8 motivos para não perder o encontro dos Titãs neste sábado (10) em Curitiba

Filipe Albuquerque, da equipe Pinó
09/06/2023 10:00
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Os integrantes dos Titãs em show da turnê Encontro. | Guilherme Leite Fotografia/Divulgação

Chegou a vez de Curitiba. A turnê Titãs, o encontro – Todos ao Mesmo Tempo Agora ocupa o palco da Pedreira Paulo Leminski na noite deste sábado, 10 de junho. Ainda há ingressos disponíveis no site da Eventim.
Sem Marcelo Fromer, morto em 2001, Arnaldo Antunes, Branco Mello, Charles Gavin, Tony Belloto, Paulo Miklos, Sérgio Brito e Nando Reis celebram 40 anos de carreira, em uma reunião que, se não houver surpresas, promete ser a última.
Se você tem 40 anos ou mais, se lembra da cacetada que foi o lançamento de Cabeça Dinossauro, terceiro disco do então octeto, de 1986. Tudo era esquisito: uma banda de rock com oito integrantes, com certo apelo popular, que deixava para trás uma certa mistura do brega com a new wave para investir em um som mais pesado, em um namoro assumido com o punk do Clash e o pós-punk do Gang of Four, e disparar críticas à igreja, à polícia, à família e a outras instituições, em meio a palavrões e gritos de protesto. Tudo isso no auge do rock nacional, quando surgia um conjunto novo a cada semana, e rádios FM e trilhas sonoras de novelas estavam infestadas deles.
Em 1989, os Titãs lançaram Õ Blesq Blom, sexto disco da carreira, e foram alçados ao patamar de maior banda de rock do país, não apenas pelo número de integrantes. Vieram elogios de Caetano Veloso, Gilberto Gil e dos poetas concretos de São Paulo – os irmãos Augusto e Haroldo de Campos mais Décio Pignatari.  E o LP (como a gente chamava disco na época) foi alçado ao estado de “obra de arte” pela extinta revista Bizz, aquela que (os mais velhos vão se lembrar) dava marretadas sem dó em artistas da música pop e rock nacional. Como fez com os Titãs anos depois, quando a banda lançou o barulhento e boca suja Tudo Ao Mesmo Tempo Agora (1991) e o grunge Titanomaquia (1993).
A promessa da turnê Titãs 40 anos, Todos ao Mesmo Tempo Agora foi a de reunir os sete integrantes para executar ao vivo os principais sucessos gravados quando todos eles, mais Fromer, integravam a banda. Arnaldo deixou o grupo em 1992; Nando, em 2002; Charles, em 2010; Miklos, em 2016.
A excursão reúne motivos de sobra para fazer fãs dos Titãs e do rock brasileiro dos anos 1980 e 1990 considerarem a ocasião algo imperdível. Listamos oito razões pelas quais você não pode perder o show – uma para cada titã.

1. Só hits

Se os Titãs repetirem o setlist dos shows anteriores, espere por hits da música de abertura à de encerramento. A proposta da banda era centrar fogo no repertório dos discos que contou com todos os integrantes. Exceções como “Cegos do Castelo”, do Acústico (1997), já sem Arnaldo (mas que participa do disco), “É preciso saber viver”, versão para a música de Roberto e Erasmo Carlos lançada em Volume Dois (1998), e “Epitáfio”, de A Melhor Banda de Todos os Tempos da Última Semana (2001), foram sucessos absolutos.

2. (Talvez) a última oportunidade

É talvez a última oportunidade de ver a banda com a formação
que a consagrou em um palco em Curitiba. Liminha, considerado durante muito
tempo o ‘nono titã’, assume a guitarra de Fromer. Não é a primeira vez que o
produtor sobe ao palco com a banda. Ele tocou guitarra no show dos Titãs no Festival
de Montreux, em 1988, e na segunda edição do Rock in Rio, em 1991, além de
outras ocasiões.

3. Integrantes orginais reunidos

É a banda, em sua formação principal, revisitando quase toda
a discografia, desde o primeiro álbum, Titãs, de agosto de 1984 – “Sonífera
Ilha” e “Toda Cor” estão no repertório da turnê de retorno – a A Melhor
Banda de Todos os Tempos da Última Semana
”, de 2001. Não será surpresa se
músicas de discos a partir de Como Estão Vocês (2003), como o hit “Enquanto
Houver Sol”, aparecerem no programa.

4. Tem versão acústica...

Para quem gosta de músicas elétricas revisitadas no formato
acústico, os Titãs apresentam um set feito à base dos violões. É quando surgem “Epitáfio”,
“Cegos do Castelo”, “Pra Dizer Adeus”, “Não Vou me Adaptar” e “Toda Cor”, as
duas últimas com a participação de Alice Fromer, filha de Marcelo Fromer.

5. ... mas também as mais "porradas"

Se você é fã do lado mais pesado dos Titãs, prepare-se para se sacudir ao som de algumas pedradas registradas pela banda ao longo da discografia.
De Cabeça Dinossauro (1986) álbum que flertou com o punk, estão no setlist “Tô Cansado”, “Igreja”, “Homem Primata”, “Estado Violência”, “Porrada”, “Polícia”, “AAUU”, a catártica “Bichos Escrotos” mais a faixa que dá nome ao disco. “Lugar Nenhum”, de Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas” (1987) também aparece no repertório dos shows da turnê.
De Tudo ao Mesmo Tempo Agora (1991), um dos mais ardidos e controversos da discografia, apenas “Eu Não Sei Fazer Música” tem aparecido no setlist. Titanomaquia (1993), o disco grunge, com produção de Jack Endino, parece ter ficado de fora do retorno.

6. Alimentar a nostalgia

Rever os Titãs com a formação definitiva é uma volta ao passado. Para os nostálgicos, é um retorno ao período em que o rock nacional ocupava as FMs, as emissoras de TV e as pistas de dança, estampava capas de revistas e jornais e o público prestava atenção no que os artistas diziam em entrevistas. Tempos em que se aguardava a chegada dos discos às lojas, e se ouvia o álbum com o encarte na mão, acompanhando as letras e descobrindo detalhes na ficha técnica impressa no encarte.

7. Divertir-se com as performances

Arnaldo, Branco e Miklos sempre foram reconhecidos pelo lado
performático que emprestavam à banda. Nos primeiros anos, o grupo chegou a ter uma
coreógrafa, com quem ensaiavam passos reproduzidos no palco e nos programas de
TV onde se apresentavam dublando as próprias músicas. É a chance de rever os
chutes no ar de Arnaldo, as mãos descontroladas de Branco e o lado teatral de
Miklos, há anos com uma carreira bem sucedida de ator.

8. Apresentação memorável

Na era do streaming, dos likes e dos views, em que tudo surge e some rápido demais, e de festivais com uma lista de artistas que se apresentam de playback, é relevante a possibilidade de ver artistas executando ao vivo músicas que sobreviveram a décadas. Não é qualquer banda que pode subir em um palco como o da Pedreira, que já recebeu nomes absolutos da música pop, e destrinchar uma lista imensa de canções que foram sucessos ao longo de pelo menos trinta anos.
Seja fã ou não dos Titãs, assisti-los ao vivo revisitando hoje, na casa dos 60 anos, músicas que fizeram quando tinham 20 e poucos anos, é uma experiência a se guardar por muito tempo. Com a facilidade de registrar com esse aparelho que você carrega no bolso e nas mãos o tempo todo, e com o qual você pode ouvir novamente toda a discografia do grupo, naquele famoso esquenta para o show. Os tempos são outros.

Serviço

Titãs Encontro – Todos ao Mesmo Tempo Agora
Quando: 10 de junho, 20h
Onde: Pedreira Paulo Leminski
Rua João Gava, 970, Abranches
Ingressos: no site da Eventim