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Só um freguês do bar mostrou interesse no debate | Lineu Filho/Tribuna do Paraná
Só um freguês do bar mostrou interesse no debate| Foto: Lineu Filho/Tribuna do Paraná

No embalo das transmissões da Copa do Mundo, um tradicional bar no Alto da Glória decidiu apostar na veiculação do primeiro debate para governador do Paraná para entreter a clientela. Embate político-televisivo que, ao longo da noite, mereceu tanta consideração dos frequentadores quanto a seleção do Irã no Mundial da Rússia.

Acostumados às quartas de futebol na TV, os presentes – homens, na imensa maioria – preferiram o desenrolar dos jogos da Sul-Americana, uma sub-Libertadores da América. Em dois aparelhos, as “emoções” de São Paulo e Fluminense diante de Colón-ARG e Defensor-URU, respectivamente, dois clubes miúdos no cenário internacional.

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Ficaram em segundo plano as ideias de Professor Piva (PSOL), Doutor Rosinha (PT), Ratinho Jr. (PSD), Cida Borghetti (PP), João Arruda (MDB) e Ogier Buchi (PSL) no programa transmitido pela TV Bandeirantes. Foi o primeiro duelo para o sucessor de Beto Richa no Palácio Iguaçu.

Nem mesmo a predominância sonora do aparelho ligado na Band foi capaz de atrair atenção. Diferentemente do bolinho, dos acepipes mais pedidos da casa: frito na hora, sequinho, crocante por fora e equilibrado entre massa e carne, abraçado por um pão francês, equipado com mostarda preta e pimenta. Para acompanhar, cerveja.

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“É o retrato mais bem acabado da nossa política. Olhe para o bar. Não há absolutamente ninguém interessado no debate”, resumiu um publicitário, aprumado no balcão, que preferiu não se identificar. Grisalho, de óculos, calçando coturnos, era o único a mirar, com curiosidade e espanto, a tela de 42 polegadas sintonizada na peleja partidária.

Nas mesas, envolvimento quase zero. Exceto por alguns comentários furtivos sobre a diferença no acabamento entre as duas narinas, uma gola rolê, semelhanças com personagens natalinos, uma papada pronunciada e candidatos fantasmas. Sem que, eventualmente, fossem reveladas preferências.

“Falei com a minha filha que teríamos debate hoje e ela me disse que não fazia a menor ideia em quem votar para governador do Paraná. É uma escolha difícil mesmo. Eu estou em dúvida”, comentou o fotógrafo Jackson Mendes, 56 anos, um dos que ficou mais concentrado no bolinho de carne.

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Ao término, restou a intenção de envolver o público com o panorama político. Sem sucesso. “Pessoal ficou pedindo para colocar no jogo. Realmente, não houve muito interesse”, fechou Ezequiel Prestes, 25 anos, garçom do bar.

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