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Gestão compartilhada

Parceria com a iniciativa privada é aprovada pelos pais no Paraná, aponta pesquisa

Programa Parceiro da Escola no Paraná
Gestão compartilhada com a iniciativa privada é aprovada por 86% dos pais e responsáveis pelos estudantes, conforme pesquisa encomendada pelo governo estadual. (Foto: Lucas Fermin/Governo do PR)

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Uma pesquisa de opinião encomendada pela Secretaria de Estado da Educação do Paraná (Seed-PR) mostrou que a maioria dos pais e responsáveis aprova o programa Parceiro da Escola, implementado no início de 2025 pela gestão Ratinho Junior (PSD). O levantamento, realizado pela Radar Inteligência, avaliou a efetividade do modelo de gestão escolar que tem como objetivo liberar os diretores para se concentrarem na aprendizagem, enquanto uma entidade parceira assume as funções administrativas, de manutenção e de substituição de profissionais.

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O programa paranaense, iniciado em fevereiro deste ano, apresenta resultados expressivos, na opinião do secretário estadual da Educação, Roni Miranda. “O objetivo é claro: garantir a presença de professores em sala de aula, manter a estrutura escolar em boas condições e criar um ambiente mais favorável à aprendizagem. Os dados mostram que estamos no caminho certo”, declarou o secretário em entrevista à Gazeta do Povo.

A pesquisa encomendada pela pasta indica os seguintes resultados:

  • 86,5% aprovam o programa Parceiro da Escola no Paraná
  • 81,4% dos responsáveis sabem que a escola participa do programa Parceiro da Escola no Paraná
  • 92,2% sentem que os filhos estão sendo bem cuidados na escola
  • 84,2% recomendariam uma escola que participa do programa para um amigo ou familiar
  • Entre os 53,8% que notaram diferença após o início do programa, 90,1% apontam melhorias na estrutura e qualidade do ensino em geral.

A pesquisa foi feita por telefone entre 3 e 25 de junho de 2025, com 2.002 responsáveis por alunos matriculados em 82 escolas participantes, abrangendo 34 municípios e 15 Núcleos Regionais de Educação. O universo total inclui 53.979 estudantes dentro do Parceiro da Escola no Paraná. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.

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Além de avaliar o resultado da pesquisa, o secretário Roni Miranda comentou em entrevista à Gazeta do Povo sobre a preparação dos alunos e docentes para exames nacionais neste segundo semestre. Essas avaliações medem a qualidade da educação no país e como os modelos adotados pelo Paraná — entre eles o programa de escolas cívico-militares e a educação profissionalizante — contribuem para o desempenho dos estudantes.

Gazeta do Povo: Como a secretaria recebeu os resultados da pesquisa de avaliação sobre o modelo Parceiro da Escola, que foi encomendada pelo governo estadual?

Roni Miranda: O modelo Parceiro da Escola começou a funcionar em fevereiro deste ano. Contratamos o instituto de pesquisa Radar e os resultados mostraram um cenário muito real do que acontece nas escolas. Ficamos acima das expectativas, especialmente na avaliação positiva dos pais. A ideia era trazer qualidade, retirando dos diretores a carga burocrática e administrativa, para que se dediquem aos alunos e à aprendizagem. O parceiro cuida das questões administrativas, manutenção e substituição de professores.

Hoje, 86% dos pais aprovam o modelo e 84% indicariam a escola parceira para amigos ou parentes. O dado mais importante, para mim como professor, foi a drástica redução de aulas vagas: nas escolas parceiras, elas não existem mais. Quando falta um professor, entram profissionais para aulas de recomposição de matemática e língua portuguesa, garantindo que o aluno não perca tempo e recupere conteúdos de anos anteriores.

Gazeta do Povo: A parte pedagógica continua com a Secretaria da Educação. Como funciona a gestão das aulas? Em São Paulo, por exemplo, houve um decreto em decorrência da alta taxa de faltas injustificadas.

Roni Miranda: No meu caso, a maioria é justificada, mas ainda tenho índice de mais de 20% de ausência de professores por mês. É um número alto. No Parceiro da Escola, os professores concursados permanecem com o estado, mas o parceiro contrata os temporários. Diretores e vice-diretores participam das entrevistas e da seleção. Esses temporários recebem, muitas vezes, salários superiores aos pagos pelo estado, o que é atrativo. Além disso, o contrato exige que o parceiro tenha professores ou acadêmicos disponíveis para substituir imediatamente ausências, os chamados “professores curinga”. Assim, o estudante não fica ocioso. Isso também beneficia o professor titular, que retorna a uma turma organizada e pronta para dar continuidade ao trabalho. O Parceiro na Escola tem mais flexibilidade para gerir essas situações do que a secretaria.

Rede pública do Paraná tem índice mensal de 20% de ausência de professores.

Gazeta do Povo: O Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do ano passado reforçou a qualidade do ensino no Paraná. Agora, em outubro, teremos a prova Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica) e a primeira avaliação nacional para docentes. Como o Parceiro da Escola, junto com o modelo cívico-militar e o ensino profissionalizante, pode influenciar nesses resultados?

Roni Miranda: No Saeb, o Paraná segue como o estado com melhor educação nos anos iniciais e finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio. Trabalhamos com foco em resultados, e o Parceiro da Escola contribui para isso, já que estipulamos metas de Ideb aos parceiros e diretores. O modelo cívico-militar também ajuda.

No Brasil, ainda existe preconceito com o ensino técnico, mas países como Alemanha e Coreia do Sul mostram que é um caminho sólido para qualificação, empregabilidade e boa remuneração.

Roni Miranda, secretário da Educação do Paraná

Na educação profissional, temos 120 mil alunos no Ensino Médio cursando formação técnica, em parceria com a iniciativa privada, universidades e o Sistema S. São 12 mil alunos em aulas práticas nos laboratórios do Senai e Senac, com transporte e alimentação. Isso torna o Ensino Médio mais atrativo e alinhado às expectativas dos adolescentes, além de integrá-los ao mercado de trabalho. No Brasil, ainda existe preconceito com o ensino técnico, mas países como Alemanha e Coreia do Sul mostram que ele é um caminho sólido para qualificação, empregabilidade e boa remuneração.

Gazeta do Povo: E a prova docente do MEC, é uma novidade?

Roni Miranda: O Paraná aderiu e vai utilizá-la como titulação, valendo pontos em nossos processos seletivos. Vejo a iniciativa como positiva, mas destacaria a necessidade de priorizar cursos de exatas e áreas com escassez de professores, como química, física, matemática e inglês. A prova será especialmente útil para as redes municipais, que têm mais dificuldade técnica para organizar concursos.

Vamos ser o primeiro estado a fazer uma avaliação de larga escala da educação profissional. A previsão é realizá-la em novembro de 2025, para medir a qualidade dos cursos técnicos da rede estadual. Não queremos apenas números, mas também resultados qualitativos.

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