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| Foto: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Em seu depoimento de delação premiada à Operação Lava Jato, o ex-executivo da Odebrecht Ambiental, Fernando Reis, afirmou que as duas doações de R$ 250 mil feitas à campanha de Zeca Dirceu (PT) à Câmara Federal em 2010 e em 2014 eram formas de agradar ao pai do deputado, o ex-ministro José Dirceu.

Por esse motivo, o próprio Zeca Dirceu não era identificado por nenhum codinome e nem aparece no sistema de doações ilegais da Odebrecht; os pagamentos feitos a ele, segundo o relator, eram lançados em nome de seu pai, cujo codinome era Guerrilheiro.

Na avaliação da Odebrecht, José Dirceu, mesmo fora do governo, era uma figura importante para os negócios do grupo.

VÍDEO: Confira o que diz o delator Fernando Reis sobre as doações a campanhas de Zeca Dirceu

“Apoiando o Zeca Dirceu, o que a gente buscava, na verdade, era não ter o Zeca Dirceu como inimigo. [..]Ele, mesmo fora do governo, a gente achava que ele podia causar dano porque ainda tinha muita influência na máquina”, afirmou.

Segundo o delator, a doação a Zeca Dirceu foi pedida pessoalmente por seu pai.

“Nós doamos a pedido dele [José], não um pedido de valor, mas um pedido de que a gente pudesse apoiar. A gente apoiou as duas campanhas do deputado federal filho dele, com caixa dois [...]. Eu não o conheci e acho que nenhum executivo, pelo menos ligado a mim, tenha conhecido o filho dele”, relatou.

Defesa do deputado

Em nota, o deputado federal Zeca Dirceu afirmou que “não há e nunca houve qualquer tipo de tratativa do parlamentar junto às diretorias da Petrobras e/ou às empresas investigadas na Lava Jato”.

O deputado destaca o fato de o próprio delator afirmar não ter tido contato com ele e afirma que todas as doações a sua campanha foram legais e são de conhecimento público. Por fim, Zeca Dirceu afirma confiar no Supremo Tribunal Federal (STF) e no trabalho de investigação da Polícia Federal.

Abertura de inquérito

Com base nas informações obtidas com os delatores e apresentadas pela Procuradoria Geral da República, o relator da Lava Jato no STF, Ministro Edson Fachin, autorizou a abertura de inquérito para investigar o deputado Zeca Dirceu, que tem prerrogativa de foro.

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