Música, experiência, criatividade. Mais do que um gênero musical, o jazz é um estilo de vida. Embalado pelo sax, trompete, piano e voz, o público se sente imediatamente em Nova Orleans na virada do século XIX para o XX. Para músicos e cantores, é um espaço de experimentação, um momento para explorar uma variedade de instrumentos com objetivo de criar sua própria sonoridade única.

Embora seja um ritmo que surgiu nos Estados Unidos há mais de cem anos, ele é forte também no Brasil. Evolução e adaptação fazem parte da história do jazz no país, misturando o ritmo tradicional com as tradições musicais brasileiras. O gênero começou a se popularizar por aqui nos anos 1920, passando pela Era de Ouro dos anos 1950, passando pela Tropicália e pelo jazz contemporâneo.

Em Curitiba, o cenário de jazz tem uma cena crescente e vibrante, com cada vez mais músicos e apreciadores que se unem para promover e desenvolver o gênero na região. Exemplo disso é o Curitiba Jazz Festival, que nos dias 16 e 17 de dezembro terá sua sétima edição na capital paranaense. Desde 2016, o evento reúne amantes do jazz e curiosos, que têm acesso aos talentos da área. Este ano, o festival será na Praça do Atlético (Praça Afonso Botelho).

Ir a bares, restaurantes e eventos faz parte da alma do jazz. Desde o momento de criar, o ritmo ultrapassa a técnica musical e exige de quem toca e/ou canta sentimento e emoção para serem transmitidos ao público.

Colaboração é outro conceito-chave neste universo. A harmonia entre os instrumentos é que faz a canção. Dessa forma, para crescer como músico ou cantor no jazz, é preciso entrar em contato com a comunidade local, participar de jam sessions e colaborar com outros produtores musicais de jazz da região.

Carine Luup é uma das estrelas do jazz curitibano. Para ela, o cenário na cidade é extremamente rico. “Os músicos estão acima do normal. Eu sou uma fã absurda do jazz curitibano, que vem crescendo com novos nomes. O pessoal mais novo vem se destacando muito, principalmente no jazz instrumental em lugares como as noites de quinta no Wonka, o Ponto Jazz e até mesmo no Vale da Música que rola na Ópera de Arame”, pontua.

O Dizzy é o lugar ideal para conseguir uma atmosfera intimista: é escuro e próximo dos músicos, assim como era o jazz nos Estados Unidos no começo do século XX. “O bar já foi muitas vezes premiado como melhor bar com música ao vivo da cidade. Sem dúvida o Dizzy é o templo do jazz em Curitiba”, expõe Sérgio Medeiros em seu blog Curitiba Honesta. Além do jazz, a música do Dizzy também passa pelo soul e pelo blues. O curador das atrações musicais é Jeff Sabbag, pianista dono do bar. Quanto ao cardápio, há opções de drinks, vinhos e cervejas, carnes, petiscos e hambúrgueres. O espaço fica na rua Treze de Maio, 894.

O Full Jazz é um restaurante que faz parte do complexo Slaviero Hotéis. O local conta com música ao vivo durante toda a semana, em especial sextas, sábados e domingos. Ligado à história do ritmo musical, oferece uma diversidade de pratos com nomes de artistas consagrados, como burrata Sharon Jones, canolli de abobrinha Dinah Washington, lagosta Sarah Vaughan, risoto de salmão Sonny Rollings e camarões Louis Armstrong. O restaurante fica na rua Silveira Peixoto, 1297.

O Ponto Jazz é um gastrobar focado em apresentações de jazz ao vivo, que acontecem de terça a sábado a partir das 18h. Entre as opções de comida estão pratos inspirados na gastronomia italiana, com carnes, massas e saladas. As estrelas do lugar, além dos músicos, são os drinks autorais com nomes de grandes sucessos, tais como A Little Dream (em referência a Dream a little dream of me, de Louis Armstrong), You Give me Fever (inspirada na Fever de Peggy Lee), Hello Dolly! (também de Armstrong) e My Lonely Days (de Eric Morris). O Ponto Jazz fica na rua Marechal Deodoro, 1937.

O Wonka Bar é um dos centros culturais mais diversos da capital. Além da gastronomia, o ambiente possui poesia, jazz, samba e música autoral. O clima lá é de alegria e descontração. “Quero ser feliz e fazer feliz quem andar comigo. Quero arte, diversão, e muita verdade. Um bar não pode ser só um bar”, diz a dona do bar, Ieda Godoy, em suas redes sociais. As noites do jazz são quintas-feiras, quando a casa abre às 20h. O Wonka está na rua Trajano Reis, 32.

O Vino! Batel é um ambiente especial para quem gosta de vinhos, já que é o primeiro winebar de Curitiba. O restaurante reúne adegas e restaurantes, em espaços intimistas, descontraídos e acolhedores, que combinam principalmente com os dias mais frios. As apresentações musicais acontecem no deck da rua Coronel Dulcídio, com um espaço bem arejado. O trio liderado pelo vocalista e pianista Bernardo Manita é residente da casa. A diversidade musical do repertório é bem grande, das raízes do estilo até releituras de bandas do pop. As quintas-feiras são dedicadas ao jazz ao vivo. O bar se encontra no Shopping Hauer, na rua Comendador Araújo, 891.