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Com índice de perdas de água abaixo da média nacional, a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) foi escolhida para liderar uma parceria inédita de cooperação técnica com o Paraguai. A companhia paranaense atua como interlocutora do governo brasileiro, compartilhando tecnologias e conhecimentos para reduzir o desperdício nos sistemas de distribuição de água do país vizinho.
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Uma comitiva da Empresa de Serviços Sanitários do Paraguai (Essap), incluindo o presidente da companhia, Luis Fernando Bernal, está no Paraná em um programa de imersão para conhecer os processos e o programa corporativo da Sanepar voltado ao combate às perdas de água. A parceria internacional, firmada em 2024, também conta com a Agência de Cooperação Japonesa (Jica) e a Agência Brasileira de Cooperação (ABC), que contribuem para o financiamento das ações.
A relevância do projeto é estratégica: a Essap atende a cerca de 1,6 milhão de usuários e, embora tenha ampliado a cobertura de água potável de 63% para 80% entre 1993 e 2005, enfrenta um desafio expressivo. As chamadas “águas não contabilizadas” chegam a 45,7% da rede, um índice que compromete a eficiência do sistema e a sustentabilidade do abastecimento.
Como a Sanepar evita perdas de água na distribuição
A Sanepar apresenta um dos índices de perdas de água mais baixos do Brasil: 34%, segundo o Instituto Trata Brasil, enquanto a média nacional está próxima de 40%. Para o diretor de Operações da empresa, Sérgio Wippel, reduzir perdas é essencial para que o país alcance as metas estabelecidas pelo Marco Legal do Saneamento.
“O Marco determina que as companhias devem buscar a universalização, com 99% da população atendida por água tratada e 90% por coleta e tratamento de esgoto. Além disso, fixa que o índice de perdas de água deve cair para 25%. A Sanepar concentra esforços e investimentos para alcançar essa meta”, afirma.
Entre as soluções aplicadas para evitar as perdas de água estão sistemas de monitoramento em tempo real e tecnologias de detecção de vazamentos. Um dos exemplos é o uso de equipamentos ultrassônicos que captam ruídos da água e, por meio de algoritmos, identificam prováveis vazamentos, permitindo intervenções rápidas.
“Esse tipo de tecnologia agiliza a localização dos problemas e reduz o volume de água desperdiçada, tornando o processo mais eficiente”, afirma o especialista Marcelo Depexe. Outra medida para combater as perdas de água é a inspeção não destrutiva das redes, que permite mapear fissuras e vazamentos em tubulações, inclusive em profundidade, antes que causem danos maiores.
Desde 2016, a companhia opera o Plano de Manutenção Preventiva de Adutoras, que define a periodicidade de inspeções de acordo com critérios técnicos como idade, material e importância estratégica das redes. Segundo Edymilson Luiz dos Santos, coordenador do Centro de Controle Operacional da Companhia em Curitiba, o método trouxe avanços significativos.
“Com as adutoras classificadas por relevância, conseguimos planejar as manutenções de forma eficiente, garantindo maior confiabilidade do sistema e menor risco de perdas”. Conforme informações da Sanepar, o acesso à água tratada está universalizado nos 344 municípios do Paraná e em um de Santa Catarina. Para isso, opera uma rede de distribuição que ultrapassa 67 mil quilômetros.
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