Com o fim das medidas de restrição mais severas impostas no Paraná para conter o avanço da pandemia de coronavírus, o retorno das aulas híbridas (parte da turma em casa, acompanhando online, e outra parte presencialmente na escola) está programado para a próxima segunda-feira, dia 15, para todos os alunos da rede pública estadual.
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De acordo com a Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed), o ambiente escolar é controlado e a Seed atua em parceria com a Secretaria da Saúde (Sesa) seguindo todos os protocolos e recomendações sanitárias, como a disponibilização de álcool em gel nas escolas, a aferição da temperatura de alunos e funcionários antes da entrada e o distanciamento de 1,5 m entre os estudantes.
A volta às aulas presenciais, no entanto, é questionada pela APP Sindicato, que representa os professores da rede estadual. A entidade considera que o momento, de aumento de casos em todo o estado, não é ideal para a volta presencial. “Não somos contra as aulas remotas, mas sim contra o retorno das aulas presenciais neste momento. Nós entendemos que não temos estrutura para atender esses protocolos sanitários, temos um número de funcionários completamente insuficiente”, afirma o presidente da entidade, Hermes Leão.
Na manhã desta quinta-feira (11), o sindicato, que orienta seus membros a não comparecerem presencialmente nas escolas, promoveu uma coletiva de imprensa online, com a participação do biólogo e doutorando do Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), Lucas Ferrante. A pedido da APP, o INPA emitiu uma nota técnica em que não recomenda a volta às aulas presenciais em Curitiba.
O pesquisador defende que as medidas de prevenção, como uso de máscaras, distanciamento e álcool gel nas escolas são insuficientes para garantir a segurança de professores e estudantes. “As medidas anunciadas não têm eficácia nenhuma para parar a pandemia. Localidades que estão em transmissão comunitária do vírus não devem retornar aulas presenciais”, afirmou.
O INPA sugere que para conter a nova explosão de casos da Covid-19 a capital paranaense faça uma lockdown mais severo, por três semanas. A entidade sugere ainda que as atividades escolares presenciais deveriam ser retomadas somente após a imunização de 70% da população.
Em nota, a Seed afirma que respeita a posição do sindicato, mas ressalta que ela não reflete o posicionamento dos profissionais que desejam o retorno às aulas em modelo híbrido. A Secretaria afirma também que esses profissionais realizaram treinamentos direcionados aos protocolos de biossegurança e ao sistema híbrido de ensino; bem como pais, responsáveis e estudantes foram orientados sobre a nova realidade dos colégios para o ano letivo de 2021.
Retorno presencial não é obrigatório
Segundo a Secretaria, o retorno presencial é opcional para os alunos, que devem ter a autorização dos pais ou responsáveis, mediante o preenchimento de um termo de compromisso. As aulas híbridas funcionarão em dois modelos. Um deles será o síncrono, quando um único professor dará a mesma aula tanto para os estudantes em sala quanto os que estão em casa. O outro modelo é o híbrido junto com o Aula Paraná. Ou seja, o estudante uma semana vai à aula presencialmente e na outra, assiste de casa.
Esse modelo deve começar em cerca de 850 colégios e irá aumentar gradualmente conforme são instalados pontos de internet rápida em mais salas de aula. Já os demais 1,3 mil colégios vão iniciar o modelo híbrido em composição com as aulas do Aula Paraná Online. Segundo a Seed, até
31 de março, 1,5 mil colégios estarão no modelo híbrido síncrono e os demais no modelo híbrido com o sistema Aula Paraná.
Todas as informações sobre a volta às aulas podem ser acessadas no site da Secretaria de Educação. Professores e funcionários das escolas que estejam incluídos em grupos de risco para a Covid-19 também não são obrigados a retomar as atividades presenciais, bastando protocolar um pedido de afastamento junto à Seed.
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