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reserva hídrica do futuro
Sanepar lança edital da Reserva Hídrica do Iguaçu.| Foto: Divulgação/Sanepar

A Reserva Hídrica do Iguaçu, que promete ser um trunfo para a Região Metropolitana de Curitiba em termos de abastecimento de água em casos de estiagem, teve um novo passo dado na última semana, com a publicação do primeiro edital de estudo das áreas.

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O edital lançado pela Sanepar contempla três lotes, dois deles relacionados à identificação de possíveis usos das águas para abastecimento público, com foco nos rios Açungui e Iguaçu, e outro que prevê estudos e anteprojetos que visem melhorar a qualidade da água do Rio Iguaçu e promover a conservação de florestas e áreas úmidas de sua nascente até Porto Amazonas.

Com custo de R$ 7 milhões, o edital recebe propostas até 1º de dezembro, com resultado final previsto para 23 de janeiro e assinatura dos termos de cooperação em 20 de fevereiro. O prazo de execução é de 730 dias, contados a partir da data de assinatura.

Mudar a gestão: de reativa a proativa

A ideia do projeto, segundo o edital lançado, é alterar a gestão, hoje reativa, de eventos hidrológicos extremos ou tragédias (secas e cheias). “Há a necessidade de implantar a gestão de riscos, a qual inclui ações proativas que precedem os possíveis desastres, a fim de evitar ou reduzir impactos que possam causar a indisponibilidade hídrica, seja por qualidade ou quantidade, nos sistemas da Sanepar”, elenca o documento.

A previsão para a reserva, segundo consulta da Gazeta do Povo à Sanepar, é que nos dois próximos anos sejam instaladas as comportas nos canais que foram interligados, com estimativa de início da operação e manejo em 2024.

Projeto deve criar um corredor ecológico de 200 km²

O projeto teve parceria firmada entre a Prefeitura de Curitiba e o Governo do Estado em setembro de 2021 e pretende interligar as antigas cavas do rio – originalmente surgidas durante o processo de retirada de areia -, favorecendo a formação de lagos que poderão suprir o abastecimento de água. Também prevê a criação de parques com lagos para preservação, orla, equipamentos de lazer e uma faixa lateral com estrutura de captação de esgoto.

A área total da reserva é de 200 km², com 50 km² para águas e lagos, formando um corredor ecológico de preservação da fauna e da flora. O projeto, do Instituto Água e Terra (IAT) e da Sanepar, pretende fechar parceria com municípios da Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

“O projeto vai contribuir para que a RMC tenha resiliência hídrica, deixando um legado de conservação dos recursos naturais”, disse o diretor-presidente da Sanepar, Claudio Stabile. Estudos iniciais apontam capacidade de reserva de 43 bilhões de litros apenas em Curitiba.

Sexta barragem não está descartada

O encaminhamento desse edital, segundo a Sanepar, não representa o descarte oficial do plano de construção de uma sexta barragem para Curitiba, nas bacias dos rios Faxinal, Maurício e Despique, nos municípios de Fazenda Rio Grande, Mandirituba e Araucária, conforme hipóteses levantada em janeiro.

“A Sanepar trabalha para garantir o abastecimento. Estamos analisando várias alternativas e a construção da sexta barragem para a região do Sistema de Abastecimento Integrado de Curitiba (SAIC) continua. Somente será substituída se tivermos segurança em outras alternativas e um cronograma capaz de superar a sua construção”, diz a Sanepar.

Outra represa, que seria a quinta a integrar o SAIC, a do Miringuava, em São José dos Pinhais, ainda está na primeira fase das obras, referentes ao maciço de terra e suas estruturas auxiliares, com evolução de 75%. “A previsão de conclusão desta fase das obras é no primeiro semestre de 2023, condicionado às condições climáticas favoráveis”, diz a companhia.

Com capacidade para 38 bilhões de litros de água, a represa do Miringuava deveria estar em operação desde o fim de 2020, junto às Represas do Iraí, Passaúna, Piraquara I e II.

Etapas do progresso

Até o momento, em relação à Reserva Hídrica do Futuro, a Sanepar realizou:

  • A interligação das cavas entre a Rodovia BR-277 e a Rua Pastor Adolfo Weidmann, em Piraquara, em uma área de 300 hectares que armazena 2 bilhões de litros de água. Essa área funcionará como uma pequena barragem que incrementaria em 150 litros de água por segundo à captação da Estação de Tratamento Iguaçu.
  • A limpeza da Lagoa Corine e do canal de água limpa do Rio Iguaçu, também em Piraquara. A retirada da vegetação aquática da superfície da lagoa e do canal contribui para aumentar a disponibilidade hídrica para o sistema. Desde então, ocorre manutenção para impedir que se forme nova cobertura sobre essas águas.
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