O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) encerrou nesta sexta-feira (1º) os depoimentos das testemunhas arroladas na ação que investiga a suspeita de abuso de poder econômico em campanha eleitoral, que pode culminar na cassação de Sergio Moro (União Brasil-PR), que foi eleito senador nas eleições de 2022 com 1,9 milhão de votos no Paraná.
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O último dia de oitivas, iniciadas na quinta-feira (29), foi reservado às testemunhas de defesa do ex-juiz da Lava Jato, entre eles, o ex-procurador da operação Deltan Dallagnol (Novo-PR), que acabou sendo dispensado a pedido da própria defesa de Moro. A justificativa é que a maioria das testemunhas arroladas pelos partidos denunciantes também foram dispensadas e o depoimento do ex-deputado federal se tornou desnecessário. Assim, apenas o proprietário do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, foi ouvido nesta sexta-feira e questionado sobre a influência das pesquisas nos votos no pleito ao Senado.
"Avaliação é muito positiva, pois o depoente deixou claro que nenhum gasto da pré-campanha de Sergio Moro no Paraná o tornou mais conhecido da população, já que sua imagem decorre da atuação como juiz da Lava Jato", avalia a defesa do senador em nota enviada à Gazeta do Povo.
Das oito testemunhas arroladas pelo Partido Liberal (PL) e pela Federação encabeçada pelo Partido dos Trabalhadores (PT), autores do pedido de investigação na ação que foi unificada, apenas a testemunha Anna Gabriela Pereira de Souza, gestora de contratos do Podemos, em Diadema (SP), arrolada pelo PL, foi ouvida pelo TRE-PR na quinta-feira. Depois disso, os advogados do partido e da Federação dispensaram as demais testemunhas programadas para o dia de depoimentos e também as agendadas para sexta-feira (30).
“A oitiva da gestora corrobora que as contratações do Podemos foram entabuladas para beneficiar Sérgio Moro, portanto confirma-se o abuso de poder econômico. Já o depoimento de Murilo Hidalgo, dono do Instituto Paraná Pesquisas, foi irrelevante para o deslinde do caso”, avalia o advogado do PL, Guilherme Ruiz Neto.
Já o advogado que representa a Federação do PT, PV e do PCdoB, Luiz Piccinin, analisa que houve “pouco efeito prático” nos depoimentos e que os documentos de contratações feitas pelo Podemos, durante o período de filiação de Moro, quando foi apresentado como pré-candidato à Presidência e os demais gastos na campanha ao Senado pelo União Brasil, são suficientes para embasamento da decisão do colegiado do TRE-PR. “O abuso está mais que comprovado pelos documentos trazidos pelos partidos do ex-juiz aos autos”, argumenta.
O depoimento de Moro e dos suplentes ao Senado está agendado para o dia 7 de dezembro. Depois disso, o novo relator do processo, desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, abre prazo para alegações finais e deve agendar o julgamento, que pode terminar com a cassação de Moro. Nos bastidores, a informação é que o processo será apreciado pelo colegiado do TRE-PR em janeiro, após o recesso do judiciário.
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