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Um dos passatempos noturnos preferidos pelos turistas que vão a Foz do Iguaçu (PR) é atravessar a Ponte da Fraternidade, que liga o Brasil à Argentina. Do outro lado da fronteira, o visitante pode optar por um happy hour – que se estende noite adentro – na remodelada feirinha, com variedade de guloseimas como queijos, azeitonas e embutidos, além das cervejas geladas; um jantar regado a vinho num dos restaurantes com ares europeus, onde se degusta o famoso bife de chorizo e, como sobremesa, tentar sorte nos cassinos que funcionam legalmente no vizinho país.
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Na bagagem, ainda é possível trazer ao Brasil, especialmente, vinhos cujos preços tendem a ser menos da metade do que se pagaria por aqui. Só que o que era desejo de uns, virou desejo de muitos e o aumento na procura começou a se refletir em dificuldades para se alcançar a primeira cidade da Argentina da região, que é Porto Iguazú.
Segundo levantamento feito pelo curso de turismo de uma faculdade local, a média diária é de 10.119 veículos e 33.298 pessoas cruzando a fronteira naquele trecho. Com uma aduana extremamente ativa, que cadastra 100% dos motoristas e passageiros que adentra seu território, a fila costuma testar a paciência de quem decide atravessar a fronteira.
São poucos guichês e nem sempre todos estão em funcionamento. O sistema de registro também não é dos mais rápidos. Do visitante é exigido na aduana documento com foto: passaporte, RG ou carteira de habilitação; registros profissionais não são aceitos. Crianças e adolescentes devem estar acompanhados dos pais ou de autorização judicial específica caso esteja com apenas um dos pais ou outros responsáveis. Dos veículos, a placa é anotada e uma vistoria também pode ocorrer.
Espera na aduana entre Foz do Iguaçu e Porto Iguazú pode levar cinco horas
Mesmo os argentinos passam pelo crivo migratório. No caso, a fiscalização mais intensa se deve à introdução de produtos proibidos naquele território, como alimentos in natura. Ônibus e carros de transporte de turistas têm guichê próprio, o que alivia um pouco a espera. Mas quem pensa em apelar para a alternativa, deve contar que uma corrida de taxi entre Foz do Iguaçu e Porto Iguazú não sai por menos de R$ 150 o trecho.
Os horários mais conturbados são no início da noite, a partir das 18h, de sexta à domingo. Nestes períodos, a espera pode chegar a cinco horas, durante a temporada ou em finais de semana prolongados, quando Foz do Iguaçu recebe mais turistas. Atravessar a fronteira a pé – como muitos fazem na ida ao Paraguai - não é uma opção.
Mesmo que o interessado vá de taxi ou aplicativo até a aduana, o trajeto final – da fiscalização até o centro da cidade - não tem disponibilidade dos mesmos meios de transporte. Na volta, o mesmo périplo, pois o ingresso deve ser baixado, sob pena de o visitante ter mais dificuldade em acessar o país.
Essa dinâmica se resume a quem vai somente até Porto Iguazú. Para quem pretende adentrar mais a Argentina, o processo é outro. Também é recomendado – uma exigência legal argentina, que nem sempre é cumprida pelos visitantes – ter a Carta Verde, que é um seguro para veículos que visitam todos os países do Mercosul.
Mudança de local para a alfândega entre Brasil e Argentina é estudada
Desde o final de julho, há um guichê exclusivo para motocicletas. E também há a previsão de mudança da posição dos guichês para 45 graus, otimizando o espaço e possibilitando o atendimento simultâneo de mais motoristas.
Incremento no número de funcionários e um sistema mais moderno também estão no roteiro das melhorias programadas para acontecerem ainda este ano. Outras medidas estudadas são a mudança da alfândega para outro espaço, liberando a cidade fronteiriça do rigor da fiscalização, e alargamento da rodovia de acesso à aduana.
Vencidas as etapas burocráticas do ingresso no país do tango, ao final da noite, dificilmente o turista vai se lembrar dos perrengues. É um programa que vale cada minuto, cada peso. As atrações culturais são enriquecedora e a comida é um atrativo especial.
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