De acordo com dados do Banfield Pet Hospital, rede norte-americana de cuidados veterinários,  de 2011 a 2020 o número de cães obesos ou com sobrepeso cresceu 108% e o de gatos 114%. No Brasil, cerca de 25% a 40% dos pets enfrentam a doença, o que além de contribuir para o sedentarismo, torna-o mais vulnerável a outras doenças. “Uma das principais implicações do sobrepeso é o desenvolvimento de problemas nas articulações. Algumas outras consequências são alterações na pele e pelagem, aumento do odor corporal e distúrbio gastrointestinal”, explica Nanci Burattini, médica veterinária da Pet de TODOS.

Um agravante deste contexto é que muitos tutores não sabem ou não se atentam ao fato de que o estilo de vida deles impacta diretamente na saúde dos pets. A falta de tempo para levar o pet para passear e os exageros na hora da alimentação, como dar mais petiscos do que o necessário ou dar comidas que fogem de uma alimentação balanceada e adequada para os animais, contribuem para o sobrepeso e a obesidade dos pets.

Por isso, é preciso estar atento aos seus hábitos e aos sinais, que vão além do ganho de gordura corporal. “É possível perceber mudanças como o aumento na ingestão de água, no apetite e no volume urinário. Além de indisposição para levantar, caminhar e correr, dificuldade respiratória e dormir muito”, explica.

Segundo Nanci, os tutores devem procurar o atendimento médico veterinário para avaliação do animal, mesmo que o sobrepeso não seja evidente. “A avaliação, por meio de exames laboratoriais, é importante, pois identifica as possíveis causas da obesidade e prevenir o surgimento de outras doenças, que podem prejudicar a qualidade de vida e, consequentemente, a longevidade do pet”, explica.

As principais formas de tratamento estão baseadas na prescrição de uma dieta adequada, com ajustes individuais na dieta e no consumo calórico, e exercícios físicos. “Dependendo do nível de obesidade, o médico veterinário pode oferecer rações light ou medicamentosas específicas. Outra forma de tratar o sobrepeso é utilizando a alimentação caseira com os ingredientes adequados, em que o médico veterinário nutricionista irá indicar para que não ocorra deficiência de nutrientes. Agora, se a causa base da obesidade for alguma doença, deve-se iniciar o tratamento para a mesma”, explica Thaís Ramos, médica veterinária e sócia-fundadora da clínica Amparo Pet.

Ainda segundo ela, no caso da prescrição de exercícios, eles começam com atividades mais leves, como caminhadas diárias, exercícios em piscina, fisioterapia, e, conforme o desempenho do animal, a intensidade vai aumentando. “Para ter um resultado eficaz, é ideal ter um retorno constante ao médico veterinário para regular a dieta e exercícios”, alerta.

Pratique exercícios: segundo Nanci, o ideal para cachorros é pelo menos 30 minutos, 3 vezes na semana. Para cães idosos e muito pesados, são recomendadas caminhadas leves ou natação. Já no caso de gatos, os tutores podem utilizar a brincadeira por dois minutos, duas vezes ao dia, com o uso da luz, lanterna, caixa de papelão e etc, à medida que o pet se tornar mais ativo, pode aumentar o tempo gradativamente. Afinal, o tédio nos felinos faz com que eles comam mais.

Utilize comedouros lentos: para pets que comem muito, o tutor pode utilizar comedouros lentos ou comedouros brinquedos. “Esses recipientes fazem com que o animal interaja no momento de se alimentar, auxiliando na diminuição da ansiedade. Ao mesmo tempo, ele vai ingerir o alimento devagar, evitando a ingestão de ar e, consequentemente, complicações relacionadas ao trato gastrointestinal”, afirma Thaís.

Ofereça uma alimentação balanceada: é muito importante seu pet ter uma alimentação balanceada de acordo com o porte e a idade.

Consulte sempre um especialista: é recomendado que os tutores conversem com um médico veterinário para receber orientações sobre o melhor método para o controle de peso do pet e para proporcionar qualidade de vida e longevidade.