
Ouça este conteúdo
Uma mulher de 40 anos presa pelo sequestro de uma bebê de um ano e seis meses em Curitiba, no bairro Parolin, teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na manhã deste domingo (26), após a realização de uma audiência de custódia.
Assim, a suspeita, cuja identidade não foi divulgada pela Polícia Civil do Paraná, ficará presa por tempo indeterminado, sem perspectiva de ser solta.
A prisão ocorreu na noite da sexta-feira (24), enquanto estava com a menina em sua residência, que fica em Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba. O resgate da bebê foi feito por agentes do serviço de inteligência da Rondas Ostensivas de Natureza Especial (RONE), da Polícia Militar.
Os policiais afirmaram que a mulher estava sozinha com a menina quando foram encontradas. No local, havia fraldas, leite e comida para a criança. A bebê teve o cabelo cortado, pintado e alisado para que não fosse identificada após o sequestro.
Os agentes do RONE chegaram ao cativeiro depois de receberem informações de que o carro da suspeita tinha sido visto em Campo Largo. A mulher foi ouvida e encaminhada para a cadeia pública.
Após o resgate, a bebê foi encaminhada para a sede do Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial (Trigre), em Curitiba, para, em seguida, ser entregue à família. A criança passa bem.
Em entrevista coletiva, delegado da Polícia Civil responsável pelo caso, Thiago Teixeira, que é chefe do Tigre, afirmou que a mulher que estava com a criança estava desempregada e que “ela queria criar essa criança como se fosse uma filha dela”.
Teixeira ainda disse que o sequestro é um caso isolado e que a mulher “não se mostrou arrependida e não fez contato com a família exigindo algum tipo de valor pela criança". A previsão é de que ela responda por subtração de incapaz, dentre outras condutas que ainda serão avaliadas pela polícia.
O secretário de Segurança Pública do Paraná, coronel Hudson Teixeira, informou que a suspeita não tinha passagem anterior pela polícia e que tudo indica que ela agiu sozinha.
Mulher teria abordado outras crianças antes do sequestro em Curitiba
De acordo com as investigações, antes do sequestro, a mulher teria abordado outras crianças em Campo Largo. Sem atingir seu objetivo, decidiu ir até o bairro Parolin. Um dia antes de abordar a mãe da criança, Érica Alves dos Santos, a mulher teria passado de carro por elas.
Conforme reportado pela Gazeta do Povo, a mulher simulou ser uma agente de saúde e alegou que Érica precisaria fazer um exame por conta de uma denúncia contra ela. O sequestro ocorreu na tarde da quinta-feira (23).
A delegada Patrícia Paz, do Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente (Nucria), disse que, após ouvir vizinhos e pessoas da comunidade, as conclusões são de que não houve negligência por parte dos pais da bebê.
“Ouvimos pessoas da comunidade e do sistema de saúde que atuam ali. Esses servidores afirmaram que é uma família com vulnerabilidade de recursos, mas é uma família que trata as crianças com todas as possibilidades que tem, da melhor maneira possível”, comentou a delegada.
Em entrevista à rede RPC, a mãe da menina relatou que, no dia anterior ao rapto da criança, tinha visto a mulher passar de carro próximo da casa da família. Érica disse que espera que a mulher fique presa por muito tempo, mas que a perdoa.
“Eu peço que prendam ela por muitos anos ainda, porque eu não quero ver essa mulher solta não. Mas eu perdoo ela de tudo, perdoo ela, porque não sei o que se passa com a pessoa, se está passando por necessidade, precisando de dinheiro, por que ela fez isso”, disse a mãe.



