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Ponte da Integração

Segunda ponte entre Brasil e Paraguai completa dois anos sem receber tráfego de veículos

Ponte da Integração
Concluída em 2022, Ponte da Integração segue sem infraestrutura de acesso rodoviário (Foto: Juliet Manfrin/Gazeta do Povo)

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Dois anos após ficar pronta, a Ponte da Integração continua sem previsão de receber o tráfego de veículos na rota alternativa para desafogar a fronteira entre o Brasil e Paraguai na cidade de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná. A segunda ponte - os países são ligados pela Ponte da Amizade na região da Tríplice Fronteira - continua bloqueada pela falta de obras de infraestrutura necessárias para o acesso dos veículos.

A nova promessa é de que a inauguração oficial da Ponte da Integração, marcada e desmarcada diversas vezes, ocorra em dezembro de 2025, apesar da antiga demanda pela estrutura. Há quase seis décadas, os moradores do oeste do estado cobram uma alternativa para cruzar a fronteira, diariamente, pela Ponte Internacional da Amizade.

A alta demanda comercial entre Foz e Ciudad del Este, que fica do lado paraguaio do rio Paraná, provoca longas filas, engarrafamentos e um tempo de espera que pode durar mais de 3 horas.

Rodovias de acesso e aduanas ainda precisam ser concluídas

O prazo de entrega até o fim do segundo semestre do próximo ano foi confirmado pelo Ministério dos Transportes à Gazeta do Povo. Em nota, a pasta reitera que a estrutura central já está concluída e que "estão em execução os acessos e a estrutura alfandegária". A obra está sendo executada por meio de convênio com o estado do Paraná, Itaipu e o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

A Secretaria de Infraestrutura e Logística do Paraná (Seil) informou que uma das principais obras para a liberação da ponte é a construção da Perimetral Leste de Foz do Iguaçu, que está em andamento. Em outubro, a estrada estava com 46,27% de execução. A nova rodovia vai conectar a BR-277 e a Ponte da Integração Brasil-Paraguai, também sendo um novo acesso para a Ponte Tancredo Neves, na fronteira com a Argentina.

A Perimetral Leste de Foz do Iguaçu está sendo construída pela Seil, com a administração e fiscalização do Departamento de Estradas de Rodagem do Paraná (DER-PR). A Itaipu Binacional, responsável pelo financiamento da obra, investiu aproximadamente R$ 63,3 milhões até o momento no projeto.

Perimetral Leste da Ponte da IntegraçãoPerimetral Leste de Foz do Iguaçu chega a 46,27% de execução (Foto: DER-PR/Divulgação)

A Perimetral Leste vai conectar a Ponte da Integração ao bairro Porto Meira, em Foz do Iguaçu, e segue até a Ponte da Fraternidade (Brasil-Argentina). Atualmente em obras, o projeto abrange 15 quilômetros de rodovia, um viaduto de acesso à Ponte Tancredo Neves, na ligação com a Argentina, além de viadutos de acesso a Porto Iguaçu e no entroncamento com a Rodovia das Cataratas (BR-469).

Além disso, é necessária a conclusão das obras das novas instalações para as aduanas nas fronteiras com a Argentina e Paraguai. Em resposta à Gazeta do Povo, a Itaipu Binacional esclareceu que "é responsável pelos aportes financeiros das mencionadas obras, que estão sendo cumpridos rigorosamente, conforme convênio firmado entre as partes envolvidas".

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O presidente do Conselho de Desenvolvimento da Região Trinacional (Codetri), Roni Temp, afirma que o impacto financeiro, econômico e social do atraso é "imensurável" para região que espera há décadas pela ponte alternativa na fronteira.

Ele afirma que utiliza a Ponte da Amizade há 20 anos e que tem acompanhado de perto os trabalhos. "Houve muita falta de planejamento para essa obra, pois não é apenas a ponte. A perimetral é essencial para retirar os caminhões do centro de Foz de Iguaçu", afirma Temp, que considera a abertura para o trânsito até o final de 2025 como uma "expectativa otimista" por parte das autoridades.

O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Foz do Iguaçu (Acifi), Danilo Vendruscolo, disse que conhece todo o cronograma e as etapas das obras e que a demora era esperada pela complexidade da estrutura e ajustes necessários, como o aumento do tamanho das aduanas nas fronteiras.

"A parte mais importante, na nossa visão como sociedade, é que com as obras entregues haja uma agilidade muito maior nos trâmites fronteiriços. Não basta apenas entregar a infraestrutura em si, mas os procedimentos aduaneiros de todos os órgãos com mais rapidez e melhorar o processo de integração no Mercosul", ressalta.

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