Saúde e Bem-Estar

Confira dicas de especialistas para aproveitar o verão com saúde

Por Nathalie Oda, especial para a Pinó
16/02/2023 17:46
Thumbnail

O contato com a natureza têm também benefícios para a saúde tanto mental quanto física. | Bigstock

Os dias quentes, o sol a pino e as praias lotadas avisam que o verão chegou. A época das altas temperaturas, das férias e da diversão tem suas peculiaridades e recomendações para que o clima quente não seja um empecilho, mas sim um aliado. Afinal, o verão convida a uma vida mais ativa e saudável.
Para a Dra. Paula Xavier da Silva Schiavon, médica dermatologista cooperada da Unimed e presidente da Sociedade Brasileira de Dermatologia/Regional Paraná, a época é ideal para aumentar os níveis de vitamina D no organismo, já que sua síntese é ativada pelo sol. “A gente precisa de um pouquinho de sol por dia, mas é uma quantidade muito pequena, que pode ser atingida mesmo com o protetor solar”, explica.
O Dr. Gibran Avelino Frandoloso, coordenador da clínica médica do Hospital Santa Cruz/Rede D’Or, alerta para a importância da prática de exercícios físicos, da boa alimentação e hidratação do corpo. Mas em razão do calor e do tempo seco que também deve fazer uma visita ao Paraná, por conta do fenômeno La Niña, cuidados adicionais são necessários neste verão, já que casos de intoxicação e insolação podem ser comuns. “A insolação ocorre quando nos expomos por períodos muito prolongados a altas temperaturas ou nos expomos por menor tempo, mas com roupas inadequadas ou praticando atividade extenuantes”, alerta.
Dos cuidados às recomendações médicas, preparamos um guia para você manter a saúde em dia e aproveitar o que o verão tem de melhor. Confira:
A prática de exercícios físicos é essencial para a manutenção de uma vida saudável e ativa e no verão não é diferente.
A prática de exercícios físicos é essencial para a manutenção de uma vida saudável e ativa e no verão não é diferente.

Pratique exercícios físicos

Os dias ensolarados e as temperaturas elevadas estimulam a prática de exercícios físicos, principalmente ao ar livre. A sensação de maior disposição e bom humor não é uma percepção ocasional, mas, sim, um fato comprovado cientificamente. “Dias mais ensolarados e a luz mais amarelada interferem positivamente no nosso cérebro e levam à produção de algumas substâncias parecidas com a endorfina. Essas substâncias nos deixam mais dispostos e mais de bom humor”, esclarece a dermatologista.
Assim como no restante do ano, a prática de exercícios físicos é essencial para a manutenção de uma vida saudável e ativa. No verão, não é diferente. O período pode ser aproveitado para incentivar a constância, que é um dos fatores de relevância para manter a segurança, seja qual for a modalidade escolhida. “Exercícios ao ar livre trazem muitos benefícios como a socialização, a exposição solar e a melhora do humor. No entanto, devem sempre ser acompanhados de uma boa hidratação, boa condição física, proteção solar e a priorização de exposição em períodos com menos incidência de sol”, indica Frandoloso.
Temos mais necessidade de hidratação no verão e o líquido mais adequado<br>é a água.
Temos mais necessidade de hidratação no verão e o líquido mais adequado<br>é a água.

Lembre-se da hidratação

As altas temperaturas costumam influenciar no nível de hidratação do corpo. Independentemente do local ou do clima, a água de boa qualidade deve ser a principal fonte de líquidos durante toda a vida. Filtrada, fervida ou mineral, o consumo de água diminui o risco de desidratação e de contaminação durante a época mais quente do ano. “Somos compostos predominantemente de água. Ao longo de nossa vida este percentual, que como regra situa-se em torno de 50%, tende a diminuir”, explica Frandoloso.
Durante o inverno, é comum que o corpo tenha uma perda menor de líquidos, por causa da temperatura, e isso diminui também a sensação de sede durante o dia. Já no verão, as consequências são contrárias. “Temos mais necessidade de hidratação e, para isso, o líquido mais adequado é a água. Outros líquidos como sucos, chás e isotônicos complementam a alimentação saudável e certamente podem ser utilizados, mas não dispensam a boa ingestão de água”, indica o especialista.
Já para manter a saúde da pele, hidratantes podem auxiliar durante o período, principalmente após horas de exposição ao sol. “A pele hidratada é uma pele mais resistente a qualquer condição. Ela fica protegida de alguns tipos de alergia relacionadas ao calor, além de ficar mais bonita”, observa Schiavon. Os lábios e o couro cabeludo não devem ser esquecidos, tanto na etapa de proteção, quanto na fase de hidratação.
Alimentos leves como frutas, verduras e legumes são ótimas opções de consumo no verão.
Alimentos leves como frutas, verduras e legumes são ótimas opções de consumo no verão.

Priorize a alimentação saudável

Os dias quentes remetem a mesas repletas de saladas, pratos frios, sorvetes e frutas. Isso não é por acaso. É natural que o corpo sinta uma necessidade maior de ingredientes ricos em água, mais frescos e gelados. Alimentos leves como frutas, verduras e legumes são ótimas opções de consumo no verão e podem ser utilizados com mais liberdade nas refeições com exceções apenas para pessoas com restrições alimentares. As proteínas, por sua vez, devem ser consumidas em porções menores e conforme indicação de um profissional de saúde. “Sempre que possível, buscar proteínas com menor quantidade de gordura, para facilitar assim a digestão”, sugere o clínico.
O arroz e feijão, famosos nas mesas dos brasileiros, não costumam sair de cena só por causa dos dias mais quentes. Segundo Frandoloso, o consumo de carboidratos realmente deve fazer parte do prato no verão, pois são alimentos de mais fácil digestão. “É importante evitar alimentos multiprocessados sempre que possível”, complementa. O grupo citado inclui as bolachas recheadas, sucos industrializados, salgadinhos e vários dos pacotes comuns nas férias escolares. Mesmo assim, o ideal é equilibrar a alimentação dentro e fora de casa.
Com as praias cheias, as barraquinhas de milho, churros e sorvetes à beira-mar, o cuidado se estende também para os lanches. “Como os locais turísticos tendem a ter maior concentração de pessoas nestes períodos, é fundamental atentar para a higiene da água e dos alimentos, para evitar intoxicações que podem trazer muito incômodo e alguns riscos à saúde”, alerta o especialista. Em caso de sintomas como vômitos, diarréias, febre e dor abdominal, o recomendado é buscar atendimento médico.

Valorize o contato com a natureza

A corrida que era feita no asfalto, passa a ser feita na areia. A leitura que era feita no sofá, passa a ser feita na grama. E a luz, que antes era exclusivamente da lâmpada do escritório, passa a ser natural, proveniente do sol. O verão muitas vezes se relaciona ao período de férias e recesso. O contato com a natureza, cenários de praia ou de campo têm também benefícios para a saúde tanto mental, quanto física. Recarregar as energias e ter uma atenção maior à saúde, são essenciais para um retorno saudável.
“Esse contato permite reflexões importantes para um planejamento adequado da vida, períodos de leituras, redução do estresse, melhora na alimentação e contato com familiares. Todos esses fatores ajudam a ajustar a energia para um novo ciclo”, observa o médico.
Durante as diferentes fases da vida, a necessidade de proteção solar da pele sofre alterações.
Durante as diferentes fases da vida, a necessidade de proteção solar da pele sofre alterações.

Apenas o melhor do sol

Além dos benefícios, o sol traz consigo alguns alertas importantes. A exposição desprotegida pode ter consequências de curto e longo prazo, com diferentes níveis de gravidade. “Os efeitos agudos são a queimação solar e a insolação. Existem também os efeitos crônicos da radiação solar na pele que podem ser benignos, como manchas, rugas e envelhecimento da pele, ou malignos, como o câncer de pele”, detalha Schiavon.
O efeito mais grave da exposição é, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), o câncer mais frequente no Brasil e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no país. A estimativa para 2023 é de que 610 novos casos de câncer de pele melanoma surjam a cada 100 mil habitantes no Paraná. Enquanto a estimativa, nas mesmas circunstâncias, para o câncer de pele não melanoma passa de nove mil casos a cada 100 mil habitantes. Com os altos índices, algumas medidas podem ser tomadas para preveni-lo.
Seja na praia, no parque ou até mesmo em casa, o filtro solar é o principal aliado na proteção contra os raios solares. Sua aplicação, no entanto, deve ser feita corretamente para obter o efeito desejado. De acordo com a dermatologista, a regra da dupla camada é a mais simples para saber a quantidade correta: “a pessoa passa o protetor solar, espera uns minutinhos e aplica uma segunda camada. Com isso, conseguimos garantir que a proteção seja bem mais eficaz”.
O fator de proteção solar, por sua vez, deve ser de no mínimo 30, tanto para uso diário, quanto para idas à praia e prática de exercícios físicos ao ar livre. O produto deve conter uma proteção contra os raios UVA e UVB, que têm ações diferentes na pele. “A população deve evitar os horários de sol mais fortes, entre 10h e 15h, pois nesses horários temos o aumento da radiação ultravioleta do tipo B, que é a radiação que leva à queimadura solar”, indica a especialista.
Durante as diferentes fases da vida, a necessidade de proteção solar da pele sofre alterações. As consequências são os reflexos dos cuidados tomados. “Os efeitos da radiação solar se acumulam na pele. O sol que tomamos desde a infância reflete no futuro, levando ao envelhecimento da pele e aumentando o risco de câncer”, aponta.
Chapéus, bonés, roupas com ou sem tratamento solar, guarda-sol e até mesmo o telhado das casas são considerados métodos de proteção.  Por isso, os acessórios e roupas podem ser ótimos aliados para os dias de visita à praia, em que a exposição costuma ser prolongada. “Nem só as roupas tratadas com filtro solar são eficazes. Qualquer roupa que esconda a pele do sol é considerada um tipo de proteção solar. As mais eficazes são as roupas de trama mais apertadas e de tecidos escuros”, observa a dermatologista.

Cuidado a vida toda

Desde a primeira idade até a senioridade, os riscos podem variar. Por isso, a proteção deve ser feita conforme o recomendado para cada indivíduo:
  • Bebês até seis meses: não devem usar protetor solar e não devem ser expostos diretamente ao sol;
  • Crianças e adolescentes devem utilizar proteção solar diariamente. É necessário também um cuidado especial com alergias e sempre priorizar filtros próprios para a infância, além de reaplicar com maior frequência em dias de praia;
  • Adultos: devem manter os cuidados e a proteção com a pele. Atenção para as pessoas de cabelos, pele e olhos claros, pois podem ter um risco aumentado de câncer de pele;
  • Terceira idade: devem fazer uso de proteção solar e podem utilizar fatores de proteção física para complementar, como roupas, bonés e o guarda-sol. “Os idosos têm uma alteração da barreira cutânea e ficam mais sensíveis às queimaduras solares”, alerta.

Limão e sol

Apenas o limão causa queimaduras de sol?
O uso do limão em drinks e pratos durante o verão é muito comum. No entanto, quando seu suco entra em contato com a pele e é exposto ao sol, a reação pode gerar queimaduras graves. “Algumas substâncias fazem o papel inverso ao do protetor solar. Ao invés de proteger a pele do sol, elas aumentam as chances de queimadura”, explica Schiavon. Mas então, quais frutas devem ser utilizadas e consumidas com atenção redobrada?
  • Limão
  • Laranja
  • Mexerica
  • Caju
  • Figo
  • Abacaxi
  • Maracujá
  • Kiwi
  • Manga