O projeto Morretes: Cidade do Pólen estimula a criação de abelhas nativas sem ferrão para os agricultores familiares e busca transformar o município em um polo de meliponicultura. O intuito é incrementar a renda dos produtores rurais e fortalecer o desenvolvimento regional.
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Com a iniciativa, em desendolvimento há um ano, o município litorâneo quer atacar em três frentes: geração de trabalho e renda, educação nas escolas e turismo. Foram promovidos cursos e oficinas na casa de agricultores que já atuam com as abelhas mandaçaia. Além disso, 30 caixas foram distribuídas nas 15 escolas municipais, duas em cada unidade.
Por meio de chamamento público, serão distribuídas 100 caixinhas com abelhas mandaçaia. Essas abelhas produzem o própolis azul. Análises demonstraram que esse própolis é dez vezes mais potente que o própolis verde. As famílias selecionadas para receber as caixas de abelhas sem ferrão participarão de treinamento teórico em melipolinicultura e assistência técnicas do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) para verificar as condições de suas propriedades e do entorno.
Por ver potencial na meliponicultura, o engenheiro civil Eduardo Varaschin Consoli começou a produção antes de receber as caixinhas. Ele conheceu o projeto no final do ano passado e tinha o desejo de ter abelhas sem ferrão em sua propriedade. Ao conhecer o coordenador-técnico do Tecpar, Renato Rau, Consoli descobriu o projeto de Morretes. O engenheiro fez alguns treinamentos disponibilizados pelo programa do município e, com isso, adquiriu as caixas.
“A mandaçaia foi a abelha que eu decidi começar, pelo fato de ser uma abelha resistente e de fácil manejo. Além do fato de ser uma abelha que, na nossa região, produz um tipo único de própolis, que foi descoberto recentemente e vem despertando bastante interesse”, contou.
Como a intenção de Consoli é ampliar a produção, além de própolis, ele buscou uma variedade genética de abelhas para evitar a consanguinidade. “Hoje eu tenho 35 caixas de abelha mandaçaia e 2 jatais. A minha projeção, até o final do ano, é chegar em 200 matrizes de mandaçaia, e também começar a criação da abelha guaraipo, que está quase desaparecendo da natureza, e a de abelha bugia”, explicou.
Comsoli avalia que aprendeu muito com os treinamentos que o projeto disponibiliza. “O professor Renato Rau, que está nos orientando através do projeto, é muito qualificado. Com isso, as expectativas são altas. O fato de eu estar projetando o crescimento do meliponário se deve a toda essa base que o projeto nos deu”, relatou.
Ele evidenciou que a produção de abelhas é uma forma de gerar renda extra e, também, de preservação da natureza. “Com estudo, manejo adequado e com abelhas boas, dá para ter lucro sim. Ainda mais para aquelas pessoas que tem uma área de preservação parada na propriedade. É uma forma de tornar aquela área produtiva”.
“O maior potencial que eu vejo é em relação à própolis azul que a mandaçaia produz. É algo novo, que está sendo estudado e tem o potencial de ser um produto muito interessante”, ressaltou o engenheiro. Agora, ele aguarda receber caixinhas de abelha pelo projeto.
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