Festival de Curitiba

Trazendo a essência do teatro em dois espetáculos, Grupo Corpo fechará o Festival de Curitiba

Equipe Pinó
27/03/2023 19:04
Thumbnail

Apresentação ‘Breu’ do Grupo Corpo.

Sinônimo de melhor dança contemporânea brasileira desde a década de 1970, o Grupo Corpo está de volta ao Festival de Curitiba com duas coreografias em um mesmo programa, nos dias 8 às 20h30 e 9 de abril, às 19h, no Teatro Guaíra, nas duas últimas noites da Mostra Lucia Camargo.
A escolha da trupe mineira como espetáculo de encerramento do Festival traz a oposição entre o trágico e o lírico, que é a própria essência do teatro. Primavera é uma coreografia ensolarada, suave, otimista, ao passo que Breu é uma peça mais sombria, densa e sufocante.
O coreógrafo Rodrigo Pederneiras explica que Primavera foi criada na pior fase da pandemia e os movimentos da dança incorporaram as interdições daquele momento: os bailarinos quase não se tocam em cena.
Por outro lado, os figurinos têm as cores da primavera e a trilha sonora traz versões instrumentais de canções do projeto Palavra Cantada, adaptadas para estilos musicais que vão do jazz à percussão afro.
“A ideia era criar um trabalho que trouxesse esperança num tempo melhor, numa vida mais legal e fazer as pessoas saírem do teatro mais alegres e com um horizonte mais claro quando tudo estava muito nublado”, disse Pederneiras.
Apresentação 'Primavera', Grupo Corpo. Foto: José Luiz Pederneiras
Apresentação 'Primavera', Grupo Corpo. Foto: José Luiz Pederneiras
Como contraponto, a coreografia de Breu é uma tradução poética da violência e da barbárie que Pederneiras intuiu que podiam dominar a sociedade no futuro quando compôs a peça em 2007 com cenografia e os figurinos escuros, geométricos e cortantes.
Um dos destaques do repertório do grupo desde então, a coreografia de Breu exige um grande trabalho de chão dos bailarinos para acompanhar a trilha original de Lenine que usa samplers, efeitos e citações para criar uma peça única, de oito movimentos, que vai do hard rock à tradição de gêneros populares brasileiros.
“São trabalhos completamente diferentes. Breu fala de violência mesmo, essa vida estranha que a gente vive, muito graças ao Lenine que fez uma trilha fenomenal, que tem um peso raríssimo. Primavera é o oposto e as duas juntas formam um conjunto muito forte em que podemos mostrar as muitas possibilidades de novas de dançar e de fazer dança”, finaliza.

Serviço:

Quando: 8 de abril às 20h30 e 9 de abril às 19h.
Onde: Teatro Guaíra (Guairão) - Rua XV de Novembro, 971 - Centro
Ingressos: www.festivaldecuritiba.com.br e no Shopping Mueller (Piso L3).
Valores: R$ 80 e R$ 40 (meia)