Envolver a comunidade, e não apenas o poder público e as companhias de saneamento, em projetos para melhorar a qualidade dos rios urbanos – reflexo direto da falta de saneamento básico nas grandes cidades – tem sido a aposta da prefeitura de Curitiba.
Apesar do alto índice de coleta e tratamento, a capital paranaense possui a maioria dos seus rios poluídos. A partir dessa ideia surgiu o Programa Amigo dos Rios, que começou como um projeto piloto na sub-bacia do Rio Cajuru, que integra a Bacia do Rio Belém, um curso de água que corta a cidade passando por algumas das áreas mais adensadas e urbanizadas. O projeto já se espalhou para outras seis sub-bacias do Belém.
Não por acaso esse rio foi escolhido como ponto de partida do programa. Além de ser genuinamente curitibano (nasce e termina dentro do perímetro da cidade), o rio possui uma das bacias mais poluídas. Reflexo, segundo a prefeitura e especialistas, de diversos problemas, como ligações irregulares de esgoto, acúmulo de lixo e a poluição difusa (ocasionada pela própria sujeira de veículos, ruas e mobiliário urbano que, com as chuvas, escorre para dentro do rio).
O diretor do Departamento de Recursos Hídricos e Saneamento da Secretaria de Meio Ambiente de Curitiba, Ibson Gabriel Martins de Campos, conta que o programa integra ações de vistorias nas ligações de esgoto, educação ambiental, plantio de vegetação nas margens dos rios, limpeza e dragagem dos lagos dos parques usados como forma de contenção da água das chuvas. “É ideia é visitar imóvel por imóvel, trabalhando em conjunto com escolas e igrejas e formando comitês locais para conscientizar a população da importância de cuidar dos rios”, explica.
Segundo o gestor público, a Sanepar deve investir R$ 3,5 bilhões em saneamento nos próximos dez anos, conforme prevê o contrato com o município. Uma das ações mais interessantes previstas dentro do escopo do Amigo dos Rios é a construção de pequenas “estações de tratamento” com plantas para despoluir a água. “Criamos uma estrutura, fora do corpo do rio, e desviamos uma parte da água que passa por essa estrutura com plantas, que faz a filtragem da água. É uma tecnologia usada na Hungria e França, por exemplo”, revela Campos. No processo, chamado de fitorremediação, a água é filtrada através das raízes das plantas.
De acordo com a prefeitura, há outros problemas pontuais em relação à coleta e tratamento de esgotos na capital. Um deles é a dificuldade de escoamento por gravidade dos efluentes por causa da topografia acidentada, especialmente na região norte da cidade. Outro problema é de conscientização, pois muita gente ainda joga lixo nos rios.
Tem ainda as ligações irregulares (esgoto ligado à rede pluvial, ou o inverso, água da chuva indo para a rede de esgoto) e as áreas de ocupação irregulares, sem rede de coleta. E também muitas pessoas não permitem a entrada dos técnicos para fazer a vistoria nos imóveis ou então são encontradas em casa.
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