Principal via de escoamento da produção até o porto de Paranaguá, a rodovia federal BR-277 foi uma das estradas avaliadas pela pesquisa CNT de Rodovias 2024, realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT). A via, com mais de 770 quilômetros de extensão, corta o Paraná de leste a oeste e foi considerada em bom estado de conservação – o levantamento avaliou as estradas como ótimas, boas, regulares, ruins e péssimas.
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Para chegar ao veredito, a CNT percorreu a BR-277 em toda sua extensão avaliando três características principais: pavimento, sinalização e geometria. O primeiro leva em conta a cobertura asfáltica e a presença de buracos na pista, entre outros fatores. O segundo avalia a presença de placas e sinalização horizontal (pintura no pavimento) adequada nas estradas. O terceiro, por sua vez, contempla o desenho do trajeto em si, a quantidade de pistas duplas ou triplas e a velocidade máxima permitida na rodovia a partir das condições de trafegabilidade.
Na média, BR-277 foi avaliada como uma rodovia em boas condições
A pavimentação da BR-277 foi considerada como boa, na média da pesquisa. O detalhamento no painel interativo da CNT mostra que há trechos, como a chegada ao porto de Paranaguá, em que as condições do asfalto foram consideradas ruins. Outro ponto com problemas no pavimento é entre Irati e Palmeira, onde os pesquisadores encontraram acostamentos irregulares e com buracos.
Em outros trechos, como entre as cidades de Cascavel e Guarapuava, a situação melhora um pouco. Para a pesquisa, a maior parte deste recorte da BR-277 foi considerado regular em relação à pavimentação. Os pontos da rodovia considerados como bons incluem a descida da Serra do Mar, no litoral, e a ligação entre Foz do Iguaçu e Santa Terezinha de Itaipu, no oeste paranaense.
A BR-277 foi uma das poucas rodovias no Paraná classificadas com pavimento excelente. Isso se verifica no caminho entre Cascavel e Santa Terezinha de Itaipu, caminho para as Cataratas do Iguaçu e a Tríplice Fronteira. Neste ponto, inclusive, está o maior dos trechos em que a rodovia foi toda classificada como ótima – ao todo, 83 quilômetros da via têm esta classificação geral, cerca de 10% do total.
A avaliação relativa à sinalização da BR-277 conta com uma maioria de avaliações entre regular e ótima. O pior ponto é em Paranaguá, e o melhor aparece no oeste do estado. A situação é semelhante à geometria, que repete os mesmos pontos positivos e negativos dos outros critérios.
Trecho pedagiado da BR-277 alterna avaliações entre boa e regular
O trecho pedagiado da via, compartilhado entre as concessionárias Via Araucária e EPR Litoral Pioneiro, alterna trechos regulares, entre Irati e a chegada a Campo Largo, e bons, como o contorno de Curitiba e o trecho de São José dos Pinhais até a descida ao litoral. De modo geral, os melhores trechos da BR-277 são aqueles localizados na ponta oeste da rodovia, que estão previstos para o lote 6 das novas concessões, que deve ir a leilão no próximo mês, na Bolsa de Valores de São Paulo (B3).
Um dos pontos que demanda mais atenção na rodovia fica justamente em uma das áreas mais bem avaliadas pela pesquisa da CNT: a Serra do Mar. As sucessivas quedas de barreiras registradas durante o período em que a via ficou sem estar concessionada voltaram a atingir a BR-277 no mês de novembro.
A BR-277 foi uma das poucas rodovias no Paraná classificadas com pavimento excelente.
No último dia 25, um deslizamento foi registrado na altura do km 40, em Morretes. O entorno foi palco de outras ocorrências do tipo, o que levou a EPR Litoral Pioneiro a classificar o trecho como prioritário logo no início da concessão. A concessionária montou um desvio temporário, e o fluxo de veículos vem sendo feito em apenas uma das pistas até que a encosta seja considerada segura.
A Gazeta do Povo entrou em contato com a concessionária para que a EPR Litoral Pioneiro comentasse a avaliação da pesquisa CNT. Em nota, a empresa reconheceu a pesqusia da CNT como um dos principais indicadores, e apontou que quando o levantamento foi feito, a BR-277 estava há pouco mais de seis meses sob sua concessão.
Sobre o trecho de acesso ao Porto de Paranaguá, um dos piores da rodovia, a EPR Litoral Pioneiro lembrou que esta parte da rodovia nunca havia sido concedida anteriormente. "A concessionária avança na finalização das obras da primeira etapa de trabalhos, com recuperação do pavimento do trecho, inclusive das rodovias Ayrton Senna e Bento Rocha, que dão acesso ao Porto de Paranaguá, bem como serviço de roçada, limpeza dos dispositivos de drenagem e demais manutenções. Nos próximos levantamentos, certamente, esses índices estarão melhores, com o avanço do cronograma de investimentos", destacou a empresa.
No outro trecho pedagiado, sob concessão da Via Araucária, a BR-277 entre Prudentópolis e Curitiba está totalmente duplicada. A avaliação geral da CNT para esta parte da rodovia foi, em sua maioria, regular. A nota só não foi melhor porque, apesar de haver uma boa sinalização ao longo das pistas, o pavimento foi considerado ruim, principalmente entre Irati e Palmeira.
Procurada pela reportagem, a Via Araucária disse que os trabalhos na concessão estão apenas no início e que a empresa não iria comentar a pesquisa da CNT sobre as rodovias.
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