água e de esgoto. O pátio passa pelos serviços de terraplanagem e construção de muros de contenção.

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A ponte da Integração é considerada estratégica ao setor produtivo paraguaio pela possibilidade de fazer parte do corredor logístico paranaense, após a duplicação integral da BR-277, prevista pelas novas concessionárias de rodovias do Paraná. A conexão duplicada de oeste a leste do território paranaense abre caminho para o transporte do continente até o litoral do estado, especificamente no porto de Paranaguá.

O assunto foi tratado por Peña e Ratinho Junior, principalmente pelo fato do Paraguai possuir desde 1957 uma área exclusiva no complexo portuário para a movimentação de mercadorias sem a tributação de cargas. 

De acordo com o governo do Paraná, o entreposto, que permite a armazenagem de grandes quantidades, fica na primeira parte do Armazém 8 e está sob a administração da Administración Nacional de Navegación y Puertos (ANNP), órgão do governo paraguaio. As cargas rolantes, como caminhões, tratores, carros e acessórios agrícolas são as mais movimentadas no local.

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