No dia 18 de março, o Clube Curitibano volta a sediar um encontro da Rede Feminina de Combate ao Câncer de Curitiba (RFCC). Foi ali, em 18 de março de 1954, que Anita Merhy Gaertner e outras senhoras da sociedade curitibana criaram a RFCC para angariar recursos para a construção de um abrigo para pessoas com câncer – meta cumprida com tanto sucesso que permitiu a construção Hospital Erasto Gaertner, em 1962.

Agora, as herdeiras desta missão – que se ampliou e transformou ao longo do tempo – retornam ao clube para celebrar, em um jantar, os 70 anos de associação. O evento vai reunir voluntários de Curitiba e de redes similares de todo o Brasil, além de apoiadores e interessados em contribuir com a causa, para celebrar essa história, mas não só. A proposta também é mostrar a relevância do trabalho realizado pela RFCC – e o profissionalismo envolvido nesse processo.

“Somos focados em prestar assistência e melhorar a qualidade de permanência dos pacientes no Hospital Erasto Gaertner. Também temos uma missão muito importante de educar a população sobre a importância do diagnóstico precoce e do tratamento”, afirma a presidente estadual da RFCC, Angela Hilgemberg Zanlorenzi. “É um trabalho que evoluiu junto com o hospital. Antes, havia uma ideia de que éramos senhoras da sociedade que se reuniam para fazer artesanato e eventos, mas nosso trabalho vai além”.

Atualmente, a rede comanda 24 projetos assistenciais e de arrecadação de recursos dentro do Hospital Erasto Gaertner, como o Mamamiga, que distribui – gratuitamente ou, para quem tem condições de pagar, a valor abaixo do de mercado – prótese de silicone externa para pacientes mastectomizadas que não podem fazer cirurgia de reconstrução de mama. Além disso, mantém uma central de arrecadação e distribuição de doações para pacientes e familiares, e um bazar cuja renda é revertida à manutenção da entidade e de seus projetos.

O jantar de aniversário também será palco do lançamento do projeto “Cuidando de quem cuida”, inspirado em uma campanha nacional que será lançada em abril. “Escolhemos essacampanha para se tornar um programa contínuo no hospital. Vamos depositar nosso olhar de acolhimento sobre o cuidador informal que atende esse paciente – e que é muito afetado por isso”.

A primeira medida será fazer uma pesquisa para entender as principais vulnerabilidades dos cuidadores. A partir disso, a rede pretende oferecer cursos e treinamentos sobre, por exemplo, o manuseio de pacientes imunossuprimidos e oncológicos em casa, educação financeira, direitos de pacientes oncológicos e seus cuidadores. O projeto também vai oferecer assessoria psicológica e terapia integrativas para ampliar o bem-estar dos cuidadores.