Músicas sob medida

Gi Beluca: cantora curitibana é destaque em composições exclusivas para presentear

Equipe Pinó, com colaboração de Vitor Hugo Batista
26/10/2022 19:20
Thumbnail

Das referências de MPB da avó e do rock do pai, Gi Beluca aprendeu a ser eclética e hoje compõe músicas em diversos ritmos. | Divulgação

“Sou artista desde que me entendo por gente”. É assim que Giovanna de Castro Beluca se apresenta. Aquariana, nascida em Curitiba, encontrou nas rimas um prazer e na música, um ofício. Hoje é a segunda artista do país a trabalhar com composição de músicas sob encomenda para presentear. Um percurso não sem percalços, trilhado desde a infância.
Cantando com 4 aninhos.
Cantando com 4 aninhos.
Foi na casa da avó, Iracema, que vieram as primeiras referências musicais. Os vinis de Roberto Carlos, Tom Jobim e Elis Regina foram a trilha nos dias de peraltagem. Do pai, Daniel, surgiu a veia rockeira. U2, The Police e Pearl Jam traziam as batidas que moviam a família nas viagens de carro para o interior paulista e catarinense. Abastecida do melhor do MPB e do rock, Giovanna tomou as rédeas e passou a comandar as playlists. Tarefa difícil. Tinha que agradar gregos e troianos. Inclusive a irmã Daniela, sete anos mais nova.
Aniversário com karaokê.
Aniversário com karaokê.
Com o coral<br>da escola, fazendo uma apresentação solo.
Com o coral<br>da escola, fazendo uma apresentação solo.
Música para os ouvidos também vinham da voz da Gi. Ela soltava o gogó no carro, nas rodinhas de aniversário e nos karaokês da vida. Sempre muito espontânea e expressiva. Bastava ouvir um “bem lá no céu uma lua existe”, que ela se colocava na frente do microfone e desembestava a prestigiar os cantores preferidos da época, Sandy e Júnior. E quando a dupla começou a cantar em inglês? Giovanna foi à loucura. Entendeu que teria que estudar muito para cantar em outro idioma. Conseguiu.
O primeiro<br>instrumento<br>musical.
O primeiro<br>instrumento<br>musical.
Sua proximidade com a língua inglesa a levou para uma experiência de seis meses no Canadá. Voltou com o verb to be na ponta da língua, digno de uma fluência para dar aulas em escola de idiomas. A herança de ter vivido lá fora e o tempo em sala de aula garantiram uma facilidade em compor em inglês —  as músicas Healinge Change falam por si.
“Eu vou querer entender quem é essa pessoa,
o que ela faz, o que ela gosta de ouvir, alguma história engraçada com essa pessoa e o que diz mais sobre a essência dela, quais palavras vêm
à cabeça quando você pensa nela.”
Gi Beluca, sobre o processo criativo da música personalizada.
Mas até chegar ali, passou por um vácuo musical de cinco anos. “Existia uma carga muito grande de ser alguém na vida, de ter uma carreira, fazer uma faculdade reconhecida”, conta. Entrou para o curso de Direito na Unicuritiba para descobrir que uma vida de escritório e concursos não era o seu ritmo. Foi para o Canadá, voltou. Tinha sede de um novo futuro. Cursou Administração na Universidade Federal do Paraná. No processo, sacrificou a música.
Gi Beluca em roda de música no Canadá.
Gi Beluca em roda de música no Canadá.
Quem teve o papel de resgatá-la foi o, agora, marido, Axeu. Numa sexta à noite, ele deu uma palestra na faculdade de Gi sobre pesquisa em comunicação. Ela o achou bonito. Eles trocaram contatos e depois disso não se desgrudaram mais. Começo de história que rendeu até desencontro em Balneário Camboriú. Após quatro meses juntos, ela compôs a música Gray and Blue para ele. Axeu descobriu ali um talento que merecia ir para frente. E incentivos não faltaram.
Em 2020, em meio à pandemia, Giovanna percebeu que muitos gostariam de homenagear pessoas queridas. E por que não através da música? Decidiu pegar uns amigos de cobaia para compor algumas canções de demonstração para os clientes. Hoje, a Gi Beluca Produções Musicais compõe melodias exclusivas para os clientes presentearem e homenagearem pessoas.
“Eu vou querer entender quem é essa pessoa, o que ela faz, o que ela gosta de ouvir, alguma história engraçada com essa pessoa e o que diz mais sobre a essência dela, quais palavras vêm à cabeça quando você pensa nela”, explica. Depois disso, o processo envolve uma imersão nos cantores favoritos da pessoa homenageada. E não importa se é samba, forró, sertanejo, pop, rock ou eletrônico, Giovanna vai fundo em qualquer estilo. O resultado é pura poesia.