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Peça tem 6 metros de diâmetro por 4 metros de comprimento
Peça tem 6 metros de diâmetro por 4 metros de comprimento| Foto: Acervo pessoal / João Ricardo Portes

O pedaço de metal que caiu em uma propriedade rural em São Mateus do Sul em março deste ano é mesmo um “artefato espacial”. A confirmação foi feita à Gazeta do Povo pela Agência Espacial Brasileira (AEB) nesta quinta-feira (2), por meio de nota. Por enquanto os destroços irão permanecer no mesmo local até que os donos do material façam o recolhimento e o transporte.

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Na nota encaminhada à reportagem, a AEB detalhou o processo de elaboração do relatório de caracterização do objeto. A agência informou que esse relatório abordou “sua caracterização como derivado de um artefato espacial, bem como indicação de providências aplicáveis”.

O documento “concluiu sobre a possível procedência do objeto e informou à embaixada do país de origem no Brasil, que entrou em contato com a empresa responsável pelo artefato”. Questionada se o material é realmente uma parte de foguete da SpaceX, empresa de propriedade do milionário americano Elon Musk, a agência disse apenas que estão “trabalhando para evoluir no assunto”, e que “feitos os contatos iniciais, estamos no aguardo da resposta da embaixada do país de origem para tomar as providências necessárias”.

Relembre o caso

Uma equipe da Agência Espacial Brasileira esteve na tarde 18 de março em uma propriedade rural de São Mateus do Sul investigando o que tudo indica ser parte de um foguete que caiu na região na semana passada. Moradores da região avistaram uma série de bolas de fogo no céu na madrugada do dia 8 daquele mês – segundo especialistas, esses objetos incendiários eram pedaços de lixo espacial que começaram a pegar fogo ao entrar na atmosfera.

Em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, João Ricardo Portes, dono da propriedade onde uma das peças caíram, contou que equipes da agência tinham acabado de sair da propriedade. “Vieram aqui, olharam, analisaram, fizeram um milhão de perguntas. Fizeram toda uma avaliação, isolaram a área, cobriram a peça e definiram um ponto de identificação exato no local da queda. A partir de agora, ninguém mais pode chegar perto nem tocar na peça. Foi tudo isolado pelo pessoal da agência”, detalhou, à época.

A hipótese mais provável é que o artefato se trate realmente de uma peça localizada na parte final do segundo estágio do foguete Falcon 9, da empresa norte-americana SpaceX. Uma análise feita pela Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon, na sigla em inglês) aponta semelhanças entre a peça que caiu no sítio de João Portes, em São Mateus do Sul, com a chamada “tubeira” do Falcon 9.

A tubeira é a parte final do motor dos foguetes, e é feita – no caso dos modelos utilizados pela SpaceX – de uma liga metálica de nióbio e titânio. Os materiais são resistentes a altas temperaturas, tanto as verificadas durante o voo regular dos foguetes quanto às possivelmente causadas pela reentrada na atmosfera. Isso explicaria o fato de o metal não ter se desintegrado durante a queda.

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