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Empresária e atleta curitibana é fenômeno mundial do beach tennis

Stephanie D’Ornelas, especial para Pinó
15/06/2022 23:45
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Marcela Vita é tricampeã mundial e está na 2ª posição do ranking nacional de beach tennis. | Fernanda Oliveira

Curitiba não tem praia, mas se depender da atleta Marcela Vita, terá cada vez mais pé na areia. A curitibana de 32 anos é uma estrela do beach tennis em terras brasileiras e internacionais. Tricampeã mundial, Marcela está na 2ª posição do ranking nacional e em 8º lugar no ranking global da modalidade, que é uma mistura de vôlei de praia, badminton e tênis tradicional. E foi justamente o último esporte que transformou Marcela em atleta ainda na infância. “Eu joguei tênis a vida inteira, desde os 7 anos. Com 17, fui fazer faculdade nos Estados Unidos com bolsa de atleta. Quando me formei, em 2011, voltei para o Brasil. Em 2012 fiz uma viagem para Barcelona, e foi lá que eu tive contato pela primeira vez com o beach tennis. Me apaixonei desde a primeira vez que joguei, porque é um esporte muito dinâmico. A gente se diverte bastante”, conta Marcela.
O beach tennis tem ganhado cada vez mais adeptos na capital paranaense, onde quadras esportivas de areia têm se multiplicado nos últimos anos. Mas quando Marcela se encantou pela modalidade, era raro encontrar alguém que a praticasse na cidade — embora a popularidade do tênis de praia já estivesse em ascensão em estados como Santa Catarina. A realidade curitibana começou a mudar a partir de iniciativas pioneiras como a de Marcela: em 2014, ela abandonou a multinacional em que trabalhava e passou a dar aulas de beach tennis no Parque Barigui. No começo eram poucos alunos, mas a curiosidade de quem passava por ali fez esse número aumentar cada vez mais.
Tanto que Marcela e seu treinador, o também curitibano Gabriel Farah, criaram a Vita Beach Sports, academia de tênis de praia e esportes de areia que hoje reúne mais de 600 alunos.
“Sempre foi meu sonho ter minha própria academia. Em março de 2019 inauguramos a Vita, com metodologia própria, que passou a ser referência nacional e mundial”, relata Marcela. “Hoje o cenário é bem diferente, tem muita gente jogando. O curitibano foi picado pelo bicho do beach tennis”, avalia. Marcela deixou de dar aulas para se dedicar 100% aos treinos: sua rotina inclui 1h30 de preparação física de segunda à sexta, e de 2 a 3 horas de treino em quadra de segunda a sábado. O esforço é proporcional a seus objetivos. “Eu quero ser a número um do mundo. Acredito que eu possa chegar lá e ver o esporte cada vez maior, com mais visibilidade. Atualmente já temos torneios televisionados, mas creio que a gente possa ser ainda mais reconhecido e popular no Brasil”, diz a atleta.
A curitibana conta com patrocínio de empresas como a FILA e com o apoio da Lei de Incentivo ao Esporte de Curitiba, e ressalta que esse tipo de suporte é fundamental para a profissionalização do esporte no Brasil. “O desafio é conseguirmos uma nova geração de atletas que também tenha oportunidade de ter patrocínios para viver do esporte. Acho que a minha geração abriu o caminho e tem um papel fundamental para que o beach tennis se consolide e, em um futuro próximo, seja um esporte olímpico”, aposta Marcela. Ela enumera alguns conselhos para quem sonha em trilhar o caminho de atleta, assim como ela. “Tem que querer muito, ter muita dedicação, treinar, criar um planejamento e definir metas, se possível com um treinador. E ter coragem pra encarar os desafios”.