Semblantes compenetrados, concentração e a última folheada no material de apoio. A tensão dos instantes que antecederam o debate de candidatos ao governo do Paraná, promovido na noite de terça-feira (2) pela RPC, davam indício de que haveria acalorados confrontos e discussões acirradas. Não foi bem o que aconteceu. O embate foi marcado mais pelo tom de cautela, mas, ainda assim, com alguns bons momentos na frente e atrás das câmeras.
Antes do início, Ratinho Junior (PSD) e João Arruda (MDB) pareciam os mais concentrados. Enquanto o primeiro tentava aliviar a tensão fazendo exercícios faciais e aquecendo a voz, o outro permanecia olhando fixamente para a frente. No púlpito ao lado, Cida Borghetti (PP) retocava o batom, quando percebeu que o apresentador Sandro Dalpícolo se incomodava com a iluminação forte. “Está usando filtro solar, Sandro? Com esse tipo de luz, precisa usar”, disse a candidata, em tom maternal.
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Mais calmo, Doutor Rosinha (PT) fez piada com a condição de Ogier Buchi (PSL) , que está com a candidatura sob júdice e só pôde participar do debate graças a um mandado de segurança. “Eu disse para os filhos do Ogier ficarem ali na porta, para garantir que ninguém vai vir tirar ele”, brincou o petista. O candidato do PSL, por sua vez, fez piada com o apresentador, ao vê-lo repassar detalhes do script. “Ô, simpatia! Quer trocar de lugar? Aí é muito melhor”, disse Ogier.
Nos intervalos entre um bloco e outro, era a vez da equipe dos candidatos adentrarem ao estúdio e repassar impressões e orientá-los. Ratinho parecia ser o que mais se importava com as orientações de seu assessor, que lhe falava ao pé do ouvido. Também aproveita-se a oportunidade para dar um retoque na maquiagem e completar o copo de água.
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Durante o debate
Com o debate em andamento, na maior parte do tempo, Ratinho permanecia de mãos entrelaçadas e compenetrado. João Arruda, ora ou outra, aproveitava para tomar nota, enquanto Rosinha folheava papéis que havia levado para o estúdio. Os candidatos evitavam trocar olhares. Permaneciam o tempo todo olhando para a frente, mesmo quando não estavam perguntando ou respondendo.
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Ratinho se alterou em duas perguntas, ambas formuladas pelo Professor Piva (PSol) . Em uma delas, o candidato mencionou em seu questionamento que Ratinho teria prometido “vender tudo”. O candidato do PSD permaneceu de cenho franzido e chegou a morder os lábios, denotando contrariedade.
29 de abril
Na outra pergunta, Piva cutucou sobre o “29 de abril” – episódio em que mais de 200 servidores ficaram feridos, ao protestar contra o ajuste fiscal – perguntando se Ratinho revogaria o “pacotaço”. Na resposta, o candidato do PSD fugiu da pergunta, fazendo que o professor sorrisse acintosamente, de seu lugar.
Cida, por sua vez, só se alterou uma única vez. Fechou o rosto para dirigir a Ratinho uma pergunta – sobre que secretarias ele pretendia cortar. Ao longo de toda a resposta – em que o candidato disse que fundiria algumas pastas, mas não enumerou todas – Cida permaneceu com cara de poucos amigos.
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Quando o debate acabou, o acesso ao estúdio foi liberado para as equipes dos candidatos e repórteres. Enquanto algumas entrevistas eram feitas, o deputado federal Ricardo Barros (PP) – marido de Cida – comentava sobre o debate. “Muito bom. Muito bom”. Arruda foi o primeiro a deixar o estúdio. Logo depois, saiu Ratinho, de modo confiante e desejando “bom trabalho” a quem ficava. Cida fez questão de cumprimentar a todos, antes de sair. “Se ainda não tiver candidato, tenha uma candidata”, disse. “Puxa vida! Eu devia ter pensado nisso no debate, para as considerações finais. Que pena”, lamentou-se.
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